domingo, 11 de dezembro de 2022

“Mineiro Aljustrelense tem de andar nos nacionais”

 

José Luís Arake (Mineiro)
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A equipa do Mineiro Aljustrelense lidera campeonato distrital da 1ª divisão (cuja segunda volta da fase regular arranca este domingo, 4) e o técnico José Luís Prazeres assume, em entrevista ao “CA”, que o objetivo é mesmo ser campeão e voltar a colocar o clube tricolor nos nacionais.

O Mineiro Aljustrelense chegou ao final da primeira volta da fase regular do campeonato distrital na liderança, com os mesmos pontos que o FC Castrense mas com vantagem no confronto direto. Este primeiro lugar assenta bem à sua equipa?

Penso que sim! Temos apenas duas derrotas – uma merecida, com o Despertar, onde fizemos o nosso pior jogo, e outra em Moura, que foi dos melhores jogos que fizemos esta época. Nos restantes jogos realizados [oito] merecemos a vitória, o que faz com que este primeiro lugar nos assente bem. Ainda que isso valha o que vale nesta altura, que não vale nada. Não há campeões à 11ª jornada, mas repito: este primeiro lugar assenta-nos bem pelo trabalho que os jogadores têm realizado, pela vontade e pela entrega que têm demonstrado nos jogos e nos treinos, e pela honra que têm em vestir a “tricolor”, que é o mais importante.

Como avalia a prestação da sua equipa nestas 11 jornadas de campeonato?

Queremos sempre mais e melhor, seja em que equipa for, e obviamente que gostávamos de ter 10 vitórias. Podemos sempre pedir mais, mas até ao momento da parte da direção não nos tem faltado nada, os jogadores têm tido uma entrega excecional e estou satisfeito. Pese embora a satisfação seja sempre relativa, pois quando ganhamos 1-0 queremos ganhar por dois, quando empatamos queremos ganhar e não gostamos nada de perder.

O Mineiro Aljustrelense entrou nesta temporada para ser campeão? O presidente Ricardo Galope disse que sim em entrevista ao “CA”, em setembro…

O Mineiro neste momento, com a ajuda de toda a gente, tem acima de tudo bases. Há muitos anos que o clube não tinha tantos escalões de formação e começa a ter bases, como a Bandeira da Ética, o processo de certificação [de entidade formadora]… O Mineiro está a criar bases sólidas para que o futuro seja mais risonho e poder fazer uma aposta maior em malta da terra, da zona e da região. O futebol parte cada vez mais para a globalização, ou seja, é cada vez mais difícil arranjar jogadores no distrito e tivemos que ir fora buscar muitos. Não que não haja qualidade – até porque sou defensor acérrimo da qualidade do jogador alentejano –, mas tivemos que fazer um plantel com mais malta de fora e com o objetivo claro de sermos campeões. Vamos ter que o ser dentro de campo, vamos ter que dar tudo e é isso que temos pedido. Queremos ganhar todas as competições, mas também sabemos das dificuldades que temos pela frente. Mas é claro que o nosso objetivo é ser campeão. Que me perdoem os outros emblemas, mas o Mineiro tem de andar nos nacionais. O Mineiro é um clube com estatuto nacional e é lá que o queremos deixar. E espero que – com ou sem o Zé Luís [Prazeres] – o Mineiro consiga, em curto espaço de tempo, chegar onde já chegou com jogadores como o Nelson Raposo, Carlos Estebaínha, Catchana, [Ricardo] Bia, Tonico, Nuno Alves e outros tantos, que conseguiram defender as cores do Mineiro naquilo que, na altura, era uma verdadeira 3ª Liga. Um sonho que eu tenho é ver o Mineiro novamente nesses campeonatos, mas isso tem de ser passo a passo, pois este “Distritalão” é muito difícil e os pontos são caros. Mas digo claramente que ser campeão é o objetivo assumido no início da época e é por isso que vamos lutar.

“Um sonho que eu tenho é ver o Mineiro novamente nesses campeonatos [nacionais], mas isso tem de ser passo a passo, pois este ‘Distritalão’ é muito difícil e os pontos são caros.”

E nessa corrida pelo título quem coloca como principais rivais do Mineiro Aljustrelense?

A tabela classificativa explica claramente quem são os clubes supostamente mais fortes e que vão lutar pelos mesmos objetivos. Falo do Mineiro, obviamente, mas também do FC Castrense, do Despertar e do Moura AC. São quatro clubes, até pela classificação, que vão lutar pelos mesmos objetivos. Mas temos que contar com todos…

O Mineiro Aljustrelense descansou na última jornada, depois de um jogo em Castro Verde muito polémico, em que venceu (0-3) e onde o José Luís foi expulso. Mais tarde disse, numa rádio, que se sente perseguido pelas arbitragens. Por que acha que é tratado de forma diferente pelos árbitros do distrito de Beja?

Prefiro não falar mais sobre esse assunto. Siga para a frente.

O campeonato distrital da 1ª divisão volta a ser disputado em duas fases. Há opiniões distintas sobre este modelo competitivo – qual é a sua?

Pessoalmente, sou a favor deste modelo.

Porquê?
Para já, obriga a ter muito mais compromisso por parte dos jogadores. Agora treino o Mineiro, que luta pela subida, mas já treinei o “Ferróbico” ou o próprio Despertar, em que lutávamos pela manutenção. Se tivermos um campeonato “normal”, sem segunda fase, nas últimas jornadas há duas equipas que já desceram. Ou então não desce nenhuma… E é diferente jogar com essas equipas em setembro ou depois em fevereiro ou março. Porque nessa altura já ninguém vai treinar, não ganham a ninguém e não há compromisso, ninguém quer saber de nada e por aí fora. Por esse motivo, mesmo com quatro ou cinco pontos, com uma segunda fase, essa equipa ainda tem hipóteses de garantir a manutenção. E havendo essa possibilidade, há mais compromisso por parte dos atletas. Por outro lado, este modelo permite jogos mais competitivos, o que leva mais gente ao estádio e, a nível financeiro, é melhor para os clubes. Por tudo isto acho que este modelo é o melhor. E voltando ao que disse no início, as equipas vão ter de se preparar cada vez mais para o futuro, porque há poucos jogadores na região. E havendo poucos jogadores, temos de ir buscar fora. Isso leva a que haja menos equipas e, por isso, temos de tornar o campeonato mais competitivo e com mais jogos. Até porque pergunto: valerá a pena um clube gastar 4.000 ou 5.000 euros em inscrições para só fazer 20 jogos? Ou os próprios sócios pagaram 12 meses de quotas para verem apenas cinco ou seis meses de futebol? Não me parece justo…

Fonte: https://correioalentejo.com

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