O Beja Basket Clube promoveu a etapa sul do “26º Circuito Nacional Ticha Penicheiro”, em Mini/12 femininos, torneio em que participaram cerca de 120 jovens atletas, representando sete clubes do sul.
Texto Firmino Paixão
Patrícia “Ticha” Penicheiro, uma basquetebolista nascida na Figueira da Foz, que, durante 15 épocas, jogou na ‘WNBA-Woman National Basketball Association’ empresta o seu nome ao circuito que, há 26 edições, é organizado pela Federação Portuguesa de Basquetebol. A atleta portuguesa, que atuou nos Estados Unidos da América com as camisolas dos “Sacramento Monarchs”, no “Los Angeles Parks” e no “Chicago Sky” é, seguramente, uma referência para todas as jovens basquetebolistas que, no último sábado, estiveram no Pavilhão Municipal João Serra Magalhães, na cidade de Beja.
João Margalha, presidente do Beja Basket Clube, comentou que o objetivo principal destes torneios, que acontecem um pouco por todo o território nacional e que, na região alentejana, decorreram em Beja e em Vendas Novas, “é, essencialmente, a promoção do basquetebol feminino, efetivando a prática feminina do ‘basket’ e dando espaço competitivo onde ele existe pouco para os atletas minis, aliás, esse é sempre um problema que temos, portanto, desta maneira, damos alguma formalidade e alguma competição às jogadoras”. Sobre a entrega da organização ao clube bejense, o seu líder explicou que “a Federação procura entregar a organização aos clubes onde existe mais ‘basket’ feminino, que é o nosso caso, nós somos o clube de toda a associação com mais basquetebolistas femininos, também somos com mais masculinos e com mais basquetebolistas no geral, mas, no feminino, isso é particularmente importante. De qualquer forma o feminino é o setor que tem custado mais a recuperar depois da pandemia, enquanto no basquetebol masculino já ultrapassámos os valores que tínhamos em 2019, os femininos agora é que está a aproximar-se desses valores”. Contundo, é também um precioso momento competitivo para as jovens, concordou Margalha. “Sim, é um momento competitivo para os atletas, mas também oportunidades para os próprios clubes se reinventarem, ou seja, estas realizações, para serem concretizadas e bem conseguidas, têm que envolver o clube na sua totalidade. Temos que envolver os pais, os treinadores, porque nós não podemos levar a cabo uma organização com 120 atletas, com 24 jogos, servindo almoços, sem a participação total, quer das parte dos pais, quer da direção do clube, quer dos próprios atletas. Os atletas do clube são os árbitros das mesas, os pais asseguram os almoços, portanto, só assim é que se consegue, e este entrosamento também é muito importante. Trazer os pais aos clubes e fazê-los participar nas suas iniciativas é cada vez mais fundamental”. Na verdade, reforçou: “As modalidades só crescem se houver um envolvimento da sociedade nestas modalidades e se a comunidade, em si, achar que é importante a prática desportiva. Esse é também um aspeto muito relevante que se consegue com estas iniciativas”.
Outro fator associado a estes eventos será, por certo, uma oportunidade de detetar talentos, anuiu João Margalha. “Claro, aliás, existe um propósito da federação de, precocemente ir detetando esses talentos. Neste momento, por exemplo, o Beja Basket Clube tem, novamente, dois atletas em seleções nacionais, temos um em observação na seleção Sub/15 masculinos, outro em observação na seleção de Sub/16 masculinos. Como eu costumo dizer, num clube de província, no interior do Alentejo e numa cidade com vinte e tal mil habitantes, termos regularmente, todos os anos, atletas a participar em seleções nacionais em diversos escalões, é, digamos, um feito um bocado difícil de alcançar”. Ou seja, desafiámos, o Beja Basket Clube é um oásis do ‘basket’ no interior do país? “Claramente. Felizmente temos proporcionado jogadores às nossas seleções nacionais de uma maneira regular, o que significa que, se calhar, não trabalhamos assim tão mal”.
Entre os sete clubes presentes, o anfitrião apresentou duas equipas, revelou Margalha. “Trouxemos as Sub/12 e as Sub/10, uma equipa necessariamente mais fraquinha, mas a de Sub/12 também não estava completa, porque estamos a jogar com as principais atletas Sub/12 nos campeonatos do Algarve de Sub/14 femininos e, por isso, hoje faltam-nos aqui atletas. Não conseguimos estar em todo o lado, mas as atletas têm todos que rodar, o que interessa, mais do que a questão competitiva, é que joguem e que sejam confrontadas com as exigências dos escalões superiores, ou seja, se uma atleta já está muito desenvolvida em Sub/12, terá que passar para o escalão seguinte para ser confrontada com dificuldades, porque se não as sentir, não evolui, não cresce”. E crescendo, valorizando-se, pode dar asas ao sonho de um dia ser uma Ticha Penicheiro. “Claro, a Ticha é um ícone do basquetebol nacional e é um ícone do ‘basket’ feminino, é a melhor jogadora de ‘basket’ que o país teve, portanto, é uma referência para todas as jovens atletas, aquilo que elas eventualmente, se trabalharem, poderão um dia atingir”, concluiu João Margalha.
Classificação:
- 1.º Tubarões de Quarteira;
- 2.º SC Farense;
- 3.º Portimonense SC;
- 4.º Salesianos de Évora;
- 5.º Beja Basket Clube Mini12;
- 6.º NS Vendas Novas;
- 7.º AC Ferragudo;
- 8.º Beja Basket Clube Mini 10.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt
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