A Associação de Voleibol do Alentejo e Algarve teve um crescimento notável. Num curto espaço de 11 anos, cotou- se como a segunda maior associação do país e a com maior participação na vertente do Gira Vólei.
Texto Firmino Paixão
A última época desportiva veio confirmar todos os registos de crescimento da prática da modalidade e de valorização das competições regionais organizadas pela Associação de Voleibol do Alentejo e Algarve (AVAL). Ruben Lança, coordenador técnico da associação, sedeada em Castro Verde, assume isso mesmo. “Foi uma época que, seguramente, em todos os anos desde que estou na AVAL, foi a mais exigente e a mais desafiante mas, muito possivelmente, aquela que deu mais prazer e maior gosto de enfrentar nos últimos anos. Foi simplesmente fantástica e a todos os níveis”.
Quais os indicadores que atestam essas variantes?
Batemos recordes em número de inscrições, batemos recordes em organização de campeonatos, a formação no voleibol nunca esteve tão saudável, algo que nos preocupava durante o período mais intenso da pandemia. Tínhamos, de facto, alguma preocupação e algumas dúvidas sobre o que aconteceria, nessa área, no período pós pandemia, mas a verdade é que não se vieram a consumar as nossas preocupações e isso foi desde logo uma vantagem. Continuamos também a apostar nas atividades de ar livre e de praia, porque achamos que são fundamentais para o crescimento da modalidade e para a valorização das crianças e jovens praticantes, porque essas vertentes oferecem um leque de opções de prática diferente e que são fundamentais, porque lhe proporciona mais tempo de prática. Não acabámos logo ali, em março ou abril, contudo, isto dá muito trabalho e a verdade é que devemos estar em presença da época mais desgastante, mas também, e sem dúvida, a melhor época de sempre da AVAL.
Desafiante e exigente, porque a qualidade também tem vindo a crescer?
Sem dúvida. Sentimos algumas dificuldades no início da época, porque estivemos dois anos parados e percebemos que os atletas precisariam de muita competição para voltarem aos níveis anteriores mas, a verdade é que os mais novos, os que tinham menos tempo de prática, voltaram às competições com uma energia tremenda. Quem entrou de novo no voleibol também veio com muita vontade, enorme disponibilidade e a qualidade que, neste momento, constatámos existir nos campeonatos de ar livre, de praia e de indoor, têm um nível muito agradável. Uma confirmação de que a pandemia, ao contrário daquilo que todos nós pensávamos, foi uma contribuição extra para a motivação destes jovens e, a prova disso foi a etapa com que fechámos a época, aqui em Castro Verde, dois dias de competição que reuniu mais de 150 atletas que e com um nível muito apreciável. Sem dúvida que me sinto um diretor técnico muito feliz e muito realizado.
Vão surgindo também mais atletas e novos clubes?
Sim, podemos afirmar que, em vez de termos perdido atletas, até se verificou um crescimento no número de praticantes. Os fatores que estão subjacentes a essa variação positiva, ainda não os conseguimos identificar mas, a verdade é que crescemos, embora estejamos conscientes de que fizemos um trabalho estável, bem planeado, com ideias e objetivos bem realistas e uma vez chegados ao final da época desportiva, só temos que nos congratular e reconhecer que, no momento das maiores dúvidas, nós seguimos a rota certa. A meio desta época surgiu o Silves, conseguimos que eles ainda competissem, mesmo tendo chegado com a época a meio e ainda conquistaram um título, o que, em termos de motivação, para um clube que se inicie na modalidade, é um fator de motivação excelente.
Não é por acaso que a AVAL já é a segunda maior associação do país…
Sim, queremos continuar com esse estatuto e continuaremos a lutar para filiarmos mais atletas e mais clubes. Sabemos que a Associação do Porto, a maior do país em termos de número de clubes federados, é um mundo completamente à parte, mas a prova de que estamos a trabalhar bem, que estamos a cativar atletas e a surpreender toda a gente, é que, neste momento, somos a associação do país com mais alunos e crianças inscritos no Gira Vólei, uma atividade não federada, mas que é uma porta de entrada na modalidade. Estamos falar em 3500 praticantes, um crescimento fantástico, que nos coloca no topo das associações, neste projeto que é o mais importante na formação do voleibol. Mas temos que reconhecer que os clubes e as escolas têm sido uns parceiros fantásticos.
É o resultado da presença da AVAL nos Agrupamentos de Escolas?
Nós, apesar de sermos apenas dois técnicos, e de um estar apenas a meio tempo, não dizemos não às escolas. No início de cada ano letivo temos um contacto muito pessoal com todas as escolas, para sabermos se necessitam de algum material e depois oferecemos uma atividade, dinamizada por nós, e esta dinâmica tem sido cativante, por isso é que temos as escolas do nosso lado. Sentimos que estão muito confiantes no trabalho que realizamos e isso é gratificante.
Falta dar o tal salto para o Alentejo Central e Nordeste Alentejano?
É verdade. Já conseguimos chegar a alguns agrupamentos de escolas no Alto Alentejo, e com algum êxito, mas a verdade é que, neste momento, os recursos técnicos são muito curtos e as distâncias são muito longas. Se sairmos de Castro Verde para lá realizar uma atividade, demoramos um dia inteiro. Contudo, este ano visitámos alguns agrupamentos. Sentimos que ficaram agradados e tenho a certeza de que, a curto ou médio prazo, conseguiremos cultivar o voleibol em todo o Alentejo.
Já se olha para a próxima temporada?
Claro que sim. Ainda estávamos a meio desta época e já estávamos a programar a próxima. Temos estratégias importantes para mantermos este nível de crescimento e melhorar em alguns aspetos. Não queremos ser hipócritas, nem tapar os olhos com uma peneira e pensar que é tudo perfeito. Não é! Ainda temos que evoluir muito, sobretudo na formação de treinadores, de árbitros, também no contexto de competição existem alguns pontos a limar, mas tenho a certeza de que o próximo no será fantástico.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt/
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