O mestre atirador de Beja
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TIRO DESPORTIVO. Depois de ter representado Portugal em cinco Jogos Olímpicos, antigo atirador bejense João Rebelo tem um novo desafio em mãos.
Em Belgrado, capital da Sérvia, fez-se ouvir o hino… de Portugal. Foi na passada semana, quando a jovem Ana Rita Rodrigues se sagrou campeã da Europa de juniores de fosso olímpico, uma das vertentes de tiro desportivo. Um título muito festejado e que teve o "dedinho" do bejense João Rebelo, antigo atirador que é desde o passado mês de Março o seleccionador (e treinador) da equipa das quinas de fosso olímpico.
"Sempre vivi o tiro como atirador e esta é uma experiência nova", admite ao "CA" João Rebelo, que foi contratado pela Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça (FPTAC) com um propósito bem claro: tentar garantir o apuramento de um atirador português para os Jogos Olímpicos de 2012, que decorrerão na cidade inglesa de Londres.
Uma meta que Rebelo assume ser "extremamente difícil" de alcançar tendo em conta o momento da modalidade em Portugal. "Mas esta era uma aposta aliciante e como tal aceitei. Porque apesar de termos poucos atiradores e pouca matéria-prima para trabalhar, achei que havia dois ou três atiradores em que valia a pena apostar", conta.
A vitória de Ana Rita Rodrigues em Belgrado é um sinal de que algo está a mudar, mas para já a atiradora nestas contas por ser júnior. Daí que as esperanças "olímpicas" de João Rebelo estejam totalmente centradas em José Manuel Faria, João Paulo Azevedo e Paulo Hilário, atiradores com quem tem vindo a trabalhar nos últimos meses e cujos resultados obtidos na capital da Sérvia, onde estavam em disputa cinco vagas para Londres, não foram os desejados.
Com o tempo a correr, resta no calendário o Mundial da modalidade (agendado para Setembro, de novo em Belgrado), onde estará em disputa a última vaga disponível para as Olimpíadas. Uma espécie de "tudo ou nada" que faz João Rebelo manter vivo – com muito realismo à mistura – o sonho de ver um dos seus três atletas garantir o objectivo de viajar até Londres.
"Em três meses de trabalho os atletas passaram os seus resultados de [marcas de] 117 para 121, o que já nos dá alguma margem de confiança", sublinha.
De Los Angeles a Sidney
Continue ou não no cargo, a entrada de João Rebelo para seleccionador nacional de fosso olímpico é, para muitos, o corolário lógico na carreira daquele que foi um dos mais brilhantes atiradores da sua geração, contando no currículo diversos títulos nacionais e internacionais. Feitos a que junta a presença em cinco Jogos Olímpicos consecutivos, a primeira das quais há precisamente 25 anos, em 1984, na cidade norte-americana de Los Angeles.
"Ir aos Jogos Olímpicos é indescritível! É um sonho tornado realidade, em que parece que entramos noutro mundo onde tudo é diferente", conta o atirador bejense, que além de Los Angeles também representou Portugal nas Olimpíadas de Seul (em 1988, onde foi porta-estandarte da comitiva nacional na cerimónia de abertura), Barcelona (1992), Atlanta (1996) e Sidney (2000).
Tudo isto leva João Rebelo a reconhecer que teve uma carreira "muito positiva", ainda que nem sempre devidamente reconhecida na cidade que o viu nascer, crescer e formar família. "Pelo que fiz e pela dedicação que sempre tive ao desporto em prol do país, sinto que fui bastante esquecido pela terra em si. Inclusivamente até desprezado por algumas pessoas que convivem nesta terra", lamenta.
"Sempre vivi o tiro como atirador e esta é uma experiência nova", admite ao "CA" João Rebelo, que foi contratado pela Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça (FPTAC) com um propósito bem claro: tentar garantir o apuramento de um atirador português para os Jogos Olímpicos de 2012, que decorrerão na cidade inglesa de Londres.
Uma meta que Rebelo assume ser "extremamente difícil" de alcançar tendo em conta o momento da modalidade em Portugal. "Mas esta era uma aposta aliciante e como tal aceitei. Porque apesar de termos poucos atiradores e pouca matéria-prima para trabalhar, achei que havia dois ou três atiradores em que valia a pena apostar", conta.
A vitória de Ana Rita Rodrigues em Belgrado é um sinal de que algo está a mudar, mas para já a atiradora nestas contas por ser júnior. Daí que as esperanças "olímpicas" de João Rebelo estejam totalmente centradas em José Manuel Faria, João Paulo Azevedo e Paulo Hilário, atiradores com quem tem vindo a trabalhar nos últimos meses e cujos resultados obtidos na capital da Sérvia, onde estavam em disputa cinco vagas para Londres, não foram os desejados.
Com o tempo a correr, resta no calendário o Mundial da modalidade (agendado para Setembro, de novo em Belgrado), onde estará em disputa a última vaga disponível para as Olimpíadas. Uma espécie de "tudo ou nada" que faz João Rebelo manter vivo – com muito realismo à mistura – o sonho de ver um dos seus três atletas garantir o objectivo de viajar até Londres.
"Em três meses de trabalho os atletas passaram os seus resultados de [marcas de] 117 para 121, o que já nos dá alguma margem de confiança", sublinha.
De Los Angeles a Sidney
Continue ou não no cargo, a entrada de João Rebelo para seleccionador nacional de fosso olímpico é, para muitos, o corolário lógico na carreira daquele que foi um dos mais brilhantes atiradores da sua geração, contando no currículo diversos títulos nacionais e internacionais. Feitos a que junta a presença em cinco Jogos Olímpicos consecutivos, a primeira das quais há precisamente 25 anos, em 1984, na cidade norte-americana de Los Angeles.
"Ir aos Jogos Olímpicos é indescritível! É um sonho tornado realidade, em que parece que entramos noutro mundo onde tudo é diferente", conta o atirador bejense, que além de Los Angeles também representou Portugal nas Olimpíadas de Seul (em 1988, onde foi porta-estandarte da comitiva nacional na cerimónia de abertura), Barcelona (1992), Atlanta (1996) e Sidney (2000).
Tudo isto leva João Rebelo a reconhecer que teve uma carreira "muito positiva", ainda que nem sempre devidamente reconhecida na cidade que o viu nascer, crescer e formar família. "Pelo que fiz e pela dedicação que sempre tive ao desporto em prol do país, sinto que fui bastante esquecido pela terra em si. Inclusivamente até desprezado por algumas pessoas que convivem nesta terra", lamenta.
João Rebelo | |
João Rebelo nasceu com o "dom" do tiro. É o próprio que o afirma e talvez assim se explique o sucesso deste bejense nascido há 50 anos na modalidade que cedo abraçou. Em 1979, quando tinha 18 anos, conquistou pela primeira vez o campeonato nacional e a Taça de Portugal em fosso olímpico e depois disso muitas mais vitórias se seguiram, com destaque para os títulos colectivos de campeão da Europa em 1985 e do Mundo em 1987, além do triunfo na Taça do Mundo no Koweit em 1999. Galardoado em 2000 pelo Governo com a medalha de honra de mérito desportivo, João Rebelo esteve em cinco Jogos Olímpicos e em 1989 estabeleceu um novo recorde mundial em 28 gramas. Texto de Carlos Pinto http://www.correioalentejo.com |
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