Um desafio aos mais audazes e aos mais aventureiros, para que tentem superar os próprios limites, descobrindo lugares, espaços e paisagens de extrema beleza no interior do Parque Natural do Vale do Guadiana, eis as propostas dos “Trilhos de Mértola”, já uma competição de referência.
Texto Firmino Paixão
Num concelho com a especificidade de Mértola, um território onde a história e a arqueologia se entrelaçam, onde a planície se esconde por entre a belezaagreste das encostas do Parque Natural do Vale do Guadiana, correr nas margens do ‘grande rio do sul’, numa virtual competição com as águas do seu caudal, é uma aventura irrecusável. Um desafio chamado “Trilhos de Mértola”, uma competição apetecível que, anualmente (exceto nos anos de acentuada crise pandémica) se repete, propondo aos participantes, raros momentos de lazer e de competição. A organização, este ano partilhada entre o município de Mértola e a novel Associação de Desportos de Natura (ADN) orgulha-se da enorme procura que o evento tem despertado nas comunidades local e regional, como admitiu Luís Costa, dirigente da ADN, sublinhando também que “o município de Mértola é o nosso principal promotor e financiador, dá-nos um apoio excecional, sem o qual não conseguiríamos fazer nada disto”.
Um regresso inevitável depois de uma curta paragem? Apesar de ter apenas seis edições, já é um evento prestigiado?
Sim, estávamos todos desejando de receber aqui o pessoal do trail, estava tudo ansioso, por mais uma edição dos Trilhos de Mértola. A prova foi bem preparada, foi um evento muito apreciado, apesar de ter sido durinho. Os atletas que conseguiram concluir a prova mereceram bem a medalha que lhes atribuímos no final. Já somos uma referência do trail no sul, porque esta prova conta para ao Circuito Nacional da Associação Trail Running de Portugal. Tivemos bastantes participantes, apesar de não termos conseguido responder a toda a procura, principalmente nas distâncias mais curtas, onde, realmente, nós tivemos muita gente. A prova também faz parte da Taça mAlengarve e o seu figurino é bastante bom para quem se inicia no trail, porque é uma prova inter-regiões.
Foi também a primeira edição de responsabilidade partilhada com a Associação de Desportos de Natureza de Mértola?
É um facto, nós formámos recentemente este clube, há cerca de um ano, os nossos atletas já corriam juntos e, em termos de organização da prova, foi realmente o primeiro ano sob a ‘bandeira’ da ADN, mas já tínhamos muita experiência adquirida nas edições anteriores. A prova era organizada pela Secção de Trail do Clube de Futebol Guadiana, mas mudou-se o conceito, o Guadiana ficou praticamente só com o futebol e nós separámos a atividade e formámos a nossa associação.
O número de participantes foi elevado embora não tenham ultrapassado números anteriores?
Não conseguimos receber mais participantes na Caminhada, nem no Trail Curto. Nesta edição, tendo em conta a pandemia, limitámos as inscrições nestas duas vertentes, ainda assim, em última hora abrimos mais cem vagas em cada área, que esgotaram rapidamente. A procura foi muita, tivemos oitocentas e trinta presenças, na quinta edição tivemos cerca de novecentas e cinquenta, portanto, ficámos um pouco aquém, mas porque tivemos em conta os condicionalismos que ainda se mantêm.
Um evento em que muitos participantes vêm só desfrutar da natureza, outros com um intuito marcadamente competitivo?
No Ultra Trail, prova que pontua para o circuito nacional, houve uma redução significativa de atletas devido à actual conjuntura sanitária, além de que, nesta data, também se realizaram outras provas para o circuito nacional e estão outras previstas, nomeadamente a final deste circuito, que se realiza este fim de semana (Trilhos do Paleozóico) e muitos atletas não podem acumular tantas provas, o que veio reduzir um pouco a presença, mas o quadro de concorrentes à Taça Alengarve ficou completamente preenchido e esgotou rapidamente.
Os percursos foram desenhados em pleno Parque Natural do Vale do Guadiana, o que significa logo um valor acrescentado a este evento?
Sim, nós costumamos dizer que os atletas correm ao lado do rio, a água do Guadiana está a correr para a foz e os atletas vão, ao lado, correndo para a meta. Os percursos foram traçados nas duas margens do rio, nós diversificamos em cada edição, para que os participantes não repitam os trilhos que já conhecem. Em cada ano têm um percurso diferente, com paisagens espetaculares, mesmo quem reside aqui em Mértola com certeza que passou por trilhos que não conhecia, porque é uma zona de grande sensibilidade ambiental. Temos sempre um retorno muito positivo de toda a gente, por isso nos consideramos já uma referência, também já lançámos percursos permanentes que as pessoas podem percorrer em qualquer momento e, ainda há dias, um senhor encontrou um lince num trilho a menos de um quilómetro de Mértola.
O vosso atleta Luís Duarte continua a ser a referência da Associação de Desportos de Natureza de Mértola?
Nós temos muitos bons atletas e temos conseguido muito bons resultados a nível regional e nacional, nomeadamente pódios por equipas nos 180 km do Estrela/Açor, na Serra da Estrela, e nas distâncias maiores temos, de facto, registado resultados muito relevantes mas, na vertente competitiva, sim, o Luís Duarte destaca-se, é um atleta de elite que faz parte da seleção nacional que já competiu em dois mundiais de trail. Portanto é um atleta
Fonte: https://diariodoalentejo.pt
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