domingo, 25 de dezembro de 2022

O grupo 6 do Interassociações Futebol de 9 Sub/16 Feminino competiu na cidade de Beja

 

Um futuro promissor...
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Uma das fases zonais (grupo 6) do Torneio Interassociações de Futebol Sub/16 Feminino realizou-se, na cidade de Beja, palco onde competiram as seleções representando as associações de Beja, de Évora e Setúbal.

 

Texto Firmino Paixão

 

O conjunto sadino levou a melhor sobre os seus opositores, com uma vitória folgada, por 5-0, sobre as eborenses, e um triunfo mais apertado, 2-1, sobre a equipa bejense. O confronto entre as duas formações alentejanas terminou com uma igualdade sem golos.

 

 

Como resultado desta competição intercalar, na fase final, a disputar em Viseu, entre os dias 14 e 16 de abril de 2023, a Associação de Futebol de Setúbal disputará a Liga Ouro, a Associação de Futebol de Beja (AFBeja) voltará a competir na Liga Prata (à semelhança da edição anterior, na Guarda, onde venceu essa mesma liga) e a Associação de Futebol de Évora entrará na Liga Bronze.

 

José Guilherme, diretor técnico nacional adjunto da Federação Portuguesa de Futebol (para os escalões Sub/15 a Sub/20), esteve na cidade de Beja a assistir ao torneio e teve oportunidade de dizer ao “Diário do Alentejo”: “Estes torneios são extremamente importantes para o desenvolvimento das meninas e do futebol feminino a nível nacional, e esses são os principais fatores, sobretudo as vivências que elas passam a ter, a convivência umas com as outras, e isto é essencial para consolidarem o gosto pela prática do futebol feminino, para o desenvolvermos em Portugal, de forma transversal, seja mais no litoral, seja mais no interior. Esta é a forma que nós temos de promover esse desenvolvimento”.

 

O técnico considerou que: “Estas etapas são determinantes, porque estes são os escalões onde constatámos que existe um maior abandono da prática do futebol no feminino, e este tipo de torneios permite solidificar essa prática e permite que elas tenham vivências que as fidelize ao futebol”.

 

José Guilherme concordou que existe um acentuado desequilíbrio entre praticantes dos diferentes géneros. “Sim, existe realmente um défice, mas nós estamos a trabalhar nisso, estamos contentes com os últimos resultados, porque aquilo que transparecem é que há um desenvolvimento muito grande e, fundamentalmente nos escalões mais jovens, onde temos um aumento significativo de praticantes nas meninas mais novas, de Sub/7 para cima, que é espetacular e que faz com que o desenvolvimento futuro seja promissor”.

 

Por outro lado, o coordenador técnico da AFBeja, o professor Vítor Rodrigues, fez notar que “o torneio foi o culminar do trabalho de alguns anos e, quando chegamos a estes momentos, temos que mostrar aquilo que nós fazemos a outras regiões e à estrutura técnica nacional”, completando que “é este o fruto do nosso trabalho que, neste caso concreto, sofreu alguns reveses, porque umas meninas que estavam preparadas para treinar, por uma ou por outra razão, não puderam estar presentes e, neste torneio, aqui na nossa cidade, ficámos um bocadinho aquém daquilo que podíamos dar mas, com a certeza absoluta que todas elas continuarão, mais uma vez, a dar o máximo e a representar da melhor maneira o distrito de Beja”.

 

Sobre a exiguidade da base de recrutamento, comparativamente com outras regiões, o técnico adiantou que: “Este ano, a direção e o gabinete técnico da AFBeja decidiram que as atletas de escalão superior poderiam jogar no escalão abaixo, exatamente para que, nos locais onde não existem equipas exclusivamente femininas, as jogadoras pudessem estar em competição”.

 

Sublinhando: “O nosso objectivo, no futuro, será fazermos um campeonato só de equipas femininas. Estamos a tentar desenvolvê-lo através do Centro de Treino que implementámos, este ano, em Moura. EmPias também estamos a dar os primeiros passos. Em Mértola, Aljustrel e Ferreira do Alentejo também estamos a tentar, como em Beja, e será assim um pouco por todo o distrito”.

 

O que se pretende, explicou Vítor Rodrigues, “é que, em vez de serem as miúdas a virem cá, vamos nós ter com elas, porque já bastam as dificuldades que elas sentem, todos os fins de semana, para poderem jogar, para virem do litoral para o centro, ou do centro até à margem esquerda, e, por isso, decidimos que seremos nós a ir aos diferentes locais”.

 

Algo que já aconteceu, por exemplo, em Odemira, mas as grandes dificuldades prendem-se, principalmente, com a dimensão do território tutelado pela AFBeja e o coordenador técnico ironizou mesmo ao revelar que: “Quando nos reunimos, com a Federação, brincam connosco dizendo que a largura do nosso distrito é a largura do Algarve. Só que, no sul temos a Via do Infante, que liga rapidamente todas as localidades algarvias, e nós temos estradas que nem quero qualificar, mas que todos nós conhecemos”.

 

O técnico fez igualmente questão de sublinhar a grande entrega e o valor das jogadoras, garantindo que: “Elas têm total disponibilidade e, sobretudo, muita qualidade”.

 

Lembrando que: “Basta olharmos para as atletas que têm sido chamadas às selcções nacionais e isso é resultado da dedicação e da disponibilidade das atletas para trabalhar, não aqui na seleção, mas nos diferentes clubes. Sim, porque o contributo que dão à seleção, é o resultado do trabalho que fazem diariamente nos clubes. Tem sido essa a mensagem que lhes temos passado. E isso quer dizer que os clubes estão a trabalhar bem. Continuamos a acreditar que sim e estamos disponíveis, também, para qualquer tipo de troca de reflexões sobre aquilo que se passa no futebol feminino, porque está provado que existe qualidade. Se ponderarmos a baixa densidade populacional com tudo o que já conseguimos, com tudo o que temos feito nos últimos anos, concluímos que é graças aos talentos do futebol feminino baixo alentejano”.

 

 Fonte: https://diariodoalentejo.pt

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