Até onde pode chegar o Praia de Milfontes em 2018-2019?
No Praia de Milfontes pensamos jogo a jogo. Estamos neste momento em três competições e claro que nas que são a eliminar queremos chegar o mais longe possível. No campeonato queremos fazer sempre melhor e discutir os primeiros lugares, que é isso a que temos habituado os nossos adeptos nos últimos anos. Queremos desafiar-nos jogo a jogo e tentar proporcionar bons jogos, bons espectáculos e lutar sempre pelos três pontos.
Este ano o Praia de Milfontes faz uma aposta forte nos jovens, com muitos atletas vindos da formação para o plantel sénior. Isso não "fragiliza" desportivamente a equipa? Não lhe retira competitividade?
Estamos convencidos que não, muito pelo contrário! Foi um trabalho iniciado há 10/ 12 anos e o objectivo era mesmo esse, que os jovens de Vila Nova de Milfontes pudessem jogar futebol no clube da sua terra e que conseguíssemos a médio-longo prazo ter todos os escalões e uma continuidade até aos seniores. Estes jovens que este ano estão no plantel são os primeiros desse projecto e, como pensado de início, fazia todo o sentido integrá-los [nos seniores]. Além de que são jovens plenamente identificados com o clube, que conquistaram títulos na formação, que passaram por competições nacionais e que vêm adicionar ambição e qualidade ao grupo. É claro que a inexperiência é um dos aspectos com os quais vamos ter de lutar, mas faz parte do processo. O grupo recebeu-os de braços abertos e hoje temos na equipa uma mescla de juventude e de experiência bastante interessante.
A chegada destes atletas da formação aos seniores marca o início de um novo ciclo no Praia?
É isso que esperamos. Há muita qualidade nas camadas jovens do Milfontes e isto foi pensado para acontecer desta forma. Ainda bem que as coisas estão a resultar e apesar de termos seis ou sete integrações [de jovens] a equipa continua a ser competitiva, a praticar bom futebol e a discutir os resultados. E penso que no futuro a porta está aberta para mais jovens aliás, ainda no jogo em Odemira apresentámos dois juniores de início. Penso que este é o futuro dos clubes, do nosso particularmente! Sabemos que por vezes esta introdução de tantos jogadores [jovens] pode obrigar a um período de adaptação, mas estamos em crer que temos condições para fazer uma excelente época.
Voltando ao início, o Praia de Milfontes ambiciona discutir os primeiros lugares. Isso inclui lutar pelo título de campeão distrital?
Nunca fizemos uma candidatura ao título, mas a verdade é que nos últimos três anos andámos sempre a discutir o título "palmo a palmo" com os nossos adversários. Mas nunca assumimos uma candidatura por várias razões. Penso que é facilmente perceptível que o Milfontes, neste momento, não tem condições para subir para um patamar superior, porque nem campo tem para jogar nessa competição. Queremos, isso sim, fazer sempre mais e melhor e andar a lutar pelos primeiros lugares.
Este ano o campeonato distrital da 1ª divisão de Beja tem apenas 11 equipas. Em que medida é isso positivo ou negativo para a competição?
É negativo porque são menos equipas, menos atletas, menos treinadores, menos mobilização Penso que isso para o futebol distrital é negativo! Mais negativo que isso é o facto do campeonato de juniores estar intermitente, um ano há e noutro ano não há. Mas olhando de uma forma mais geral, com 11 equipas penso que o campeonato vai ser mais equilibrado e mais competitivo. Haverá mais incerteza nos resultados e na classificação, poderá ser um campeonato desse ponto de vista mais interessante. Sendo que para o título me parece que o Mineiro Aljustrelense será o principal e o único candidato, porque é de facto a equipa mais forte.
Este início de época do Praia de Milfontes fica marcado pela saída do vice-presidente António Friezas, que durante anos foi o responsável pelo futebol no clube. Como sentiu a equipa esta mudança?
Ele foi a pessoa que pensou e implementou toda esta ideia da formação, esteve sempre connosco e está bastante ligado à história recente do clube. Claro que é uma perda para nós o facto de ele não estar cá diariamente, mas continua a ser nosso amigo. E as pessoas passam e o clube fica. O clube agora tem de se readaptar para continuar forte.
A conquista de um título nesta época seria a melhor forma de homenagear o trabalho do António Frieza?
Claro que gostávamos de conquistar um título para dedicar a ele e a todas as pessoas que trabalharam nestes anos todos no Praia. Porque às vezes as pessoas esquecem-se que somos um clube de freguesia que luta com armas diferentes. E quando temos uma equipa sénior a lutar pelos primeiros lugares, uma equipa de juniores que andou dois anos no nacional, todos os escalões em competição e somos o segundo clube do distrito com mais atletas inscritos, isto é um trabalho de grande sacrifício e entrega. E neste primeiro ano em que há um "abastecimento" dos seniores através da formação, era o corolário merecidíssimo dedicar um título a todas estas pessoas que têm trabalhado no clube.
O Fernando Candeias é treinador do Praia de Milfontes há três épocas, depois de já ter orientado a equipa noutro período. Quer ficar por aqui ou ambiciona chegar a outros patamares?
Claro que quando comecei acreditava muito nisso, mas sabemos que o nosso contexto em termos competitivos é particular. Temos poucas equipas na região, não temos equipas em patamares superiores Mas sempre ambicionei disputar um campeonato nacional e sempre acreditei que era possível fazê-lo pelo Milfontes. Sei que isso é uma tarefa muito difícil e não treino obcecado com isso, de maneira nenhuma. Treino obcecado em fazer com que os jogadores tenham prazer em jogar futebol, tenham orgulho em representar este clube e que eu tenha prazer em ser treinador. É mais importante a paixão que tenho pelo futebol que essa ambição de treinar em patamares superiores.
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