quinta-feira, 1 de março de 2012

Milfontes não entra em utopias


texto: Carlos Pinto / foto: DR
Emblema de Vila Nova de Milfontes não sonha com a subida
Milfontes não entra em utopias

Equipa de Vila Nova de Milfontes ocupa actualmente a segunda posição no campeonato distrital da 1ª divisão.
FUTEBOL. Presidente Fernando Cabecinha garante que clube está estabilizado financeiramente e não quer "entrar em loucuras".
Não voar muito alto para depois não ter de sofrer uma queda ainda maior. Parece ser essa a "regra de ouro" entre os dirigentes do Clube Desportivo Praia de Milfontes, emblema que quer apenas manter os bons registos desportivos dos últimos anos, com uma equipa de futebol sénior competitiva e cada vez mais jovens a praticar a modalidade nos escalões de formação.
   "O Milfontes tem condições para ser um clubezinho jeitoso. Ir mais além é utópico e entrar em loucuras é um erro. Continuar assim já não era mau", afiança ao "CA" o presidente do clube do Litoral Alentejano, Fernando Cabecinha, que adopta um discurso cauteloso e contraditório ao entendimento da maior parte dos agentes do futebol distrital, que apontam o Milfontes como sério candidato à subida à 3ª divisão nacional, a par do FC Castrense.
   "Vamos lutar até ao fim, mas não se pode dizer que lutamos para ser campeões. Vemos o que aconteceu ao Odemirense, ao FC Serpa e mesmo ao FC Castrense… Sem dinheiro não temos hipóteses de ir muito longe. A realidade é esta e apesar de irmos lutar até ao fim o nosso objectivo passa apenas por fazer um bom campeonato, à semelhança dos últimos anos", sublinha o dirigente.
   Contudo, a moderação de Fernando Cabecinha "esmorece" quando se trata de abordar as metas da equipa na Taça do Distrito de Beja, competição onde o Milfontes foi finalista vencido na última temporada e onde em 2011-2012 já chegou aos quartos-de-final, defrontando a 11 de Março o "vizinho" Odemirense.
   "No futebol tudo é possível. Estamos bem encaminhados para chegar de novo à final, mas há três anos também estávamos esperançados e depois de estarmos a ganhar 2-0 ao Odemirense acabámos por perder no prolongamento. O futebol é assim e vamos ver como vai ser", diz.
  
Dificuldades… e novidades
   O momento desportivo é positivo, mas também o dia-a-dia do Milfontes é marcado pelas dificuldades. "É como nos outros clubes: não há dinheiro [risos]! E não havendo dinheiro não há vícios", afiança Fernando Cabecinha, garantindo que a dívida do clube ronda actualmente os 40 mil euros, apesar de "já ter andado nos 130 ou 140 mil euros". "A situação está estabilizada", diz.
   Para 2011-2012 o Milfontes conta com um orçamento de quase 40 mil euros, valor inferior ao da última temporada. "Estamos a fazer o campeonato que estamos a fazer e com menos custos que o ano passado", assegura o presidente, garantindo que a verba necessária é garantida pelo subsídio da Câmara de Odemira (cerca de metade) e pelas iniciativas que o clube promove durante o Verão.
   Com quase 35 anos de existência (serão cumpridos a 15 de Julho) e perto de seis centenas de associados, o emblema sediado em Vila Nova de Milfontes é hoje uma das principais instituições desportivas do concelho de Odemira, tendo a sua actividade centrada exclusivamente no futebol.
   "Neste momento não temos hipótese de ter outras actividades. Além dos seniores, nos escalões de formação temos juvenis, iniciados, escolinhas e traquinas. Ou seja, são mais de uma centena de atletas", revela Fernando Cabecinha, que anuncia novidades para a próxima temporada desportiva: "Está previsto entrarmos no futsal e no atletismo".
capitão de primeira!

Andou pelas escolas do Sporting, jogou na 1ª divisão nacional com a camisola do Sp. Braga e do Gil Vicente e desde 2006 que representa o Milfontes. Rui Guerreiro é o actual capitão da equipa do Litoral Alentejano e aos 37 anos ainda não pensa em "pendurar" as botas. "Gosto de lutar todos os domingos por um objectivo e sinto-me bem. E enquanto for assim, vou andar por aqui", garante o veterano jogador ao "CA", olhando para trás com "alguma nostalgia". "Fui chamado à selecção nas camadas jovens, depois cheguei à 1ª divisão nacional, ainda joguei na Taça UEFA e uma final da Taça de Portugal… São muitos momentos bons que ficam na memória", diz Rui Guerreiro, ciente de que fez tudo o que estava ao seu alcance para ter continuado mais tempo ao alto nível. "Às vezes mais vale cair em graça que ser engraçado e foi um bocado isso que aconteceu. Faltaram-me oportunidades", garante.
Fonte:  http://www.correioalentejo.com

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