José Saúde
Zé António
Numa sólida pesquisa sobre
carreiras de antigos atletas que dignamente levaram à suprema tribuna o
nome de Beja e da região, lá vou desbravando tempestades, lutando contra
ventos e marés e trazendo à baila nomes de craques que ficarão
perpetuados na história futebolística sul alentejana. Contemplo a
presente narrativa sobre um generoso jogador de enorme valia técnica e
que conheceu tardes de glória num palco onde foi de facto artífice. José
António Carapinha Lindeza nasceu em Beja no dia 28 de março de 1953 e
pertenceu ao grupo dos miúdos oriundos do Terreirinho das Peças. Zé
António estreou-se, oficialmente, no Desportivo como juvenil, sendo que
na época de 1971/1972, embora com idade de júnior, começasse a jogar na
equipa principal. “É verdade e fui logo titular”. A irreverente
juventude, a garra, o apego, ou a sua extremosa habilidade em engendrar
uma jogada ofensiva, permitia-lhe uma envolvência total num onze onde a
sua batuta determinava génio e influência na construção do jogo. Neste
contexto, eis que na temporada de 1976/1977 dá-se o primeiro salto para o
futebol profissional: “Sai do Desportivo e fui para o Vasco da Gama de
Sines, onde estive duas épocas, ajudando a equipa na subida à segunda
divisão nacional”. Após essa temerária experiência e transportando
consigo maior traquejo regressou a Beja. “Regressei ao Desportivo e por
duas vezes subi com a equipa à segunda divisão nacional: uma com o
treinador Quim Teixeira e uma outra com o Gama”. Dissecando a sua
catalogada performance numa fase de ascensão, constatamos uma passagem
pelo Juventude de Évora e uma outra pelo Esperança de Lagos, emblemas
que militavam no escalão secundário nacional. Na época de 1985/1986
deu-se o boom na sua carreira ingressando no Elvas, sendo que ao
serviço do emblema raiano pisou os relvados principais do futebol
português ao atuar num deslumbrante coreto onde a supremacia lusa se
fazia sentir. “Em Elvas tive três temporadas e subi com a equipa à
primeira divisão. O treinador desse sucesso foi o Carlos Cardoso”. Numa
viagem por terras do Alto Alentejo fixou-se, depois, em Portalegre onde
representou o Estrela. Com o adeus ao futebol como praticante, Zé
António teve uma experiência como treinador. Sob o seu comando o
Ferreirense subiu à terceira divisão nacional, transitando seguidamente
para Castro Verde. “No Castrense não terminei a época porque os adeptos
do clube começaram a dizer que eu já tinha compromisso com o FC Serpa.
Mas como se tratava de invenção resolvi abandonar o comando técnico. O
Jorge Fragoso foi o treinador que assumiu o grupo, sendo que no final o
Castrense sagrou-se campeão”. Antes do ponto final como treinador
principal, o seu histórico revela que teve uma transição pelo Alfundão,
juniores do Desportivo de Beja e terminou no Desportivo das Neves.
Fonte: Facebook de Jose saude
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