sábado, 7 de janeiro de 2023

Bola de trapos, edição de 6/01/2023, no Diário do Alentejo

 

José Saúde
2023
E eis o Ano Novo de 2023 a iniciar mais uma etapa de existência desportiva! O Universo, na sua grandeza, é propício a contextos de uma quadra festiva, que já passou, mas sendo que o seu espírito propagar-se-á de geração para geração. Dantes, ou seja, na minha/nossa genealogia, a família, na noite de Natal, juntava-se junto à chaminé, com lume feito no chão, comia o ensopado do galo à meia noite, cozinhado em panelas de barro, deixavam-se os sapatinhos junto à lareira e o resto da noitada era de um frenesim constante, esperando-se pelo alvorecer do novo dia onde o Menino Jesus, não o Pai de Natal dos tempos modernos, lá deixava as prendinhas para crianças que se regalavam com os lápis de chocolate, ou com uma as sombrinha, ou ainda com um saquinho de bombons. Desportivamente o Natal e o Ano Novo assumiam-se como tempo de paz. Nesses idos, de 1950, pouco se falava do cosmos desportivo e nem pensar dos moribundos caminhos que o prodígio hoje padece. Murmurava-se sobre os “5 violinos” do Sporting – Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano - e, na década de 1960, das proezas do Benfica com as conquistas de dois Campeonatos Europeus, enquanto por estas bandas sul alentejanas a população se regozijava com os feitos oficiais alcançados com o emblema da Mina de São Domingos, ou do Futebol Clube de Serpa, Campeão Nacional da III Divisão, época 1956/1957, do Desportivo de Beja, Despertar Sporting Clube, Moura Atlético Clube, Sporting de Cuba, Mineiro Aljustrelense, Sporting Ferreirense, Odemirense, de entre outros que se intrometiam no seio dos consagrados, ou dos desafios aos domingos entre povoações vizinhas. Para trás, muito anteriormente, restavam as memórias dos derbies citadinos bejenses entre o Luso de Beja, União Sporting Clube, Clube Desportivo Glória Pax Júlia, Pax Júlia Atlético Clube, Despertar, e outros, escassos, mas que se agigantavam perante esses “poderosos” de então. É óbvio que os tempos de agora são outros e completamente opostos. A Associação de Futebol de Beja, fundada a 30 de março de 1925, foi construindo as suas próprias infraestruturas, a secretaria ganhou uma nova alma com funcionários a tempo inteiro, as suas instalações atuais, assim como as mais recentes, trouxeram uma outra dinâmica ao futebol distrital, sendo também verídico que o Conselho de Arbitragem conseguiu, em determinado tempo, ter três árbitros internacionais: Mário Alves, antes, Rosa Santos e Veiga Trigo, depois. Os métodos associativos evoluíram e trabalha-se, com perseverança, todos os escalões inerentes aos seus conteúdos e novos clubes surgiram à liça. Todos ganharam com a empreendedora linha orientadora de uma Associação, cujo crescimento físico e infraestrutural nos é sobejamente conhecido. O mesmo sucedeu com toda a área desportiva, onde as várias modalidades evoluíram de forma segura. Que 2023 vos traga os êxitos sonhados, mas sempre na base do respeito recíproco!
Fonte: Facebook de JOse saude

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