José Saúde
Cano Brito
Os companheiros que o
acompanharam na fase de adolescência no cosmos futebolístico, sobretudo a
denominada malta bejense residente nas redondezas da tasca do Chico
Pereira, lá para as bandas da rua Poça da Lã, rapaziada que fazia do
Largo das Alcaçarias, em Beja, um dos pontos de encontro, alcunharam-no
de “Pelé” em honra do antigo astro brasileiro que pulverizou o futebol
mundial. José Luís Gomes Cano Brito nasceu a 5 de setembro de 1951 na
freguesia de Baleizão, mas muito novo rumou à Pax Júlia. Cano Brito
iniciou-se como juvenil no Despertar na época de 1965/1966. O seu
talento arrebatou distintas expectativas num tempo em que os olheiros
dos grandes clubes nacionais incidiam atenções sobre miúdos que
despontavam pelo país. Num aclarar de nostálgicas lembranças,
“Pelezinho”, como amiúde a moçada o apelidava, estreou-se num jogo em
Cuba onde o Despertar bridou o Sporting local por 8-0, sendo quatro dos
golos da sua autoria. As suas reminiscências abrigam dois títulos de
campeão distrital ao serviço do velhinho “Rasga” e o posterior salto
para o futebol nacional. “No final da segunda época no Despertar o
Palma, que tinha vindo do Benfica para o Desportivo, falou de mim aos
responsáveis encarnados e estes mandaram-me ir a Lisboa, acabando por lá
ficar. Foi o Suarez, na altura treinador do Desportivo, que me levou”.
Da Luz para Alvalade foi um passo. Na temporada seguinte, 1968/1969,
ei-lo a envergar camisola verde e branca do Sporting CP. “No Sporting
estive três épocas, uma como juvenil e duas como júnior. Em juniores fui
internacional. Esse jogo realizou-se no Parque dos Príncipes, em Paris.
O selecionador era o David Sequerra e integravam a seleção o
Laranjeira, o Fraguito, o Rodolfo, o Matos, o Nando, o Eurico, o Duarte,
o João Cardoso, entre outros”. No primeiro ano de sénior ingressou no
Tramagal, grémio que lhe serviu de trampolim para o ingresso na
Académica. “Nessa época o Tramagal tinha uma equipa excelente. O
treinador era o Emídio Graça. Na série ficámos em 3º lugar na segunda
divisão nacional e eu fiz uma época extraordinária. Fui observado
nalguns jogos por clubes da primeira divisão, houve contactos, mas
acabei por optar pela Académica, onde estive quatro épocas”. Ao serviço
dos estudantes de Coimbra, Cano Brito foi o sucessor de Artur Correia na
posição de lateral direito. Seguiu-se um périplo pelos palanques
nacionais. Registam-se presenças no Oriental, Desportivo de Beja e
Atlético de Reguengos. Penduradas as botas e com o diploma de treinador,
nível IV, seguiu-se a experiência como técnico. Moura, Sporting de
Cuba, Ferreirense, FC Serpa, Piense, Aljustrelense, Neves e Desportivo
de Beja, adjunto de Diamantino Miranda, fecharam a porta do seu
curriculum. Em 1976 Cano Brito regressou definitivamente a Beja, urbe
onde reside.
Fonte: Facebook de Jose saude.
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