João Miguel Coimbra Aurélio
23 anos, nascido a 17 e agosto de 1988, em Beja 2000 a 2004 Clube Desportivo de Beja
2004/2005 Despertar Sporting Clube
2005 a 2007 Vitória de Guimarães
2007/2008 Penalva do castelo
2008/2012 Nacional da Madeira
Naturais da freguesia de Nossa Senhora das Neves, nascidos na formação do Desportivo de Beja, os gémeos João e Luís Aurélio faziam a delícia de quem assistia aos seus jogos.
Texto e foto Firmino Paixão
Jogavam com uma invulgar intuição, havia um elo entre ambos que era a força motriz da equipa. Um dia separaram-se. João rumou à cidade berço para daí projetar o seu bem sucedido percurso de profissional de futebol. Luís só mais tarde teve a sua oportunidade, mas já está no segundo patamar do futebol português. As opiniões dividem-se na avaliação da qualidade individual de cada um, mas ao lado um do outro eram excecionais. Completavam-se. Mas hoje é o Luís, jogador do Nacional, que, na primeira pessoa, fala da sua vivência e dos projetos que tem para o futuro.
É sempre um prazer jogar na sua cidade?Fui sempre muito acarinhado enquanto joguei pelos clubes de Beja e sinto que as pessoas têm algum orgulho em que eu me tenha conseguido projetar para o futebol nacional. Agradeço isso do fundo do coração. Também me senti muito orgulhoso em voltar a Beja, agora a representar o Nacional, sou sempre muito acarinhado aqui.
É importante sentir esse apoio?Sim, foi muito gratificante ouvir os aplausos do público quando entrei em campo e sobretudo quando o meu nome foi referido como jogador bejense e capitão da equipa, senti a alegria das pessoas. É muito importante para um jogador sentir esses toques positivos.
A última vez que tinha jogado em Beja foi com a camisola da seleção nacional...Esse foi um momento que eu jamais esquecerei, foi um grande jogo, recordo também o golo que marquei, são momentos que ficam guardados para sempre na nossa memória.
Que avaliação faz do seu percurso no futebol profissional?O meu salto de Beja para Guimarães foi fundamental, permitiu-me evoluir como jogador. Durante o percurso pela 2.ª Divisão B (Penalva do castelo) ainda tive mais crescimento e, depois, a chamada à seleção nacional deu-me alguma visibilidade, até que surgiu esta oportunidade no Nacional, onde estou a dar continuidade a esse processo evolutivo. Estou na Madeira há cinco épocas, estou forte, sinto-me bem, espero ter continuidade.
Já deu algum passo de que se tenha posteriormente arrependido?Não. Supostamente as pessoas poderiam ter pensado que a minha saída de Guimarães para o Penalva, da segunda divisão B, teria sido um passo atrás, mas não foi, tenho a certeza, foi mesmo um passo em frente, porque eu confiava em mim, as minhas qualidades sobressaíram e isso permitiu-me dar o salto para o Nacional.
Está de pedra e cal nesse clube?Vamos ver, gosto de representar o Nacional da Madeira, as pessoas gostam de mim e eu gosto delas, sou muito acarinhado pelo público madeirense, e pelos nacionalistas em particular, sinto-me bem e estou-lhes muito grato.
Agora treinado por Pedro Caixinha, outro bejense…Pois, eu já conhecia o Pedro, como é óbvio, estou no Nacional há mais tempo do que ele, mas cada um desenvolve aquele que é o seu trabalho, naturalmente que temos um forte espírito de entreajuda porque o fundamental é o coletivo, só com um grupo forte e unido é que conseguiremos os nossos objetivos. Não podemos pensar que tendo um treinador de Beja terei mais facilidades, não... se eu não trabalhar, se não me aplicar e não corresponder às expectativas dele, é óbvio que não jogarei.
Nesta época o clube vai jogar por um lugar para a Europa?No ano passado começámos o campeonato menos bem, depois veio o mister Caixinha e as coisas melhoraram, ele soube lidar com o grupo e nós unimo--nos e crescemos bastante bem, e isso refletiu-se no bom rendimento que tivemos na reta final do campeonato. Este ano esperamos dar continuidade a esse trabalho. A Liga Europa é sempre a nossa meta, trabalhamos todos dias com o olhar nesse objetivo.
O João tem concorrência no plantel, terá que lutar muito pela sua titularidade?Claro, o Tomé é um excelente jogador, veio de uma liga inferior mas isso não quer dizer nada, é um jogador com qualidade, que eu conhecia, jogou comigo no Penalva, estamos os dois a disputar o lugar, mas cada um faz o seu trabalho em prol da equipa, porque é o grupo que está primeiro.
Voltar a jogar ao lado do gémeo Luís não se perspetiva tão cedo?É um sonho que nós temos. Saímos de Beja para conquistarmos o nosso espaço noutros clubes. O Luís, felizmente, está já na 2.ª Liga (Tondela), está a crescer e vai continuar esse trajeto. Quem sabe se um dia nos reencontraremos na mesma equipa. Não é impossível...
O João sonha com voos mais altos?Sou um jovem com apenas 23 anos, só tenho que sonhar com grandes voos, é legítimo sonhar com projetos de outra dimensão, é por isso que trabalho no Nacional todos os dias com este empenho e esta dedicação.
E um possível regresso à seleção nacional?O sonho de qualquer jogador profissional é representar a seleção principal, sei que é muito difícil, a seleção tem muitos bons jogadores, mas as pessoas estão atentas, se um dia surgir essa oportunidade espero agarrá-la da melhor maneira e dignificar o nome de Beja, que é o nosso orgulho.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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