terça-feira, 4 de junho de 2019

João Nabor: “Ser campeão sem derrotas dá um sabor especial à nossa conquista”


Nabor(João Nabor representa o Aljustrelense há seis temporadas e alcançou, esta época, a terceira subida ao CNS pelos ‘mineiros’.)
Vila conhecida pelas suas minas, Aljustrel tem no Mineiro Aljustrelense a sua maior “bandeira” no que ao futebol diz respeito e, na próxima época, o clube alentejano voltará a marcar presença no Campeonato de Portugal, de onde saiu em 2016/2017.
Com um percurso irrepreensível na I Divisão da AF Beja, na qual se sagrou campeão de forma invicta, o Aljustrelense não deu hipótese à concorrência, acabando o campeonato com catorze pontos de avanço para o segundo classificado – Penedo Gordo.
O “Conversas Redondas” chegou à fala com João Nabor, médio e capitão dos ‘mineiros’, que, antes de iniciar esta pequena entrevista, agradeceu e, fundamentalmente, valorizou o trabalho do blog, em dar visibilidade aos campeonatos não profissionais e aos respetivos atletas, algo que eu, enquanto administrador do blog, agradeço aqui de forma pública:
“Antes de dar início à entrevista, gostaria de agradecer a oportunidade, e de valorizar este tipo de iniciativas, que promovem e dão um pouco mais de visibilidade às competições menos divulgadas”, enalteceu, fazendo, depois, o balanço da temporada da sua equipa:
“O balanço que faço da época é francamente positivo, relativamente ao campeonato. No entanto, poderíamos ter feito mais no que diz respeito às Taças. Os nossos objectivos passavam por ganhar todas as competições e isso não foi conseguido“, disse.
Os números não enganam: dezasseis vitórias e quatro empates em vinte jornadas; sessenta golos marcados e doze sofridos; 52 pontos. A turma de Aljustrel exerceu um domínio absoluto no seu campeonato, sagrando-se, como já foi referido, campeã de forma invicta.
João Nabor aponta à ambição e ao trabalho que a equipa foi tendo durante o ano como um dos factores que a levaram ao sucesso, sublinhando que a diferença pontual reflete a superioridade do Aljustrelense em relação aos seus adversários:
“O segredo passou muito pela ambição e pelo trabalho que sempre fomos mantendo ao longo da época. No campeonato, não tivémos grandes oscilações em termos de resultados, nem exibicionais, e isso fez com que fossemos sempre regulares. Não contávamos ser campeões tão cedo na época, mas, como tivémos um início forte, conseguimos uma margem pontual confortável para os principais adversários. Com o decorrer das jornadas e com a já referida regularidade, o objectivo do campeonato foi ficando cada vez mais próximo, tendo sido alcançado a algumas jornadas do fim. A diferença pontual reflete, efectivamente, a nossa superioridade mas nunca é fácil ser-se campeão num campeonato com poucas equipas. Qualquer deslize pode complicar as contas e quem quer ser campeão, não pode relaxar ou ‘baixar a guarda'”, afirmou, não esquecendo o título alcançado de forma invicta, algo que, segundo o jogador, foi uma forma da equipa manter o foco até ao final da prova:
“Claramente que ser campeão sem derrotas, dá um sabor especial à nossa conquista e, num determinado momento da época, esse passou a ser o nosso objectivo. Foi, também, uma forma de mantermos o foco até ao final do campeonato”, realçou.
À parte da I Divisão da AF Beja, o Sport Clube Mineiro Aljustrelense participou em mais três competições: na Taça de Portugal, passou a primeira eliminatória e foi, de seguida, afastado pelo Anadia (1-3); na Taça de Honra de Beja, a equipa “saiu de cena” nas Meias-Finais, diante do Penedo Gordo (0-1); e na Taça Distrital de Beja, foi o Praia de Milfontes quem afastou os “mineiros”, também nas Meias-Finais, com recurso a prolongamento (1-2).
Nabor aponta à falta de eficácia da sua equipa em ambos os jogos das Meias-Finais, nas duas Taças Distritais, enquanto que na Taça de Portugal, o médio salienta a luta que o Aljustrelense deu ao Anadia, uma das equipas mais fortes da Série C do CNS:
“As Taças de Honra e do Distrito não nos correram da melhor forma, pois fomos afastados nas Meias-Finais em ambas. Eram objectivos definidos, que não foram atingidos, e que atribuo à pouca eficácia em ambos os jogos. O que decide os jogos são os golos e, quando se é pouco eficaz na concretização, as coisas ficam mais difíceis e foi isso que não nos permitiu seguir em frente. Na Taça de Portugal, tivémos uma participação positiva, caindo de cabeça erguida na casa de uma equipa que lutou para chegar ao Play-Off de subida até à última jornada, se não estou em erro. Defendemo-nos como pudemos, estavámos a ganhar ao intervalo, mas o Anadia, como equipa superior que é, conseguiu materializar essa superioridade na segunda parte, fruto de um ritmo competitivo em nada comparável ao nosso”, frisou.
No que diz respeito à escolha dos momentos chave da época, Nabor destaca o campeonato conquistado e a eliminação da Taça do Distrito:
“O momento mais positivo foi, obviamente a conquista do campeonato, objectivo que não conseguimos atingir na época passada, enquanto que o momento mais negativo, foi o afastamento da Taça do Distrito”, escolheu.
Com uma longa carreira e experiência nos Campeonatos Nacionais, João Nabor participou em vinte e nove jogos esta temporada, entre todas as competições, tendo marcado dois golos.
Aos 37 anos, o médio natural de Ferreira do Alentejo, conta que irá continuar a representar o Aljustrelense na próxima época, avançado assim para a sétima temporada consecutiva ao serviço do emblema alentejano:
“Na próxima temporada, irei continuar ao serviço do Mineiro Aljustrelense, no Campeonato de Portugal. Relativamente aos meus objectivos/ambições no futebol, passam por continuar a fazer aquilo que mais gosto, enquanto fisicamente me sentir em condições. Existem limitações físicas da idade, que são compensadas com outro tipo de capacidades, e, nesse sentido, irei continuar enquanto me sentir útil. Por outro lado, penso que é importante transmitir aos mais novos a mística do clube assim como dar-lhes alguma orientação no início dos seus percursos desportivos. Hoje em dia, pela forma como a formação está a ser conduzida, os jovens têm alguma dificuldade quando surgem obstáculos e é aí que o apoio é necessário”, terminou.
João Canilhas, que herdou a alcunha de Nabor do Pai e do irmão, que representou o Farense na I Liga, começou a jogar futebol nos Infantis do Ferreirense, mas logo nessa época de estreia, mudou-se para o Despertar, onde esteve oito épocas e meia, entre Infantis e Juniores, completando aí a sua formação. Como sénior, já representou Desportivo Beja, Vasco da Gama de Sines, Despertar e Atlético Reguengos, antes de chegar ao Mineiro Aljustrelense, em 2013, e onde se mantém aos dias de hoje.
Fonte: https://conversasredondas.wordpress.com/

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