O Centro de Cultura e Desporto do Bairro da Conceição, atual líder da Série A do Campeonato Distrital da II Divisão da Associação de Futebol de Beja é a única coletividade desportiva bejense com instalações próprias.
Texto Firmino Paixão
Um património realçado pelo técnico da sua equipa de futebol, João Parreira, que não assume objetivos concretos de ser campeão de série ou de atingir a segunda fase, preferindo assumir que o clube quer “sair sempre do campo com a consciência tranquila de ter feito tudo” para vencer o jogo. “Se não o conseguirmos, foi porque a outra equipa foi superior, ou por outro motivo qualquer que nos seja alheio”. O treinador privilegia jogadores com caráter e bom desempenho desportivo e está confiante numa boa época. Na Taça Distrito de Beja jogarão com o Barrancos, o mesmo adversário das últimas temporadas.
Talvez a época não tenha começado muito bem… na ronda inaugural a equipa não conseguiu melhor do que um empate em casa?
Não considero que tenhamos começado mal, porque o nosso objetivo principal é fazermos tudo para tentarmos ganhar os jogos. E isso foi feito! Infelizmente não ganhámos, mas o que foi pedido aos atletas, que é darem tudo para honrar a camisola, foi conseguido, embora o resultado não tenha sido o que desejávamos. Aquilo que foi pedido aos jogadores foi conquistado.
Na segunda jornada foram à Vidigueira vencer a equipa B do Vasco da Gama…
Começámos esse jogo muito mal, muito desconcentrados, sofremos dois golos muito cedo, tive que fazer algumas alterações para mexer com a atitude da equipa e depois começámos, verdadeiramente, a jogar futebol e conseguimos vencer, mercê de um grande espírito de sacrifício da equipa.
Na última jornada ganharam ao Salvadense, um adversário direto, e projetaram-se para o primeiro lugar da série…
Uma vitória é sempre importante, seja com que equipa for, sobretudo com um candidato assumido [a vencer a prova] como Salvadense, que tem uma boa equipa, e acho bem que se assumam… nós não assumimos nenhuma candidatura, só temos a responsabilidade, o compromisso e o dever de honrarmos a camisola e representarmos com a maior dignidade o emblema do Bairro da Conceição. Vamos com esse intuito para todos os jogos, sem olharmos aos adversários e tentamos sempre dar o nosso melhor.
Qual é o objetivo, o compromisso, em que a equipa está empenhada?
O nosso objetivo não é sermos campeões de série, não é estarmos na segunda fase. Talvez que, com o foco que temos em vencer todos os jogos, consigamos ser campeões de série ou qualificarmo-nos para essa segunda fase, mas essa não é a nossa meta principal. Estamos, vou repetir-me, empenhados em honrar a camisola e dignificar o clube que representamos.
O plantel que tem à sua disposição é o desejado ou foi o possível?
Olhe, temos 22 jogadores inscritos e podíamos ter 40. Posso dizer que escolhi os jogadores a dedo. Posso não ter mais dos que queria, mas todos os que aqui estão vieram porque eu os escolhi. Os jogadores tinham que estar dentro dos critérios que eu pretendia; primeiro terem qualidade futebolística, depois serem bons seres humanos. A educação faz muita falta no futebol e o Bairro, no ano passado, teve alguns dissabores com alguns jogadores, direi até que arruaceiros, jogadores malcriados, sem escrúpulos, que não fazem falta no futebol. Numa equipa minha não os quero, não quero supostos craques, quero jogadores com educação e que saibam jogar futebol, que saibam o que é uma família e que saibam o que é representar e dignificar um clube. Não foi difícil arranjar estes 22, acho que tenho uma boa equipa, não estamos ainda a jogar aquilo que eu pretendo, mas ainda estamos na terceira jornada e no meio de muitas incertezas.
A equipa já sofreu sete golos, em três jogos. Isso significa que existem algumas carências no setor defensivo que devam ser corrigidas?
Claro que sim. Os primeiros dois jogos foram horríveis em termos defensivos. Foi algo que já corrigimos. Repare que, no último jogo, com o Salvadense, não sofremos golos, com uma equipa que tem uma frente de ataque muito boa. É sinal que o trabalho que estamos a fazer está a ser produtivo, queremos continuar nessa senda. Costumo dizer que, se não sofrermos golos, não perdemos. Esse é um objetivo definido e, no último jogo, já melhorámos a organização defensiva.
Jogarão a primeira eliminatória da Taça Distrito de Beja em Barrancos, um adversário recorrente nesta competição.
É curioso. Acho que, nos últimos três anos, nos calhou sempre o Barrancos na primeira eliminatória. O Bairro, comigo, já esteve nos oitavos e nos quartos-de-final da Taça; o objetivo é sempre fazer o melhor, se conseguirmos vencer o Barrancos mais adiante encontraremos equipas mais fortes, mas jogaremos sempre para ganhar e dando tudo em campo.
Quando me diz que podia ter 40 jogadores inscritos é porque o Bairro da Conceição é um clube apetecível?
Sem dúvida. Costumo dizer que os jogadores têm direitos e têm deveres. Na parte dos direitos eles têm de tudo, temos um campo só para nós, treinamos à hora que queremos, temos bons equipamentos, temos um pavilhão, bons balneários, temos boas condições, não nos falta nada… aliás, somos o único clube da cidade com instalações próprias e isso é apetecível para muitos jogadores.
Está confiante numa boa época?
Sim, com a equipa que tenho acho que vou ter mais alegrias do que tristezas. Vamos trabalhar para isso, jogaremos sempre para ganhar, respeitando os nossos adversários, porque no futebol não vale tudo. Há clubes onde isso não é assim, mas, aqui no Bairro da Conceição, não vale tudo.
fonte: https://diariodoalentejo.pt/
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