sexta-feira, 15 de junho de 2018

Bola de trapos, edição no Diário do Alentejo de 15 de junho de 2018

José Saúde
Cano Brito
Os companheiros que o acompanharam na fase de adolescência no cosmos futebolístico, sobretudo a denominada malta bejense residente nas redondezas da tasca do Chico Pereira, lá para as bandas da rua Poça da Lã, rapaziada que fazia do Largo das Alcaçarias, em Beja, um dos pontos de encontro, alcunharam-no de “Pelé” em honra do antigo astro brasileiro que pulverizou o futebol mundial. José Luís Gomes Cano Brito nasceu a 5 de setembro de 1951 na freguesia de Baleizão, mas muito novo rumou à Pax Júlia. Cano Brito iniciou-se como juvenil no Despertar na época de 1965/1966. O seu talento arrebatou distintas expectativas num tempo em que os olheiros dos grandes clubes nacionais incidiam atenções sobre miúdos que despontavam pelo país. Num aclarar de nostálgicas lembranças, “Pelezinho”, como amiúde a moçada o apelidava, estreou-se num jogo em Cuba onde o Despertar bridou o Sporting local por 8-0, sendo quatro dos golos da sua autoria. As suas reminiscências abrigam dois títulos de campeão distrital ao serviço do velhinho “Rasga” e o posterior salto para o futebol nacional. “No final da segunda época no Despertar o Palma, que tinha vindo do Benfica para o Desportivo, falou de mim aos responsáveis encarnados e estes mandaram-me ir a Lisboa, acabando por lá ficar. Foi o Suarez, na altura treinador do Desportivo, que me levou”. Da Luz para Alvalade foi um passo. Na temporada seguinte, 1968/1969, ei-lo a envergar camisola verde e branca do Sporting CP. “No Sporting estive três épocas, uma como juvenil e duas como júnior. Em juniores fui internacional. Esse jogo realizou-se no Parque dos Príncipes, em Paris. O selecionador era o David Sequerra e integravam a seleção o Laranjeira, o Fraguito, o Rodolfo, o Matos, o Nando, o Eurico, o Duarte, o João Cardoso, entre outros”. No primeiro ano de sénior ingressou no Tramagal, grémio que lhe serviu de trampolim para o ingresso na Académica. “Nessa época o Tramagal tinha uma equipa excelente. O treinador era o Emídio Graça. Na série ficámos em 3º lugar na segunda divisão nacional e eu fiz uma época extraordinária. Fui observado nalguns jogos por clubes da primeira divisão, houve contactos, mas acabei por optar pela Académica, onde estive quatro épocas”. Ao serviço dos estudantes de Coimbra, Cano Brito foi o sucessor de Artur Correia na posição de lateral direito. Seguiu-se um périplo pelos palanques nacionais. Registam-se presenças no Oriental, Desportivo de Beja e Atlético de Reguengos. Penduradas as botas e com o diploma de treinador, nível IV, seguiu-se a experiência como técnico. Moura, Sporting de Cuba, Ferreirense, FC Serpa, Piense, Aljustrelense, Neves e Desportivo de Beja, adjunto de Diamantino Miranda, fecharam a porta do seu curriculum. Em 1976 Cano Brito regressou definitivamente a Beja, urbe onde reside.
Fonte: Facebook de Jose saude.

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