sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Bola de trapos, Desportivamente, edição no Diário do Alentejo de 7 de dezembro de 2018

José Saúde
Desportivamente
Foi com “uma lágrima ao conto do olho”, pequena estrofe inserida numa das belíssimas músicas do cantor de Angola de nome Bonga, que no pretérito sábado, 1 de dezembro de 2018, se reuniram em Beja cerca de setenta antigos jogadores de futebol que no passado ergueram bem alto o nome da mui nobre Pax Júlia. Reconheço que o peso da idade vai paulatinamente diluindo-se num tempo sem tempo, porém, importa trazer à estampa o fenómeno futebolístico que outrora fez da capital do distrito um verdadeiro hino sobre uma componente desportiva que pressuponha, naqueles bélicos períodos, uma inigualável excelência. Sabemos que os tempos são outros e que as épocas trouxeram novos protagonistas, predominando outros emblemas que vão levando bem longe o nome da região. Todavia, estes consagrados reencontros afirmam-se como dádivas para os companheiros que ousam desafiar distâncias para dissecarem momentos incomparáveis e recuperar façanhas em que foram impulsionadores da festa, mas no interior do retângulo de jogo. A memória, ainda fértil, decretou que a receção dos convivas tivesse lugar junto às portas principais do idolatrado estádio municipal como homenagem às vivências ali passadas. Recuperaram-se recordações, enumeraram-se feitos inolvidáveis, ficando um registo, até então impensável, que visou a presença do presidente da autarquia bejense, Paulo Arsénio e do vereador Arlindo Morais, que nos honraram com a inesperada visita. A caravana seguiu depois o seu rumo, sendo o repasto servido ao pessoal de excelente qualidade e quantidade. Seguiu-se uma tarde de afetos e de notável convívio. O repto para a concretização de novos encontros ficou lançado, ficando registada a opinião que estes banquetes revertem a favor de amizades que jamais se dissiparão, a que acresce o facto de a oportunidade deparada ter como objetivo principal o recordar antigos condiscípulos de balneários que o evoluir da idade sujeitou a uma inevitável separação. Creio que a minha profícua persistência, que desta feita contou com a primorosa ajuda do Veiga Trigo e com João Caixinha que se preocupou com os acertos de tesouraria, tem pernas para andar, restando a convidativa dica para que em tempos vindouros outros assumam a audácia. E foi assim com uma lágrima ao canto do olho que desportivamente tivemos também a oportunidade de auscultar um conjunto de vozes de alguns dos amigos que literalmente brindaram os presentes com o famoso cante alentejano. Que venha o próximo porque nós, afinal, também somos Beja com absoluta convicção!
Fonte: Facebook de Jose saude.
 

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