sábado, 3 de abril de 2021

Portugal lidera grupo D do Europeu

 

Seleção Sub-21

Triunfo por 2-0 frente à Inglaterra deixa a Equipa das Quinas a um ponto da próxima fase.

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A Seleção Nacional sub-21 ficou este domingo mais perto dos quartos de final do Campeonato da Europa Hungria/Eslovénia 2021, após vitória por 2-0 sobre a Inglaterra, em Ljubljana,

Portugal entrou muito bem e conseguiu criar perigo logo aos 4’, através de um cabeceamento de Dany Mota que por pouco não resultou em golo. O lance parece ter galvanizado a equipa portuguesa, que partiu para uma primeira parte de posse de bola e lucidez nas decisões. Uma postura que facilitou nova hipótese clara de golo, aos 11’, com Fábio Vieira a rematar forte para defesa de Ramsdale. Ainda antes do intervalo, Florentino teve também a possibilidade de inaugurar o marcador, mas a bola vinha com demasiada força das mãos do guarda-redes inglês depois de um remate de Pedro Gonçalves e não havia condições para finalizar melhor.

A personalidade da equipa portuguesa ficou bem patente na forma como se agarrou à sua identidade para ter o controlo do jogo. Mostrando sempre organização nas suas ações, o conjunto orientado por Rui Jorge não só teve as ocasiões mais flagrantes de golo da primeira metade, como impediu a Inglaterra de as desenhar.

O intervalo chegou com sabor a injustiça: Portugal foi melhor e merecia estar a vencer.

A equipa nacional entrou para o segundo tempo com duas alterações: entraram Daniel Bragança e Trincão para os lugares de Gedson Fernandes e Forentino. Na prática, Portugal conseguiu conservar ainda mais o esférico em seu poder, apesar de não ter levado perigo iminente à baliza inglesa nos primeiros 10 minutos da etapa complementar. O processo defensivo, esse, continuava a revelar-se eficiente.

Aos 58’, Fábio Vieira ameaçou a baliza adversária com um remate perigoso e a formação orientada por Rui Jorge não teve de esperar muito mais para marcar o primeiro: Dany Mota obteve uma excelente finalização aos 64’, após passe de Pedro Gonçalves.

Confiantes na sua capacidade de reter a bola e encontrar espaços, os internacionais portugueses pareciam continuar seguros dos seus métodos para encontrar os caminhos do golo e a realidade deu-lhes ainda mais força para acreditarem nas suas convicções: aos 73’ Gonçalo Ramos sobre falta na área inglesa e Trincão atira a contar no minuto segundo desde a marca dos 11 metros.

A Inglaterra nunca se entregou, mas parece ter sentido muito o segundo golo português. Fortes fisicamente e muito velozes, os jogadores orientados por Aidy Boothroyd tentaram de tudo para diminuir a desvantagem, mas não conseguiram desorganizar o processo defensivo de Portugal.

No outro jogo do dia referente a este agrupamento, a Croácia venceu a Suíça por 3-2. 

Num jogo para guardar no álbum de melhores memórias, a Equipa das Quinas alcançou o primeiro lugar do grupo D do Europeu sub-21, com mais 3 pontos que a Croácia e a Suíça. Os ingleses estão no último lugar, ainda sem pontos somados.

Destaque para Dany Mota, que recebeu o prémio de melhor jogador em campo por parte da UEFA.

Na terceira e última jornada desta fase de grupos, Portugal defronta a Suíça num encontro marcado para a próxima quarta-feira, pelas 17h00, em Ljubljana.

Os comandados de Rui Jorge regressam ao trabalho esta segunda-feira, em Kodeljevo, pelas 15h00 (hora de Portugal Continental).

Rui Jorge em discurso direto:

“Fiquei satisfeito [com as melhorias pedidas]. Voltámos a estar bem defensivamente e melhorámos na segunda parte em termos ofensivos. Fizemos um bom jogo nas duas partes, embora tenha gostado mais da segurança com bola na primeira parte. Tivemos momentos muito bons. Na globalidade, gostei do jogo.

Faltou na zona central, onde tínhamos superioridade numérica, faltou-nos na primeira parte termos alguma confiança para jogar por lá. Temos atletas dotados tecnicamente, pelo que deveríamos ter jogado um pouco mais na primeira parte por essa zona. Corrigimos isso na segunda parte e conseguimos fazê-lo, até porque há qualidade.

O Florentino e o Gedson foram importantes na primeira parte pela forma como controlaram o jogo, mas fomos mais seguros como equipa com bola na segunda parte.

Direi o mesmo de sempre. É verdade que com seis pontos em dois jogos não estamos matematicamente apurados, por isso será mais do mesmo. Ou seja, vamos preparar o jogo, olhar para a Suíça com o cuidado que ela sempre nos mereceu e vai continuar a merecer. Mais do que o objetivo em termos de resultado, é fazer bem as coisas.

Com a Suíça vai ser igual. Independentemente do resultado que necessitemos, a nossa ideia vai ser demonstrar a qualidade dos nossos jogadores e ser uma equipa coesa.

Este grupo é muito homogéneo em termos de qualidade e não acho que haja ninguém aqui que se sinta suplente. Poderia haver tendência para um grupo menos saudável. De todo. É um grupo excelente de jogadores e com uma série de comportamentos, se calhar não tão visível para vocês, que me deixa muito orgulhoso de ser treinador desta equipa.

Ainda não tive acesso a números, mas agradou-me a forma como mantivemos a bola e uso que lhe demos. Com a vantagem no marcador soubemos ter paciência para defender mais baixo, sabendo que, quando recuperássemos, poderíamos ser muito perigosos.

Interessa-me pouco que eles digam que querem ganhar se depois não o demonstrarem. Mais importante do que dizerem, têm mostrado nos treinos, nas palestras e no descanso que querem ganhar e, consequentemente, no jogo. Vamos para o último jogo para tentar demonstrar a qualidade dos nossos jogadores, como fizemos hoje de sobremaneira.

Em Inglaterra hoje falarão com certeza muito bem da nossa seleção e dos nossos jogadores, alguns que por lá andam e outros que por lá irão andar. Essa é a parte importante da nossa presença neste nível de competições.

Na convocatória disse que, quando olho para o banco, não me falta nada. Se quero velocidade, tenho velocidade. Se quero mais qualidade a jogar de costas para a baliza, tenho-a. Tenho tantas soluções de qualidade que me permite não os rotular de titulares ou de suplentes e permite gerir o que acho que é melhor para determinado encontro.

Estivemos bem nos dois momentos. O contra-ataque do primeiro golo é muito bem definido pelo Pedro Gonçalves, que fez o passe no momento certo e teve uma grande finalização do Dany Mota, na sequência de uma grande recuperação coletiva de bola."

 

Dany Mota em discurso direto:

“O segredo é o trabalho. Penso que entrámos bem no jogo e criámos algumas ocasiões. Era um jogo complicado contra um adversário poderoso, mas o mais importante foi entrar mais forte ainda na segunda parte.

Entrámos melhor do que na primeira, tivemos mais posse e mais ocasiões. Veio o golo logo a seguir e estou muito feliz por isso, mas o mais importante eram os três pontos.

Todos sabemos que os ingleses têm aquele contacto mais forte, mas o mais importante era ter bola e circulá-la bem. A chave foi ter mais posse e foi uma vitória merecida.

Naquele momento só podia mesmo rematar. Houve um grande passe do Pote e, felizmente, entrou. Fizemos o nosso trabalho. Agora, é trabalhar para o próximo jogo.

O mais importante é a defesa e só depois vem o ataque. Se não sofrermos golos, estamos mais confiantes. Foi o que fizemos contra a Croácia. Não sofremos golos mais uma vez hoje e isso é importante para estarmos mais descansados. Sabemos que lá atrás fazem bem o trabalho deles e na frente também temos respondido bem.

Acho que o mais importante é ajudar a equipa. Como aconteceu contra a Croácia, estamos cá para ajudar a seleção. Cada um tem as suas qualidades. Hoje repeti e com trabalho as coisas vem naturalmente. Estou muito feliz pelo golo e pelos três pontos.

Todos fazem o seu trabalho para dar contributo à equipa. Individualmente, não vamos a lado nenhum. O mais importante é a equipa. Consegui fazer um passe para golo no jogo anterior e hoje marquei. É dar continuidade a este trabalho, que tem estado a ser muito bem feito. O grupo é muito forte e unido e a nossa força geral é essa.

Vamos com tudo para o último encontro, tal como fizemos hoje e contra a Croácia. Entrámos para os três pontos, porque a nossa mentalidade é jogo a jogo. É nisso que estamos focados, sendo que o próximo jogo também vai ser complicado.

A Suíça vai entrar muito forte porque vai querer passar. Está tudo em aberto. Não podemos facilitar e também vamos entrar com tudo. Com trabalho e aquilo que temos vindo a fazer defensiva e ofensivamente poderemos conquistar os três pontos.

É uma luta positiva [nas opções para a frente de ataque], já que estamos aqui todos para ajudar. Seja quem quer que jogue, o mais importante é o grupo e a vitória. Cada um faz o seu trabalho. Temos um grande grupo e isso é a nossa chave”.

 

 Fonte: FpF.PT

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