Aquele que é considerado o clube mais pequeno de Portugal está a
viver um verdadeiro "sonho" no início da época 2019-2020! Isto porque o
Beira Serra/ Naverredondense, da pequena aldeia de Nave Redonda
(freguesia de Sabóia), acaba de vencer a Taça de Honra da 2ª divisão
distrital de Beja, contrariando todas as expectativas
até as dos seus
adeptos mais optimistas.
"As únicas pessoas que acreditavam nisto era eu e os jogadores",
confessa ao "SW", com evidente (e natural) orgulho, o técnico Luís
Coelho. "Se já era benéfico passarmos à segunda fase da Taça, passarmos
às meias-finais e depois vencer a final foi espectacular", acrescenta o
treinador de 44 anos, que depois de nos últimos três anos ter
representado o clube como atleta assumiu, nesta temporada, o comando
técnico da equipa.
O Naverredondense chegou à final four da Taça da Honra da 2ª
divisão distrital de Beja depois de ter vencido a Série D da fase de
grupos, com sete pontos conquistados em três jornadas. Nas meias-finais,
disputadas a 19 de Outubro em Barrancos, a equipa derrotou o
"super-favorito" União Serpense por duas bolas a uma. E na final, que se
realizou no dia seguinte em Sabóia, a formação da Nave Redonda derrotou
o GDR Amoreiras-Gare por 4-2.
"A maior parte das pessoas não conhece estes jogadores e, se calhar,
estes bons resultados foi por eles não nos conhecerem e não se
prepararem devidamente. Porque ganhámos a boas equipas, que não o deixam
de ser por terem perdido connosco. Mas também não somos o
Naverredondense de há três anos atrás, de certeza absoluta", vinca Luís
Coelho.
Segundo o técnico do Beira Serra, quando estava dentro das quatro linhas
o que mais costumava ouvir da bancada eram frases do género "Como é que
não ganharam à Nave Redonda
". "E agora já dizem: 'Temos de ganhar ao
campeão!'. É uma mudança de mentalidade muito grande e que até é
estranha para alguns jogadores", observa.
Esta reviravolta completa deve-se, na opinião de Luís Coelho, ao grande
espírito "de união" que existe no seio do plantel. "O verdadeiro segredo
destas vitórias é a união. Posso garantir que, com 44 anos e quase 30
de futebol, este é o melhor balneário por onde passei. E feito assim em
dois ou três meses", sublinha.
A isto o técnico acrescenta as mudanças operadas no clube no plano
organizacional. "As condições que pedi e que o presidente garantiu foi
em termos de organização. O clube deu uma volta da cabeça aos pés.
Estamos mais organizados em tudo, desde refeições a condições de
transporte", destaca Luís Coelho, que ainda assim tem noção que a sua
equipa não é imbatível e que "não vai ganhar todos os jogos". Porém, a
ambição é mais que muita e sonhar é completamente legítimo.
"O nosso grande objectivo é ganhar o próximo jogo, com o Pereirense. E
depois logo se vê
Mas quem é que não quer chegar à segunda fase? Por
isso, vamos pensando só jogo-a-jogo, porque estamos a jogar contra
equipas que treinam e que pagam a jogadores. Aqui recebem os jogadores
sandes e fruta, que mais lhes posso exigir?", remata com um brilhozinho
nos olhos.
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