Vera Costa tem 26 anos e é uma das grandes entusiastas do futebol feminino na região
A dona da bola
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FUTEBOL. Antiga atleta da Selecção, Vera Costa é jogadora-treinadora em Aljustrel e treinadora em Figueira de Cavaleiros.
Longe vão os tempos em que o futebol era um exclusivo de homens de barba rija. E não, não nos estamos a referir ao "estilo de passerelle" que Cristiano Ronaldo e David Beckham trouxeram para dentro das quatro linhas, mas sim à cada vez maior paixão que a modalidade desperta junto do público feminino. Como é o caso de Vera Costa, que tem dedicado grande parte dos seus 26 anos à bela arte de chutar a bola. Literalmente!
"O futebol para mim é tudo! Desde que me conheço que me dedico ao futebol de corpo e alma", revela ao "CA" a jovem que já correu quase todo o país em nome da sua paixão pelo desporto-rei. "Cheguei a jogar em Aveiro morando cá no Alentejo".
Tudo começou em Aljustrel, terra onde nasceu em 1984, ao serviço do Mineiro Aljustrelense. "O meu pai foi director do clube e eu comecei lá a jogar quando tinha quatro anos. E a partir daí nunca mais parei!", lembra. Nessa altura, Vera Costa jogava com rapazes, o que continuou a fazer quando se mudou para o Ferreirense. "Se calhar até pensavam que eu era um rapaz, pois tinha o cabelo curtinho", conta.
Mas a partir dos 13 anos tudo mudou. Foi então que passou a integrar a equipa sénior feminina do emblema de Ferreira do Alentejo, seguindo depois por uma miríade de clubes: Bairro da Conceição, Almada, Aveiro, Quarteira, Lagos. "Foram tantos que já não sei", reconhece Vera Costa, que ainda passou por Portalegre até regressar ao distrito de Beja. Pelo meio, em 2002, teve a experiência única de disputar um Europeu ao serviço da Selecção Nacional de sub-19.
"Representar o nosso país é sempre bom", conta. "Mas depois afastei-me. Tive que ir trabalhar, ir à procura do meu futuro. […] E hoje prefiro jogar com os meus amigos que estar na Selecção Nacional. Porque a Selecção era apenas um objectivo. Atingi, acabou!", acrescenta.
O que "falhou" mesmo no currículo de Vera foi a possibilidade jogar no estrangeiro, mas ainda hoje a atleta não está arrependida de ter dito não ao convite dos espanhóis do Huelva. "Ir para o estrangeiro ganhar 800 euros não é nada e no futebol feminino não se passa disso. E estar a ir jogar para fora e depois ter que pedir dinheiro aos meus pais não valia a pena".
Jogadora… e treinadora
Vera Costa está hoje de "armas e bagagens" na região. E ocupação não lhe falta: à frequência do curso de Desporto na Escola Superior de Educação de Beja (está no segundo ano, mas já pensa num mestrado em alto rendimento) junta o trabalho como directora no Mineiro Aljustrelense, tarefas que concilia com o cargo de treinadora nas escolinhas do Figueirense e o de jogadora-treinadora no seu próprio clube, o Crazy Mission Sports, que fundou em 2009 e actualmente compete no campeonato distrital feminino em parceria com o emblema mineiro.
"Optei por formar uma equipa minha para dar a estas raparigas a oportunidade que não tive. E elas hoje têm tudo! Esta é a oportunidade que não tive", conta a atleta, reconhecendo passar "quase 24 horas por dia a pensar em futebol".
E é precisamente a paixão que nutre pela modalidade que alimenta o seu optimismo relativamente ao crescimento do futebol feminino em terras alentejanas. "Ter pernas para andar tem, mas têm que acreditar no futebol feminino. E as pessoas ainda não acreditam! E se os clubes não se interessam, quem se vai interessar? Isto tem de partir de nós, clubes e Associação [de Futebol de Beja], caso contrário não vai para a frente", argumenta.
VERA COSTA
jogadora e treinadora de futebol
"Hoje prefiro jogar com os meus amigos que estar na Selecção Nacional. Porque a Selecção era apenas um objectivo.
Atingi, acabou!"
Fonte: http://www.correioalentejo.com/"O futebol para mim é tudo! Desde que me conheço que me dedico ao futebol de corpo e alma", revela ao "CA" a jovem que já correu quase todo o país em nome da sua paixão pelo desporto-rei. "Cheguei a jogar em Aveiro morando cá no Alentejo".
Tudo começou em Aljustrel, terra onde nasceu em 1984, ao serviço do Mineiro Aljustrelense. "O meu pai foi director do clube e eu comecei lá a jogar quando tinha quatro anos. E a partir daí nunca mais parei!", lembra. Nessa altura, Vera Costa jogava com rapazes, o que continuou a fazer quando se mudou para o Ferreirense. "Se calhar até pensavam que eu era um rapaz, pois tinha o cabelo curtinho", conta.
Mas a partir dos 13 anos tudo mudou. Foi então que passou a integrar a equipa sénior feminina do emblema de Ferreira do Alentejo, seguindo depois por uma miríade de clubes: Bairro da Conceição, Almada, Aveiro, Quarteira, Lagos. "Foram tantos que já não sei", reconhece Vera Costa, que ainda passou por Portalegre até regressar ao distrito de Beja. Pelo meio, em 2002, teve a experiência única de disputar um Europeu ao serviço da Selecção Nacional de sub-19.
"Representar o nosso país é sempre bom", conta. "Mas depois afastei-me. Tive que ir trabalhar, ir à procura do meu futuro. […] E hoje prefiro jogar com os meus amigos que estar na Selecção Nacional. Porque a Selecção era apenas um objectivo. Atingi, acabou!", acrescenta.
O que "falhou" mesmo no currículo de Vera foi a possibilidade jogar no estrangeiro, mas ainda hoje a atleta não está arrependida de ter dito não ao convite dos espanhóis do Huelva. "Ir para o estrangeiro ganhar 800 euros não é nada e no futebol feminino não se passa disso. E estar a ir jogar para fora e depois ter que pedir dinheiro aos meus pais não valia a pena".
Jogadora… e treinadora
Vera Costa está hoje de "armas e bagagens" na região. E ocupação não lhe falta: à frequência do curso de Desporto na Escola Superior de Educação de Beja (está no segundo ano, mas já pensa num mestrado em alto rendimento) junta o trabalho como directora no Mineiro Aljustrelense, tarefas que concilia com o cargo de treinadora nas escolinhas do Figueirense e o de jogadora-treinadora no seu próprio clube, o Crazy Mission Sports, que fundou em 2009 e actualmente compete no campeonato distrital feminino em parceria com o emblema mineiro.
"Optei por formar uma equipa minha para dar a estas raparigas a oportunidade que não tive. E elas hoje têm tudo! Esta é a oportunidade que não tive", conta a atleta, reconhecendo passar "quase 24 horas por dia a pensar em futebol".
E é precisamente a paixão que nutre pela modalidade que alimenta o seu optimismo relativamente ao crescimento do futebol feminino em terras alentejanas. "Ter pernas para andar tem, mas têm que acreditar no futebol feminino. E as pessoas ainda não acreditam! E se os clubes não se interessam, quem se vai interessar? Isto tem de partir de nós, clubes e Associação [de Futebol de Beja], caso contrário não vai para a frente", argumenta.
VERA COSTA
jogadora e treinadora de futebol
"Hoje prefiro jogar com os meus amigos que estar na Selecção Nacional. Porque a Selecção era apenas um objectivo.
Atingi, acabou!"
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