José Saúde
Despertar e as suas histórias
Vagueando, não sobre “um ninho de cucos”, mas sim acerca do conceito das realidades desportivas, onde o palanque desportivo jorra eternas imagens que ficarão para a posterioridade, eis-nos a aclarar conteúdos que guardo num baú recheado de inolvidáveis memórias. Aliás, é neste incessante caminho de fidedignas aprendizagens, sempre infinitas, onde a procura do saber “tem mais encanto”, que mergulho em reiteradas narrativas que ouso trazer a público. Citar o Despertar Sporting Clube ao longo da sua existência é erguer, bem alto, o nome do velhinho “Rasga” no mundo do dirigismo, e não só. Na década de 1920, século passado, o grande impulsionador de uma indefinível aventura que conheceu parâmetros inabaláveis, chamou-se Manuel Peladinho. O dirigente utilizou umas precárias instalações de uma antiga vacaria cedida por Manuel Agostinho Dias, local designado por “Pega Azul”, local que se situava na atual rua Frei Amador Arraias, em Beja, e ali se construíram as bases para o futuro. Narram os anais da história que aquele espaço foi a primeira sede oficial da agremiação. Do passado ressalta à estampa dirigentes cuja entrega ao emblema fora marcada por uma imaculada paixão. Francisco Assunção, vulgarmente conhecido pelo Chico da Boneca, foi um presidente com um saber, quiçá ancestral, na arte de bem tratar todo o clã do emblema do seu coração. Olho, atentamente, uma equipa de juniores em meados dos anos de 1950, sendo que ele lá está de um lado da foto e do outro Manuel Trincalhetas, um antigo guarda-redes do Luso e que fora um treinador que, à época, deixou escola no futebol bejense. Dessa equipa faziam parte Nói Alves, Julião, Tiago, Simenta, Ribeiro, Calhordo, Torpes (que depois transitou para o Vitória de Setúbal onde fez uma excelente carreira), Pireza, Gamito, Valdemar, Pardal e o Lobo, o guarda-redes suplente. Seguiu-se no comando da nau do Despertar o Zeca Pereira, um homem que tudo dava em prol do crescimento do clube abastado em histórias hilariantes. Singelo e afável, conheci o Zeca Pereira como presidente da agremiação despertariana aquando me foi dado o prazer de iniciar-me no futebol de formação. Um dirigente que tirava dinheiro do seu bolso para que nada faltasse a um orçamento pautado pela lealdade. O Zeca Pereira foi uma pessoa séria e de uma cordialidade desmedida para com o próximo. Mas, o Despertar jamais parou no tempo quer em valor patrimonial quer desportivamente. Possuía uma sede própria e não entrava pelo exclusivo trilho de resultados que o catapultasse para parâmetros superiores. Mas tarde, e sob a orientação do presidente Francisco da Lança Pereira Barbosa, o emblema alcançou, ocasionalmente, meritíssimos feitos desportivos. Depois, foi Mariano Baião, como líder da agremiação, que deu continuidade à grandeza do grémio, sobretudo no campo das infraestruturas. Construiu-se uma sede de raiz, erigida com dignidade, e um espaço onde se localiza uma bomba de combustíveis, áreas inseridas em pleno parque desportivo da cidade.
Fonte: Facebook de Jose saude
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