Caetano
A
longevidade do tempo é algo que não se dissolve facilmente numa
panóplia de considerandos dantes visualizados e nem tão-pouco se ouse
olvidar inesquecíveis acontecimentos desportivos. O leitor comum, atento
ao êxtase do fenómeno que o povo cedo abraçou, nunca omite aqueles
grandiosos feitos protagonizados por futebolistas bejenses que brilharam
em grandes palanques nacionais e recordará eternamente aquela tarde
domingueira no Estádio Nacional, uma vez que o relvado do Restelo não
estava em condições para o dérbi se realizar, um jogo que opôs o
Belenenses e o Benfica e de um jovem jogador chamado Caetano “secar” a
reluzente estrela do futebol mundial de nome Eusébio. Caetano, com uma
pujança física descomunal e rápido na disputa de um lance, não deu
abébias ao “pantera negra”, sendo a comunicação social unânime na
avaliação quanto à magnífica exibição de uma marcação direta àquele
fabuloso astro que cintilava exuberantemente no palco universal. Falamos
de António José Figueira Caetano, nascido a 25 de junho de 1948 na Mina
de São Domingos, sendo que a velha Pax Júlia o acolheu enquanto
criança. O Desportivo de Beja foi, aliás, o emblema que lhe abriu as
portas, sucedendo-se uma aventura que integrou quatro moços de Beja, o
Caetano, o Lagarto, o Corujo e o Teixeira, que partiram rumo a Lisboa
visando prestar provas no Benfica, onde ao longo de uma semana foram
observados por Fernando Cabrita. Todavia, a sua fulgente aparição nos
grandes estrados lusitanos, deu-se precisamente com a camisola da Cruz
de Cristo envergada no corpo onde debitou uma aprimorada classe que o
levou, aos 18 anos, à primeira categoria do grémio do Restelo. De Lisboa
a Braga foi um passo. O Sporting bracarense acolheu-o com distinto
primor e nessa época foi convocado para a Seleção de Esperanças. O
serviço militar obrigatório chamou por ele, sendo então enviado para o
quartel militar de Beja. Nesta cidade defendeu as cores do clube de
origem, o Desportivo, tendo ali permanecido duas épocas. A CUF foi a
agremiação que se seguiu, sendo no Barreiro que deu por terminada a sua
carreira no cosmos futebolístico. Com o rótulo de exímio avançado, que o
foi, Caetano finalizou o seu percurso na bola a jogar no sector mais
recuado: “Costuma dizer-se que os bons avançados dão bons defesas,
principalmente quando estes atingem uma certa idade e o que se passou é
que foi o Manuel Oliveira, como treinador, acreditou nas minhas
capacidades e eu não o desiludi”, afirma o antigo jogador. Caetano é
irmão de Augusto Caetano, um guarda-redes doutros tempos que deixou
vincada a sua apetência entre os postes. A antiga vedeta frequentou o
Curso de Treinadores ministrado pelo CIMBOL o que lhe proporcionou uma
fugaz experiência como técnico do Almodôvar. Caetano vive em Beja e
guarda ainda hoje um rosário de recordações que o futebol orgulhosamente
lhe facultou.
Fonte: Facebook de Jose saude.
Fonte: Facebook de Jose saude.
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