O Núcleo de Atletismo e Recreio de Messejana (NARM) tem, ao longo de cerca de 25 anos de existência, procurado atrair os jovens da freguesia e do concelho, para uma prática desportiva promotora de melhor saúde.
Texto Firmino Paixão
Com um universo de cerca de três dezenas de atletas, nos variados escalões, desde a formação aos veteranos, tem simultaneamente formado campeões e ajudado no crescimento social e valorização pessoal de muitos jovens. Confinado e com a atividade competitiva suspensa, devido à pandemia, o Núcleo, assegura o seu presidente, Luciano Conceição, aguarda a retoma das competições, consciente de que o regresso será cauteloso e progressivo. O Grande Prémio de Santa Bárbara, competição organizada pelo Núcleo, na sede de concelho, pode regressar este ano ao calendário. Contudo, só mais adiante existirão certezas, adianta o dirigente.
Que expectativa tem quanto ao regresso das competições? Ainda será possível concluir a presente época desportiva?
A nossa expectativa é um pouco diferenciada. Pensamos que, nos escalões jovens, será muito difícil concluir-se a época desportiva, com todos os torneios e campeonatos, à semelhança dos anos anteriores. Já nos escalões de seniores e veteranos acreditamos que poderá ainda ser uma época desportiva positiva, não só em termos de objetivos como de marcas.
Neste período de inatividade o NARM tem estado próximo dos seus atletas, no sentido de os manter ligados à modalidade?
Sim, o NARM sempre esteve próximo dos atletas, embora de uma forma mais suave, com exceção desta última parte do estado de emergência, em que tivemos mesmo que parar os treinos com jovens. Com os mais velhos, mantivemos toda a equipa a treinar e até simulámos provas na pista de cinza de Messejana.
Quantos atletas tinham federados, quando começou a pandemia? Qual o setor que tem mais peso na equipa, os escalões de formação ou os seniores e veteranos?
O Núcleo federou todos os atletas que possui como se o regresso às provas fosse para breve, o que afinal não aconteceu. Fizemos todas as despesas normais com esse processo de filiação (como seguros e medicina desportiva).O nosso universo, normalmente, é formado por 10 ou 15 jovens, nos diversos escalões de formação, e 10 ou 15 adultos, entre seniores e veteranos.
O recrutamento de novos atletas tem sido fácil? São os atletas que procuram o clube ou o inverso?
Habitualmente são os atletas procuram o nosso clube, incentivados pelos colegas e amigos que já estão na modalidade há mais tempo. O recrutamento, atualmente, é mais fácil, pois nos tempos que correm a atividade desportiva é um escape ao isolamento que a pandemia impõe.
Quando for possível retomar a competição espera que regressem todos os atletas ou já tem notícia de alguns abandonos?
Esperamos o regresso de todos, sem exceção, até em linha com aquilo que temos sentido, que é uma vontade enorme de voltarem às competições.
Como é que o Núcleo tem vivido este ano de inatividade provocado pela pandemia?
Naturalmente que temos vivido com preocupação, com as cautelas que se impõem e que têm sido aconselhadas pela Direção-Geral de Saúde. Mas temos sentido muita ansiedade, muita vontade de regressar à atividade, principalmente às competições.
Tem alguma nota de que, individualmente, os atletas têm realizado atividade no sentido de manterem os índices físicos?
Sim, os nossos atletas vieram à pista fazer prova de treino nas distâncias de cinco mil e 10 mil metros mais do que uma vez. Fizeram questão de treinar para apurarem a sua condição, claro que sem objetivos, sem homologação de tempos, apenas pela motivação de manterem os seus hábitos de prática desportiva.
Como se motivam os atletas para regressarem à atividade depois de uma tão prolongada suspensão da modalidade?
A motivação é essencial, principalmente junto dos atletas jovens, alguns dos quais estão mesmo a iniciar-se na modalidade. Temos que fazê-los pensar de uma forma positiva, fazê-los sentir que se devem focar no treino para atingirem o seu melhor nível desportivo antes de aparecerem em competição.
O Grande Prémio de Santa Bárbara (em Aljustrel), atualmente o vosso grande evento desportivo, não se pôde realizar no último ano. Tem esperança que regresse em 2021?
O Grande Prémio de Santa Barbara é um evento que envolve um grande número de atletas, talvez não seja possível a sua concretização este ano, só em setembro poderemos avaliar se existirão condições de se concretizar.
Como avalia o atual estado do atletismo regional?
Com a pandemia, o estado do atletismo regional não está, nem poderia estar, nas melhores condições, aliás acontece o mesmo nas outras modalidades. Para o futuro mais imediato, penso que se deverão selecionar algumas provas para concluir esta época e começar já preparar atempadamente a próxima temporada.
Que medidas podem ser tomadas para recuperar e valorizar a modalidade?
Poderíamos, por exemplo, agir à semelhança do que acontece na Associação de Atletismo do Algarve. Quando nós fazemos o Grande Prémio de Santa Bárbara, sabemos que muitos atletas do Algarve não comparecem para poderem pontuar nos critérios que existem por lá, e que englobam várias competições, incluindo provas de pista. Por cá, os atletas mais velhos não valorizam as provas de pista e vão para outros locais. Talvez seja a altura certa para o fazermos. Com a pista Fernando Mamede já requalificada, temos todas as condições para voltarmos a fazer provas de cinco mil e de 10 mil metros.
Recentemente houve alterações na estrutura diretiva da Associação de Atletismo de Beja. O que espera desta nova liderança?
Confio sempre nas mudanças que acontecem nas estruturas diretivas. Acredito que as pessoas se empenharão sempre em fazer mais e melhor, segundo os princípios que partilhamos de que o desporto é saúde, é liberdade.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt
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