sábado, 29 de outubro de 2022

Futebol que não interessa

 

Sexta-feira, 7 Outubro, 2022

Carlos Pinto

JORNALISTA | DIRECTOR DO "CA"

São vários os casos de “crises” que, ao longo dos anos, abalaram os clubes do distrito de Beja. O “pós-Chalaça” do Desportivo de Beja (do qual o emblema da Rua do Sembrano parece nunca ter recuperado) é, talvez, o mais paradigmático de uma coletividade desportiva em crise, mas do interior ao litoral do Baixo Alentejo os exemplos são mais que muitos.
Ainda assim, em 2022-2023, entrámos numa “nova dimensão” de crises, pela mão do recém-fundado União Serpense, que prometeu altos voos (sobretudo aos seus jogadores), mas que acabou por cair com estrondo ao fim de apenas quatro temporadas. A equipa viu-se forçada a desistir da sua participação no campeonato distrital da 1ª divisão desta época e, dias depois, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) sinalizou como vítimas de tráfico de seres humanos seis atletas seus recrutados no continente sul-americano.
Segundo o SEF, aos jogadores foram “prometidas condições remuneratórias que não foram cumpridas e exigido o adiantamento de avultadas quantias, alegadamente para o pagamento de taxas administrativas, que nunca chegaram a ser devolvidas”.
Um caso lamentável e que coloca a descoberto uma faceta do futebol que pouco ou nada interessa: a dos alegados investidores e/ou empresários que, à custa da paixão pelo futebol e do sonho de ser um atleta de sucesso, vão iludindo os mais incautos com os seus “cantos de sereia”.
Que este caso sirva de exemplo a todos os dirigentes, treinadores e atletas. E também para os adeptos, aqueles que realmente amam o clube e sofrem com os seus desaires…

Fonte:  https://correioalentejo.com

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