Pacheco
Odemira, vila situada nos confins da planície alentejana e na raia da
serra algarvia, é uma terra onde o futebol teve o seu início nos
princípios de 1920 por via de uma família inglesa detentora de uma
fábrica de cortiça e que teve o condão em fundar o Sport Clube
Odemirense a 1 de março de 1923. Ao longo do seu percurso o Odemirense
contou nas suas fileiras com excelentes atletas que souberam erguer bem
alta a bandeira de uma povoação que dista da capital do distrito, Beja,
cerca de 100 quilómetros, sendo que a distância jamais se apresentou
como um problema de importância maior. Das margens do rio Mira saíram
desportistas para clubes de uma outra dimensão, ficando gravado no
universo das estrelas que de entre os craques que usufruíram dessa
realidade, encontra-se Francisco António Guerreiro Pacheco, nascido em
Odemira a 2 de outubro de 1953. Pacheco foi um guarda-redes com classe
aprimorada que lhe permitiu pisar o palco supremo do futebol nacional ao
serviço do Farense. Dissecando uma carreira esplêndida, damos conta que
os primeiros passos no universo da bola foram dados como defesa
direito. Um dia, precisamente a uma quinta-feira, ao integrar um treino
de conjunto, pediu ao treinador que o deixasse experimentar a baliza,
pedido autorizado e o jovem arrebatou uma exibição espantosa, uma vez
que a sorte dessa magnífica tarde lhe ditaria um futuro risonho como
guardião. Viajando pela sua carreira, vislumbramos que a estreia
aconteceu em Cercal do Alentejo, onde a equipa perdeu por 4-1, ficando
registado que Pacheco, nos últimos 10 minutos, jogou descalço visto que
as botas, de cor azul e trazidas pelo cunhado que trabalhava na Suíça,
apertaram-lhe de tal maneira os pés que não deu mais para as suportar.
Com 16 anos rumou aos juniores do Esperança de Lagos e despertou desde
logo outros interesses. O Farense foi um dos grémios onde a jovem
promessa motivou interesse. E o certo é que essa transferência
consumou-se. A ida para Faro não teve custos adicionais ao clube daquela
cidade algarvia, dado que o Farense avançou com a cedência de três
jogadores: o Rodrigues Pereira, o Panhufa e Manhita. Quando tudo corria
sobre rodas, uma fratura no perónio terá sido determinante para a sua
continuidade na urbe de Faro. Verificou-se o regresso a Odemira, a lesão
foi entretanto debelada e na temporada 1973/1974 sagrou-se campeão pelo
emblema que o projetou para as lides futebolísticas. Pacheco voltou ao
seu melhor nível, dá-se o retorno ao Esperança de Lagos que militava na
segunda divisão nacional, seguindo-se uma passagem pelo Vasco da Gama de
Sines, na época de 1979/1980 ingressou no Desportivo de Beja, transitou
depois para o Juventude de Évora e terminou a carreira ao serviço do
seu Odemirense. Para trás ficaram 20 anos de dedicação a uma modalidade
que muito o preencheu e onde ficaram imensas amizades.
Fonte: Facebook de Jose saude
Fonte: Facebook de Jose saude
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