O Odemirense e o Praia de Milfontes são dois dos sete clubes
subscritores de uma tomada de posição entregue à Associação de Futebol
de Beja (AFBeja), onde é criticado o arranque dos campeonatos
distritais, nomeadamente o da 1ª divisão, previsto para o próximo dia 18
de Outubro.
No documento, a que o "SW" teve acesso, os dois emblemas do concelho de
Odemira (assim como o Despertar de Beja, Guadiana de Mértola,
Aldenovense, Sporting de Cuba e União Serpense) afirmam ser "óbvia a
inexistência de qualquer aspecto positivo num início apressado e não
consensual" das competições, sugerindo mesmo "o adiamento da decisão
para início e formato das provas para o final do presente mês de
Setembro, assim como, a abertura de um ciclo de reuniões/ audições com
os clubes, para que se percebam em definitivo as dificuldades sentidas e
a realidade local em que vivem".
De acordo com os emblemas subscritores da tomada de posição, "o carácter
amador destas competições, não se coaduna com o 'risco' inerente de
contágio [por Covid-19] e suas consequências", acrescentando que "a
multiplicidade de origens geográficas, nomeadamente dos atletas,
potencia a possibilidade migratória da infecção/ doença" e que "a
concomitância entre a vida privada, familiar, laboral, escolar e
desportiva dos atletas e participantes" pode potenciar "a eventual
contracção da doença".
Além do mais, frisam, os clubes não poderão assumir "responsabilidades
que não são da sua esfera de decisão ou influência, em particular a
impossibilidade de se responsabilizarem pela implementação de medidas
que são do foro autárquico ou municipal e que respeitam às condições
sanitárias e de higiene e limpeza, proporcionadas no uso das instalações
desportivas".
A par disto, os sete emblemas lembram as dificuldades acrescidas que
terão de enfrentar em 2020-2021 nas deslocações de atletas e com a
realização de jogos de "à porta fechada", com a "óbvia perda de
receitas", a que se junta "a manutenção de todos os custos fixos que
competições desta natureza implicam".
Uma posição que nem a recente decisão da AFBeja em reduzir as taxas de
jogo para metade do valor até Dezembro altera. "Continuam a ser
insuficientes os apoios, uma vez que os pressupostos de quebra de
receitas se mantêm válidos, fazendo prever graves dificuldades
financeiras para os clubes no decurso da época/competições", argumentam
os clubes subscritores da tomada de posição.
Para estes sete emblemas, "é precoce o início dos campeonatos, em moldes
e timing semelhante aos de anos 'ditos normais', dado o momento
pandémico que se vive", "a recente evolução do número de casos" e a
implementação, desde 15 de Setembro, do "Estado de Contingência", "o que
exige flexibilidade por parte da AFBeja e capacidade para encontrar
medidas extraordinárias, inclusive repensando o formato de realização
das provas, se necessário".
Tudo isto leva os sete emblemas a solicitar alguns esclarecimentos sobre
o actual Regulamento Covid-19 para a Retoma da Prática Competitiva de
Futebol e Futsal da AFBeja e a defender que não haja qualquer
"penalização para os clubes pela não participação nas referidas
competições quando não lhes seja imputável o ónus da não participação".
"Esta poderá ter origem na legítima recusa dos atletas, visando estes
diminuir o grau de exposição ao risco de contágio, salvaguardando a sua
saúde individual, familiar e comunitária" e "a solução avançada pela
Direcção da AFBeja, que visa punir com a descida administrativa de
divisão os clubes não participantes, não faz sentido no actual momento,
pois há questões de Saúde Pública que se sobrepõem a qualquer interesse
competitivo", sustentam.
Fonte: http://www.jornalsudoeste.com
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