Escolher uma “bebida desportiva” não pode ser apenas pelo sabor ou de
acordo com o que vendedor nos faz acreditar, não é assim tão simples, é
importante tomar uma atenção especial à qualidade e quantidade dos
glícidos presentes na bebida.
Opinião por:Enfermeiro André Fernandes
Cada indivíduo e os próprios treinadores têm o dever
de, em especial quando estes acompanham atletas mais jovens, procurar
que uma ótima hidratação aconteça previamente a qualquer exercício,
possibilitando uma correta reposição de fluídos, regulação da
temperatura corporal, manutenção do volume plasmático, fator que é
preponderante para a manutenção da função cardiovascular. A reposição de
eletrólitos também não deve ser esquecida, porque durante o exercício
físico ocorre a perda de sódio, cloro, potássio e magnésio o que aumenta
a ocorrência de cãibras musculares. A simples ingestão de água não é
suficiente para obter uma ótima hidratação, porque o excesso de água é
eliminado pela urina, podendo causar um desconforto abdominal ou, em
casos muito graves, hiponatrémia (diminuição das concentrações
sanguíneas de sódio), caracterizada por um agravamento contínuo de dores
de cabeça, vómitos, suores nas extremidades, fadiga, confusão e
desorientação. As bebidas desportivas são basicamente uma mistura de
água, hidratos de carbono e eletrólitos (na sua maioria sódio), o que
torna as “bebidas desportivas” boas alternativas, pois possuem um sabor
mais agradável que a água, são uma forma simples de repor o sódio e
apresentam na sua constituição glícidos (açucares). De acordo com Lima
(2010), o fato de possuírem sódio e glícidos faz com que aumentem a
absorção intestinal de glicose e água, promovendo uma rápida reposição
do volume plasmático, diminuindo o débito urinário. A presença de sódio
fará aumentar a “palatabilidade e o desejo de beber, (…) e reduz a
produção de urina” (Santos & Teixeira, 2010), recomendando-se a
ingestão de bebidas com 20-50mmol/L de sódio. Enquanto o sódio ajuda a
estimular a ingestão de líquidos, o potássio facilita a hidratação
provocando uma retenção de água no espaço intracelular. Escolher uma
“bebida desportiva” não pode ser apenas pelo sabor ou de acordo com o
que vendedor nos faz acreditar, não é assim tão simples, é importante
tomar uma atenção especial à qualidade e quantidade dos glícidos
presentes na bebida. Existem no mercado bebidas que apresentam glícidos
em quantidades entre os 5 e os 10% e, está comprovado que, valores acima
de 8% poderão provocar aumento do tempo de esvaziamento gástrico
provocando desconforto abdominal. Os hidratos de carbono presentes
nestas bebidas podem ser um suplemento ou então uma maneira de compensar
a baixa ingestão de hidratos de carbono, restabelecendo as reservas
energéticas. Quando a prioridade é hidratar a quantidade de hidratos de
carbono “tem de ser baixo, cerca de 30 – 50g.l. Em condições climáticas
(…) com baixas taxas de suor, uma concentração mais alta” (Monteiro et
al, 2003), acima de 100g.l será a mais adequada. Podemos concluir que as
“bebidas desportivas” deveriam ser escolhidas de acordo com as
características individuais de cada atleta, da temperatura e humidade
ambiente e da quantidade e qualidade dos seus constituintes. Uma bebida
desportiva tem de ser uma opção mais viável que a água na promoção de um
estado de hidratação saudável e sem riscos, o que possibilita um
aumento da ingestão de líquidos, reposição de sódio e outros
eletrolíticos e um fornecimento de energia adequado ao desporto
praticado e às características particulares de cada individuo.
Bibliografia:- LIMA, S. O impacto da ingestão de água, bebida desportiva e bebida desportiva com cafeína na performance física, técnica e cognitiva após um jogo simulado de hóquei em patins. Universidade do Porto, 2010.- MONTEIRO, C., GUERRA, I., BARROS, T. Hidratação no futebol: uma revisão. Rev Brás Med Esporte, 2003. PS- Caros leitores, caso exista alguma temática que gostassem de ver desenvolvida ou esclarecida prometo fazer o possível para satisfazer os vossos pedidos
Artigo do Enf André Fernandes.
Fonte: .http://www.sportalentejo.pt/
Bibliografia:- LIMA, S. O impacto da ingestão de água, bebida desportiva e bebida desportiva com cafeína na performance física, técnica e cognitiva após um jogo simulado de hóquei em patins. Universidade do Porto, 2010.- MONTEIRO, C., GUERRA, I., BARROS, T. Hidratação no futebol: uma revisão. Rev Brás Med Esporte, 2003. PS- Caros leitores, caso exista alguma temática que gostassem de ver desenvolvida ou esclarecida prometo fazer o possível para satisfazer os vossos pedidos
Artigo do Enf André Fernandes.
Fonte: .http://www.sportalentejo.pt/
Sem comentários:
Enviar um comentário