sexta-feira, 29 de junho de 2012

Benfiquistas de Grândola repõem Circuito Jorge Nunes: As pedaladas da tradição grandolense



A Casa do Benfica de Grândola decidiu repor no bastante rico e vasto calendário de eventos desportivos da Vila Morena o Prémio Jorge Nunes em ciclismo, homenageando um antigo ciclista do Benfica natural da terra.

Texto e foto Firmino Paixão
Um circuito urbano com a extensão de 2,4 quilómetros desenhado numa das principais artérias de Grândola, a avenida Jorge Nunes, toponímia dedicada a um antigo médico, homónimo do ex-ciclista homenageado.

A prova foi aberta às categorias de populares, elites e veteranos, teve o apoio logístico do município de Grândola e técnico da Associação de Ciclismo de Setúbal e Comissão de Juízes e Cronometristas de Santarém. Concorreram mais de seis dezenas de ciclistas nas várias categorias, a título individual e em representação de sete equipas, entre elas as alentejanas da Casa do Benfica de Almodôvar, Clube de Ciclismo do Litoral Alentejano, de Grândola, e Atlético Sport Clube, de Reguengos de Monsaraz. No plano competitivo, e apesar da forte oposição dos corredores da equipa local, a Casa do Benfica de Almodôvar conseguiu ganhar em dois escalões e vencer a prova coletivamente. João Portela e Vítor Faria, ambos da equipa almodovarense, ganharam as corridas de elites e veteranos B, respetivamente. Gualdim Carvalho (CC Litoral Alentejo) triunfou em veteranos A e João Marques (Paio Pires) venceu a prova de veteranos B. Na corrida para populares, Nelson Lopes ganhou o escalão de seniores e, em veteranos, o triunfo foi de Francisco Viana, da equipa do Centro Recreativo de Santa Vitória/Beja, que está em fase de organização e se apresentará no dia 17 de julho naquela freguesia do concelho de Beja.

David Santos, presidente da Casa do Benfica de Grândola, disse ao Diário do Alentejo que foi uma homenagem justíssima a um antigo corredor do Sport Lisboa e Benfica, que, não tendo corrido muitos anos, correu o suficiente para poder merecer estar aqui hoje a receber esta justa homenagem, o primeiro prémio de ciclismo que a Casa do Benfica de Grândola organizou. E lembrou que, simultaneamente, se fez uma reposição dos circuitos que no passado se realizavam em Grândola: Esta foi uma réplica dos circuitos que aconteciam em Grândola nas décadas de 50 e 60 e que se perderam com o tempo. São coisas que vivem muito à volta da carolice. Havia um homem em Grândola muito entusiasta do ciclismo, que era o Francisco Marta Maru, falecido há uns anos, e era esse homem que fazia com que os circuitos acontecessem em Grândola. Isso morreu com ele. Neste momento a Casa do Benfica está a tentar ressuscitar este circuito e fazer com que o SLB fique mais dignificado com estes eventos, referiu o dirigente dos benfiquistas. E afirmou ainda: Vamos continuar com esta iniciativa, talvez noutra época do ano, porque o tempo nesta altura está muito quente, vamos pensar em abril ou maio que é mais fresco. E aludindo à inexistência de uma equipa de ciclismo no Benfica lembrou: O Sport Lisboa e Benfica, efetivamente, não foi muito feliz com as equipas de ciclismo, mas mandou uma embaixada. A Benfica TV veio cobrir este evento, sinal de que no Benfica também gostam de ciclismo, concluiu.

Jorge Nunes, o antigo ciclista alvo da homenagem, hoje administrador de uma entidade bancária, confessou: É com orgulho que aqui estou, embora não considere isto uma homenagem, acho que foi mais um pretexto para que se fizesse esse circuito aqui na avenida, mas, de qualquer forma, agradeço a ideia e o esforço das pessoas que se dedicaram a isto, os dirigentes da Casa do Benfica de Grândola.

Jorge Nunes insistiu ainda: Entendo que foi um bom pretexto para se retomar este circuito na avenida Jorge Nunes e ainda bem que assim foi, porque era um circuito tradicional que se fazia todos os anos em Grândola, uma prova após a Volta a Portugal e uma segunda mais tarde, para atletas amadores, como este de hoje. E lembrou esses tempos: Assim que se começou a falar nisto, recordei a forma como eu uma vez me comportei nessa prova, tinha ali um sinal que era talismã, eram 25 voltas e eu ganhei 22, de cinco em cinco voltas havia um prémio e eu ganhei-os todos, apanhei um ritmo que começava a sprintar num determinado sítio e era bem-sucedido. São recordações que ficam e que não conseguimos esquecer. Ainda bem que é assim.


Classificações:

Elites/20 voltas (48 km): 1.º João Portela (CB Almodôvar), 1.19.32 h; 2.º David Costa (CC Litoral Alentejano), 1.19.46; 3.º Carlos Faria (individual), 1.19.46. Média do vencedor: 36,211 km/h.
Veteranos A/20 voltas (48 km): 1.º Gualdim Carvalho (CC Litoral Alentejano), 1.19.32 h. 2.º Carlos Carapinha (ASC Reguengos), 1.19.35; 3.º João Santos (ASC Reguengos), 1.19.46. Média 36.211 km/h.
Veteranos B/12 voltas (28,8 km): 1.º Vítor Faria (CB Almodôvar), 47,02m; 2.º Duarte Azenha (Pinabike), 47,18. 3.º Luís Gomes (CC Litoral Alentejano), 48,44. Média do vencedor: 36,740 km/h.
Veteranos C/12 voltas (28,8 km):
1.º João Marques (CC Paio Pires), 47,23m; 2.º Francisco Romão (ASC Reguengos), 50.03; 3.º Pedro Alves (CC Centro), 50.03. Média do vencedor: 36,469 km/h.
Populares <40 anos/oito voltas (17,5 km): 1.º Nelson Lopes, 32,11m; 2.º Pedro Dias, 32.11; 3.º Luís Barradas, 32,11.
Populares> 40 anos/oito voltas (17,5 km): 1.º Francisco Viana, 32.15; 2.º Rui Serrazina, 32.15. 3.º Eduardo Vaquinhas, 32.21.
Equipas:
1.º CB Almodôvar, seis pontos. 2.º CC Litoral Alentejano, seis. 3.º Atlético Sport Clube, sete.
Fonte:  http://da.ambaal.pt

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