sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Bola de trapos, edição de 29 de novembro de 2019 no Diário do Alentejo

José Saúde
Moura
Moura é uma urbe onde o jogo da bola terá surgido em 1912. Um grupo de estudantes dispersos pelas cidades de Beja, Évora e Lisboa, levaram para a sua terra a primeira bola de futebol e o vício expandiu-se pela juventude. Os irmãos Eduardo e Custódio Teixeira, Manuel Piçarra e Bandeira Gomes, terão sido os pioneiros no lançamento do futebol naquela vila, hoje cidade. Em 1918 Manuel de Andrade, jogador do “Glória ou Morte”, de Beja, Marcos Mesquita, António Costa, José de Brito, José Vasco, Francisco Salgueiro, Joaquim Fialho, Miguel Fialho Barreto e João Piçarra Pires, foram os obreiros de uma aventura que resvalou para a empatia dos jovens enveredarem pela modalidade. No ano de 1922 constituiu-se o “Moura Foot-Ball Club”, sendo a sua sede na Rua 1º de Dezembro, nº 1. Estava dado o pontapé de saída de capital importância para a implementação do jogo no povoado mourense. A preocupação imediata passava pela disponibilidade de um espaço que obedecesse à construção de um campo, neste contexto fizeram-se diligências junto a lavradores e António José Vasco, administrador da casa agrícola Azevedo Coutinho, cedeu a courela da nora e lá se edificou a infraestrutura. Nesta fase a paixão pelo futebol estava ao rubro. João Ganchinho de Brito fundou o “Sport 9 de Abril” e em finais de 1923 um novo símbolo salta para a ribalta, o “5 de Outubro Foot-Ball Club”. Com a modalidade em crescimento foi fundada a Federação de Foot-Ball Mourense que tinha como presidente Evaristo Pereira, Manuel de Andrade (Moura FC), secretário, João Nobre (“9 de Abril), tesoureiro, José Rodrigues (“5 de Outubro”) e André Mendes (“Luso”), vogais. Após períodos fulgentes, a 17 de janeiro de 1942 fundou-se o Moura Atlético Clube, um grémio que surgiu da união de quatro grupos de rapazes que disputam entre eles amistosos derbies: “Os Revoltosos”, “O Sempre Fixe”, “O Glória ou Morte” e “Os Onze Unidos”. Dessa triagem de jogadores destacavam-se José Costa, Miguel Serrano, Hilário, Carapinha, João Peres e João Acabado, de entre outros condiscípulos. O interesse pelo jogo atingia o zénite e Leonardo Mendonça, tesoureiro do Banco de Portugal em Moura em conjunto com os amigos Patrocínio e Andrade, foram as peças fundamentais para a afirmação do MAC. Reza a história que o MAC é um dos inquestionáveis históricos da AF Beja. A classe dirigente que paulatinamente tem gerido o emblema da Margem Esquerda do Guadiana jamais se quedou perante eventuais dificuldades, seguiram sempre em frente com firmeza e construíram um património inigualável. Competitivamente o MAC militou dez anos consecutivos no futebol nacional sénior, regressou agora aos regionais, mas a componente formação jamais fora descurada. No que concerne a infraestruturas próprias a coletividade é detentora do edifício da sede, assim como do magnífico espaço desportivo onde se concentram as mais elementares valências.
Fonte: Facebook de Jose saude.

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