José Saúde
Formoso
Num imutável caminhar pelos paradigmas que fizeram do fenómeno desportivo eloquentes maravilhas, é percetível que neste diligenciar de craques do passado ousemos descobrir individualidades que inicialmente desafiaram as dificuldades deparadas, mas que mais tarde se afirmariam no supremo palco futebolístico. Viajo a Aljustrel e detenho-me perante um antigo jogador de futebol de nome Formoso. A curiosidade da sua carreira remete-nos para começos em que o bola não era, para ele, uma paixão exacerbada. Gostava dar uns toques na redondinha, todavia não enveredava pela euforia que os moços da sua idade ostentavam. Porém, o futuro encarregar-se-ia em fazer dele o notável jogador. Pensador e de passes primorosos, lia com facilidade o evoluir de um jogo e desenvolvida, com engenho e arte, um lance de ataque . Falamos de Carlos Manuel da Silva Formoso, nascido em Aljustrel a 22 de fevereiro de 1953. Numa viagem pelos seus primórdios, constatasse que Joaquim Paulo, treinador do Mineiro Aljustrelense, um dia endossou-lhe o convite para ingressar nos escalões de formação no emblema tricolor. O jovem não rejeitou e ei-lo, com 13 anos, a usufruir da experiência em envergar a camisola de um clube que lhe proporcionou magníficos momentos de felicidade desportiva. É tempo para o Formoso, na primeira pessoa, deixar vincado alguns dos nomes de companheiros com os quais partilhou momentos de êxtase. “Nesse grupo de jogadores estavam, entre outros, o Ameixa, Hélder Laginha, Totó, Carlos Dias, João Pinto, Jorge Galope, Zé Galope, Zé João, Chico “Mateta”, Parreira, Carlos Pinheiro e Nené. O curioso é que todos esses jogadores subiram, mais tarde, à equipa principal do Mineiro”. No seu vasto currículo de memórias, recorda o primeiro título conquistado como sénior: “Foi um jogo disputado em Moura, ganhamos por 2-1 e fomos campeões. Esse jogo foi escaldante e o ambiente à volta do campo esteve ao rubro. Recordo que o Laginha, nosso guarda-redes, defendeu praticamente tudo. Ele foi o herói da jornada”. Com 24 anos rumou ao Desportivo de Beja. “Fui para o Desportivo porque o clube estava na segunda divisão nacional. Em Beja estive cinco épocas. Regressei ao Mineiro mas na época seguinte assumi o duplo papel de jogador/treinador, tendo em conta uma grave crise financeira que o clube atravessava. Dessa equipa faziam parte o Eduardo, Zé João, Jones, Ameixa, Carlos Capeta, Melo, Zé Luís, Geada, Fialho, Rogério, Jorge Galope, Nené, Chico Santos, Lança, de entre outros”. Arrumada as botas Formoso regista passagens como treinador no FC Castrense, Ourique e Mineiro Aljustrelense, sendo que pelo meio ficou uma proeza como jogador do Sporting Ferreirense, grémio treinado então por Cano Brito e que nessa época se consagrou campeão. Formoso, nome de um antigo futebolista que ficará registado para a eternidade do futebol sul alentejano.
Fonte: Facebook de JOse Saude.
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