A Associação de Patinagem do Alentejo e Algarve e a Associação de Patinagem de Setúbal uniram-se na organização do “2.º Torneio de Hóquei em Patins Sub/13”, que decorreu no Pavilhão Municipal António dos Anjos, evento que contou com o apoio do município de Castro Verde.
Texto Firmino Paixão
São realidades competitivas diferentes e os resultados dos jogos, ainda que não se valorizem muito, espelham os diferentes níveis competitivos das seleções que evoluíram no torneio. Mas esta foi também uma etapa para detetar talentos e proporcionar aos jovens hoquistas vivências diferentes. O presidente da Associação de Patinagem do Alentejo e Algarve (APA), Rui Mateus, deixou a mensagem de que “este é um trabalho quase contínuo. Felizmente que as duas associações coincidem neste tipo de metodologia, que é procurarmos sempre neste escalão de Sub/13, onde os atletas começam a ser confrontados com situações mais competitivas, menos formativas, menos recreativas, perceber e identificar quem são os atletas que mostram mais potencial ou que revelam ter uma maior expectativa de desenvolvimento”, sublinhando, contudo que “fazemo-lo sempre com uma nota que é, nesta fase, não podermos segregá-los. Não podemos dizer que os bons vão para um lado e os outros vão para outro”.
Contudo, o dirigente admitiu que “vamos já, mais ou menos, fazendo essa observação, porque, nestes escalões, pelo menos ao nível das associações, o importante é mantermos o foco para os miúdos evoluírem, à nossa guarda, chamemos-lhe assim”. Um trabalho de observação que tem no horizonte o Torneio Inter-regiões Sub/15 que a Federação de Patinagem de Portugal (FPP) organiza anualmente, concordou Rui Mateus.
“Sim, está sempre no nosso horizonte, é isso mesmo, por isso é que eu estava a insistir na ideia de que este é um processo contínuo. Nós estamos sempre a procurar os mais novos e até por uma questão educacional, que é os miúdos sentirem o que é fazerem parte de uma seleção regional, passarem do seu clube e virem para a seleção conviverem com outros atletas que, às vezes, estão do outro lado, que olham normalmente como adversários e aqui são companheiros de equipa”.
Porém, os resultados desta jornada partilhada entre as duas associações do sul revelam uma inquestionável diferença de potencial, mas o líder da APA, justificou que “isso também é geracional e circunstancial. Em algumas levas geracionais há uma associação que tem mais potencial do que outras, daí que se celebra o famoso torneio inter-regiões todos os anos e nós já estivemos mais acima, já estivemos mais abaixo, e por muito que o nosso trabalho seja sempre constante e pudesse ser sempre igual, que também não é, são circunstancias da vida, mas há uma série de coisas que contam para a evolução dos atletas e é isso que estamos aqui a fazer, a ajudá-los e a contribuir para que eles também possam crescer nesse sentido”.
A primeira edição deste torneio realizou-se em Sesimbra, território sob tutela da Associação de Patinagem de Setúbal (APS). Esta segunda veio para o Alentejo, uma partilha que Rui Mateus comentou, dizendo que “será, talvez, altura de enfatizar aqui uma coisa, infelizmente, depois de uns anos onde não foi possível esta interação, neste momento estamos com um grau de cooperação excelente com a Associação de Patinagem de Setúbal, que é, talvez, uma das que tem o mesmo tipo de problemas que nós”. E lembrou que: “Há uma dispersão territorial, a deles é menor do que a nossa, nós abrangemos quatro distritos, Faro, Beja, Évora e Portalegre, temos um número não muito elevado de clubes, temos vinte cinco na nossa área de intervenção, não sendo a associação com menos clubes, somos, pelo contrário, uma associação até bastante rica em clubes, mas quando vamos ao hóquei o número de equipas começa a reduzir. Temos quinze clubes no hóquei, mas o resultado em termos de equipas de todos os escalões começa a reduzir, porque muitos clubes só têm um ou dois escalões e isso torna difícil a conjunção”.
Nessa medida, realçou o dirigente, “talvez tenhamos aqui muito paralelismo e beneficiemos um bocadinho desta excelente parceria que está estabelecida, porque eles têm metodologias de trabalho semelhantes à nossa, trabalham muito na formação, percebendo que é através dela que teremos o crescimento dos clubes e dos atletas e que a grande questão mental que é preciso vencer é essa da distância, porque nós, no Alentejo e Algarve, estamos, infelizmente, muito afastados uns dos outros, e toda a atividade da associação, com todas estas distâncias, pesa até na dinâmica dos clubes, e nós vamos combatendo isso com estas parcerias que são fantásticas”.
Depois o simbolismo de o evento ter tido como palco o Pavilhão António dos Anjos, uma incontornável figura da patinagem alentejana. “O senhor António Anjos foi, rigorosamente, um dos primeiros dirigentes que eu conheci. Comecei a jogar hóquei no extinto Amador de Lagos e o meu primeiro jogo oficial foi, exatamente, aqui em Castro Verde, no antigo ringue. É um homem com muita força, muito ânimo e também como muito sentido de responsabilidade. Soube ajudar a conduzir o Castrense a ser um esteio da patinagem alentejana, o município fez muito bem em atribuir o seu nome a este pavilhão, foi uma justa homenagem, e nós, ainda queremos que ele seja considerado membro honorário da Federação de Patinagem de Portugal e estamos convencidos que o iremos conseguir na próxima assembleia geral”, concluiu.
RESULTADOS
- Setúbal Sado- Alentejo/Algarve Norte, 7-1;
- Alentejo/Algarve Sul-Setúbal Tejo, 0-7;
- Setúbal Tejo-Alentejo/Algarve Norte, 8-2;
- Alentejo/Algarve Sul- Setúbal Sado, 1-6.
- Fonte: https://diariodoalentejo.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário