sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Bola de trapos, edição de 30 de agosto de 2019 no Diário do Alentejo

José Saúde
Ourique
Refere a história que a fundação de Ourique reporta-se ao ano de 711 quando sucedeu a entrada dos muçulmanos na Península Ibérica. Expressam os obreiros da gesta documental que existem fatores que indicam a sua existência para períodos mais recuados. Invocando assentamentos que nos enviam para tempos pré-históricos, damos conta de campanhas arqueológicas que nos levam ao tempo do Paleolítico, Calcolítico, Idade do Ferro e do Bronze, sendo os povos residentes os romanos, os celtas e os árabes. A famosa batalha acontecida nos campos de Ourique, 25 de julho de 1139, liderada por D. Afonso Henriques e onde as tropas cristãs venceram os muçulmanos chefiados pelo governador de Santarém, terá sido decisiva para a independência de Portugal. A 8 de janeiro de 1290 o rei D. Dinis concedeu-lhe a carta de foral elevando Ourique a vila. D. Manuel, a 20 de setembro de 1510, confirmaria esse privilégio outorgado séculos antes por D. Dinis. Transitando da realidade histórica para o memorável evoluir do universo desportivo, a vila cresceu, alindou-se fisicamente, sendo que nesta substância criou paulatinas crenças num povo que a determinada altura viu germinar a 1 de setembro de 1976 o Ourique Desportos Clube. José Augusto Martins foi um dos pioneiros da novel coletividade que se filiou na AF Beja a 20 de setembro desse mesmo ano. José Paulo Gonçalves foi, sem dúvida, um dos companheiros de jornada que elevou o futebol aos píncaros quer a nível regional, quer nacional. Na época 1966/1967 a equipa sénior sagrou-se campeã distrital e sob o comando técnico de João Caçoila, o Ourique protagonizou excelentes temporadas no campeonato nacional da III Divisão, onde conseguiu, época 2000/2001, um honroso 3º lugar na série F. Exponho, com conhecimento de causa, que a afirmação do futebol em Ourique era um dado adquirido, pelo que o futuro se apresentava verdadeiramente salvaguardo. É certo que houve uma quebra na competição sénior, todavia a componente formação mostrou-se sempre ativa. Tanto mais que o Campo D. Afonso Henriques sofreu obras de remodelação, passando de piso de terra batida a um relvado sintético que oferece agora melhores condições relativamente ao evoluir do fenómeno futebolístico. Para a temporada que se avizinha o grémio ouriquense apresentar-se-á a competir com os escalões de infantis, futebol 7, benjamins, traquinas, petizes, verificando-se, também, a participação no campeonato nacional de juniores feminino em futebol 9. Observa-se, ainda, que a equipa de futsal sénior masculina marcará presença em competições nacionais. Numa profícua análise ao desenvolvimento de uma circunstância em franco progresso num burgo que despertou efusivamente para o cosmos desportivo, creio que a década de 1990 terá sido considerada a cereja no topo de um bolo que se requeria suculento e sobretudo aprazível a inolvidáveis certezas que o tempo encargar-se-ia em consolidar.
Fonte: Facebook de Jose saude

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