Cerca de 260 quilómetros de troços ferroviários
desativados no Alentejo vão ser transformados em ecopistas e formar uma rede,
com outros percursos, para tornar o território numa “região cicloturística”,
revelou hoje à Lusa um dos responsáveis do projeto.
“Estamos a querer potenciar o Alentejo como uma
região cicloturística”, afirmou o gestor do Plano Nacional de Ecopistas da Rede
Ferroviária Nacional (REFER), Luís Manuel Silvestre, em declarações à agência
Lusa.
De acordo com o responsável, a ideia da rede
cicloturística passa por adaptar os “cerca de 260 quilómetros de troços
ferroviários desativados” da região em ecopistas e juntar-lhes “estradas de
baixa densidade de tráfego” e outras “rotas pedestres”.
No Alentejo, segundo o responsável, já existem
ecopistas no antigo ramal de Montemor-o-Novo, com cerca de 13 quilómetros, e em
grande parte do antigo ramal de Mora, entre Évora e Mora, numa extensão de
cerca de 60 quilómetros.
“Estamos a trabalhar para contratualizar com os
respetivos municípios” a transformação em ecopistas dos antigos ramais Évora –
Reguengos de Monsaraz, Estremoz – Portalegre, Estremoz - Vila Viçosa e também
Beja – Moura, adiantou.
O gestor assinalou que as antigas linhas de
caminho-de-ferro “são percursos planos”, uma vez que “não têm declives
superiores a três por cento”, acessíveis a qualquer pessoa e que permitem aos
utilizadores terem “contacto com a natureza”.
O presidente da Comunidade Intermunicipal do
Alto Alentejo (CIMAA), Armando Varela, defendeu que o turismo aliado à natureza
pode ter “uma importância determinante” para a região, nomeadamente “na
capacidade de fixar pessoas e gerar emprego”.
“Não me parece que venha ser possível que nos
próximos anos passe um comboio nestas linhas de caminho-de-ferro. Por isso,
fazer uma ecopista é uma ideia muito melhor do que manter isto como está”,
congratulou-se.
No mesmo sentido, o presidente da Entidade
Regional de Turismo do Alentejo, António Ceia da Silva, destacou que “há cada
vez mais turistas que querem fazer percursos de pedestrianismo, BTT ou
birdwatching (observação de aves)”.
“O turismo de natureza tem um alcance imenso
junto de determinado tipo de nichos de mercado”, disse, considerando “muito
interessante” em termos turísticos o aproveitamento das antigas linhas férreas
em ecopistas.
A rede
cicloturística, promovida pela empresa REFER Património, envolve as quatro
comunidades intermunicipais do Alentejo e a Entidade Regional de Turismo (ERT).
Lusa
Posted by Alentejo e Desporto
Fonte: http://alentejoedesporto.blogspot.pt/
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