Texto de Carlos Pinto
Carlos Simão regressou ao "activo" no Aldenovense e quer ganhar a Taça. Um desejo manifestado ao "CA", onde também lembra os últimos meses passados no Desp. Beja.
"Dei demasiado ao desportivo de Beja"
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Pensou muito antes de aceitar o convite para treinar o Aldenovense? De facto, já não estava à espera de trabalhar no futebol esta época. E o que me levou a aceitar o convite do Aldenovense foi a forma como fui abordado pelo presidente e o passado do clube, que tem história e uma massa adepta que o vive muito apaixonadamente.
O compromisso é só para esta época ou já prevê o campeonato de 2012-2013? A minha ida é muito "pontual" e apenas no sentido de ajudar a equipa a recuperar alguns lugares na classificação e procurar chegar o mais longe possível na Taça [do Distrito de Beja].
Ou seja, a partir de agora a Taça passa a ser a grande prioridade do Aldenovense? É evidente que quando estamos em duas competições e estando longe de ganhar uma – que é o nosso caso no campeonato –, teremos de procurar chegar à final e ganhar.
Regressa ao "activo" depois de em Novembro ter saído do Desportivo de Beja. O que o levou a deixar o clube nessa altura? Porque já previa a situação do Desportivo de Beja… Repare, só aceitei o convite [na última temporada] por paixão, por ser um filho da terra e por ser um clube que me diz muito. Mas como esta era uma situação que previa, antecipei a minha saída. Dei demasiado ao Desportivo de Beja – como muita gente tem dado! –, sempre numa perspectiva de, dentro das minhas tarefas, ajudar um clube que tem andado com a casa às costas, desorganizado, perdendo a sua identidade e as suas raízes.
Sente que o seu trabalho foi inglório? Inglório não, porque consegui na primeira fase aquilo que se pretendia: evitar que o clube caísse na 2ª divisão distrital. Depois continuei numa perspectiva de, dentro das minhas tarefas, tentar ajudar o clube a ganhar um caminho. Mas depois veio a saída prematura do presidente…
Ficou desiludido com a demissão de Jorge Parente? Fiquei desiludido, porque não teríamos continuado este processo. Teria sido mais claro, quando acabámos a época passada, se as pessoas colocassem a questão de forma mais límpida. Ainda hoje não sei porque é que o engenheiro [Jorge] Parente saiu. Porque ele não nos disse nada!
Está a "dever-lhe" uma explicação? Não tem de explicar nada. Percebo a situação do presidente, que não é fácil! É praticamente um homem só a fazer muita coisa com coisas dele [sorriso] e isso não é nada agradável. Ainda para mais numa cidade que se afastou completamente do seu futebol, num momento e numa conjuntura social, política e económica muito difícil… Percebi tudo isso! Mas não se pode, passado um mês ou dois de começarmos uma época e tendo todos os escalões a trabalhar, perder o nosso pilar, que é o presidente.
Que futuro prevê para o Desportivo de Beja? O Desportivo é um clube com grande história, o maior do Baixo Alentejo, conhecido a nível nacional e que se tem perdido. Acho que o problema do Desportivo de Beja é de pessoas. Pessoas que gostem, de facto, do clube, que tenham uma ideia forte para a instituição e que não se desviem dessa ideia.
Crê que isso será possível na actual conjuntura? Duvido! Apesar de me doer muito quando digo isto! Mas cada vez mais vejo o clube a ficar mais pobre… em tudo.
Está arrependido de ter feito o que fez nos últimos anos em prol do clube? Nunca, nunca… Só estou incomodado por ver um clube de que tanto gosto morrer todos os dias.
O compromisso é só para esta época ou já prevê o campeonato de 2012-2013? A minha ida é muito "pontual" e apenas no sentido de ajudar a equipa a recuperar alguns lugares na classificação e procurar chegar o mais longe possível na Taça [do Distrito de Beja].
Ou seja, a partir de agora a Taça passa a ser a grande prioridade do Aldenovense? É evidente que quando estamos em duas competições e estando longe de ganhar uma – que é o nosso caso no campeonato –, teremos de procurar chegar à final e ganhar.
Regressa ao "activo" depois de em Novembro ter saído do Desportivo de Beja. O que o levou a deixar o clube nessa altura? Porque já previa a situação do Desportivo de Beja… Repare, só aceitei o convite [na última temporada] por paixão, por ser um filho da terra e por ser um clube que me diz muito. Mas como esta era uma situação que previa, antecipei a minha saída. Dei demasiado ao Desportivo de Beja – como muita gente tem dado! –, sempre numa perspectiva de, dentro das minhas tarefas, ajudar um clube que tem andado com a casa às costas, desorganizado, perdendo a sua identidade e as suas raízes.
Sente que o seu trabalho foi inglório? Inglório não, porque consegui na primeira fase aquilo que se pretendia: evitar que o clube caísse na 2ª divisão distrital. Depois continuei numa perspectiva de, dentro das minhas tarefas, tentar ajudar o clube a ganhar um caminho. Mas depois veio a saída prematura do presidente…
Ficou desiludido com a demissão de Jorge Parente? Fiquei desiludido, porque não teríamos continuado este processo. Teria sido mais claro, quando acabámos a época passada, se as pessoas colocassem a questão de forma mais límpida. Ainda hoje não sei porque é que o engenheiro [Jorge] Parente saiu. Porque ele não nos disse nada!
Está a "dever-lhe" uma explicação? Não tem de explicar nada. Percebo a situação do presidente, que não é fácil! É praticamente um homem só a fazer muita coisa com coisas dele [sorriso] e isso não é nada agradável. Ainda para mais numa cidade que se afastou completamente do seu futebol, num momento e numa conjuntura social, política e económica muito difícil… Percebi tudo isso! Mas não se pode, passado um mês ou dois de começarmos uma época e tendo todos os escalões a trabalhar, perder o nosso pilar, que é o presidente.
Que futuro prevê para o Desportivo de Beja? O Desportivo é um clube com grande história, o maior do Baixo Alentejo, conhecido a nível nacional e que se tem perdido. Acho que o problema do Desportivo de Beja é de pessoas. Pessoas que gostem, de facto, do clube, que tenham uma ideia forte para a instituição e que não se desviem dessa ideia.
Crê que isso será possível na actual conjuntura? Duvido! Apesar de me doer muito quando digo isto! Mas cada vez mais vejo o clube a ficar mais pobre… em tudo.
Está arrependido de ter feito o que fez nos últimos anos em prol do clube? Nunca, nunca… Só estou incomodado por ver um clube de que tanto gosto morrer todos os dias.
Repensar a carreira | |
Campeão distrital pelo FC Serpa e pelo FC Castrense em 2006 e 2008, respectivamente, Carlos Simão viu a sua carreira de treinador "estagnar" nos últimos anos, nos quais apenas orientou o "histórico" (mas aflito) Desportivo de Beja. Um cenário que o técnico bejense quer alterar de ora em diante, até porque, admite, não tem "feitio nem mentalidade para andar a treinar só por andar". "Não quero andar no futebol só por andar, sem um compromisso profissional em termos de atitude e quase ‘obrigado’ a ter jogadores com pouca ambição, que só jogam por jogar. Tudo isso faz com que tenha de repensar o meu futuro", anuncia Simão. Fonte http://www.correioalentejo.com |
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