sexta-feira, 6 de julho de 2012

Modalidade tem em Beja um clube de referência: Pesca desportiva precisa de união



O Clube Bejense dos Amadores de Pesca Desportiva (Cbapd), fundado há mais de 60 anos (1959), tem sobrevivido às vicissitudes do tempo e afirma- -se como uma das boas referências da pesca desportiva alentejana.

Texto e fotos Firmino Paixão
António Geraldo, há poucos meses na presidência do clube, revela as dificuldades do dia a dia de uma coletividade que promove uma modalidade com a dupla vertente de lazer e competição, apela à união entre os pescadores das diversas coletividades e deixa o repto para um projeto que possa ancorar a pesca desportiva ao desenvolvimento da região.

O Clube Bejense dos Amadores de Pesca Desportiva continua a ser uma referência?Continua a ser uma boa referência na pesca desportiva do Alentejo e estamos a tentar que o clube não morra, porque é muito difícil arranjarmos pessoas com tempo para isto. Um clube destes requer alguma disponibilidade. A direção é composta por 16 elementos mas, geralmente, são cinco ou seis que fazem com que isto ande, nomeadamente a equipa técnica, que tem mais o trabalho de campo na organização das provas.

Aumentou o número de associados?Recentemente entraram mais alguns sócios, mas as dificuldades são tremendas, temos um problema com a juventude que está um pouco alheada de um desporto que é muito saudável.

Os apoios são suficientes?Os apoios das entidades são muito poucos. Recebemos do município cerca de 800 euros referentes ao ano de 2011. A receita de quotização é fraca, compreendemos que as pessoas também não podem mais, temos cerca de 300 sócios, mas só pouco mais de 100 é que pagam a quotização. Também concessionámos a exploração do bar, sempre é mais uma fonte de receita.

Que provas organizam?Temos um campeonato intersócios onde podem competir pescadores de outros clubes. Depois temos a prova rainha, inserida nas festas da cidade, o Grande Prémio Cidade de Beja, uma prova de grande envergadura que chegou a ter 200 ou 300 concorrentes e este ano teve pouco mais de 30. Tudo isto é porque as pessoas ao nível de clubes e associações estão um pouco desunidas, facto que eu tenho dificuldade em compreender.

A pesca desportiva tem evoluído?Tem evoluído muito. Face ao novo regime jurídico, a Federação Portuguesa de Pesca Desportiva teve que formar juízes e treinadores, por isso, ao nível competitivo, a modalidade está a evoluir no sentido de nos equipararmos com as melhores potências. Mas nós precisamos de mais união entre os agentes da modalidade.

Os jovens não procuram muito esta modalidade?Não temos muitos jovens a pescar e temos poucas condições para isso. Há outros clubes com apoios institucionais mais substanciais e qualquer deslocação que façam têm apoio nos transportes. Nós pagamos o transporte do nosso bolso. O clube paga cerca de 3 000 euros de inscrições à federação em atletas que eram para terem representado o clube a nível nacional e alguns deles foram para o Norte passar um fim de semana e nem as provas fizeram. Enquanto eu for presidente quem quiser ser federado paga a sua taxa de filiação.

Um concurso de pesca sem uma boa montra de prémios já não é atrativo?A pesca tem duas variantes: o tipo de pescador que pesca por prazer e os caça troféus. Quem participa nos concursos como federado está em competição e todos querem ganhar, mas se for um concurso particular já temos prémios monetários e às vezes artigos de pesca que já têm um preço interessante. Temos que distinguir esses dois tipos de competição.

O pescador atual preocupa-se com o ambiente e a preservação das espécies...Claro, se não for assim chegamos a uma altura em que chegamos a um plano de água e para além de não termos espécies para pescar nem sequer conseguimos estar bem connosco próprios.

A associação regional tem defendido bem os interesses da modalidade?Vejo que os dirigentes da associação têm estado a fazer o melhor que sabem e o melhor que podem atendendo às condições que nós temos. Muitas coisas continuam a não ser perfeitas, mas quando temos projetos para desenvolver precisamos da união e apoio de todos, senão dificilmente se atingem essas metas. Não consigo perceber como é que num meio destes há tantas intrigas.

A pesca desportiva já é uma atividade cara?Enquanto competição amadora já é cara e se optarmos pela alta competição é caríssima. Mas este desporto bem aproveitado e apoiado pelas autarquias teria um retorno económico de que as pessoas ainda não se aperceberam. Temos todas as condições para isso, mas falta-nos uma pista. A de Pedrógão está geograficamente bem colocada, mas o nível da albufeira está sempre a variar. Era importante desenvolvermos um projeto intermunicipal para a criação de uma pista, porque num raio de ação de 50 quilómetros temos inúmeros clubes que potenciariam esse retorno económico para a região. 

Fonte:  http://da.ambaal.pt

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