José Saúde
Neca
Residente nos anos de 1950 na rua do
Progresso na então Notável Vila de Serpa, hoje cidade, o antigo jogador
pertenceu a um grupo de moços que integrava o Bairro do Forte, sendo os
mais temíveis adversários a rapaziada da Cruz Nova, Caminho-de-Ferro e
da rua dos Arcos, derbies vivazes e disputados nas eiras. Em 1962 o FC
Serpa formou uma equipa de juniores onde alinhavam jovens oriundos da
povoação e João José Serra Neca, nascido a 6 de outubro de 1945, em
Serpa, integrou esse lote de ilustres desconhecidos que nessa época,
1962/1963, se sagraram campeões e carimbaram o passaporte para
disputarem o campeonato nacional da FPF. Para memória futura aqui ficam
registados os nomes desse famoso conjunto: Favinha, Falé, António
Carlos, João Baião, Mário Frade, Rações, Zé Guilherme, Hélder Piçarra,
Bento Ferreira, Neca e Noé. Quatro épocas ao serviço do grémio serpense e
ei-lo a ingressar no Desportivo de Beja. “Fui voluntário para a Força
Aérea mas quando regressei os meus pais moravam nas Neves, logo surgiu a
possibilidade do Desportivo, clube onde estive quatro épocas”. Nói
Alves, Zé Mário, Quinito, Baiôa, Horta, Silvino, Joaquim Madeira,
Zezinho e Azumir foram alguns dos seus companheiros nas lides
futebolísticas. Na época de 1969/1970 transferiu-se para o Despertar que
disputava o campeonato da terceira divisão nacional. “As exigências do
Desportivo eram outras. Tinha uma equipa com muitos profissionais.
Rodrigues Pereira, Saúl, Zeca, todos ex-Vitória de Setúbal, Brito,
ex-Lusitano de Vila Real de Santo António, Palma, ex-Benfica e Saúde,
ex-Sporting, eram craques que não deixavam espaço a quem quisesse
conquistar um lugar no onze e esta foi a razão que me levou a deixar o
Desportivo”. Nas hostes despertarianas, comandada tecnicamente pelo
mítico Manuel Trincalhetas, proliferavam jogadores da terra. Vaz Lança,
Quinelas, Barbas, Tói Lança, Zé Manel Serrano, Bita, Caramba, João Rosa,
Zé Romão, Ildo e Manel Pena, eram alguns dos atletas capitais que
defendiam as cores do velhinho “Rasga”. Mas como diz o velho adágio
popular que “o bom filho à casa volta”, Neca, já com uma vasta tarimba
futeboleira, regressou ao FC Serpa para consumar uma jura: “O meu
regresso a Serpa prendeu-se com uma promessa que tinha feito ao meu
grande amigo António Cigarrilha e que cumpri. Nessa época fomos
campeões. Os gémeos Rações, Lobo, Carlos Malveiro, Manel Baião, Favinha,
Eurico Chalaça, Zé Pires, Rebocho, Falé, Toni e Manel Macarrão,
integravam esse lote de jogadores que fizeram do Serpa campeão”. Mais
tarde foi dirigente da AF Beja e do Conselho de arbitragem. Neca reside
em Beja e faz parte do Grupo de Cantadores do Desassossego, um
agrupamento bejense que eleva bem alto o Cante Alentejano, o seu
verdadeiro harém.
Fonte: Facebook de Jose Saude.
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