Nuno Silva, de 38 anos, é candidato à
presidência da Associação de Futebol de Portalegre (AFP). Em grande entrevista
ao portal Alentejo e Desporto, o professor
apresenta as principais ideias da sua candidatura, fala das dificuldades dos
clubes distritais e considera o fim da 3ª Divisão Nacional benéfico para o
campeonato distrital. As eleições deverão realizar-se em junho deste ano.
Porque decidiu
candidatar-se à presidência da AF Portalegre?
Por vários motivos, mas
principalmente porque me sinto motivado e preparado abraçar um projeto desta
natureza. Penso que uma Associação de Futebol como a de Portalegre, deve de
fazer pelas suas modalidades (futebol e futsal), um pouco mais do que aquilo
que tem sido feito até aqui. Enquanto agente desportivo, tenho detetado algumas
políticas desajustadas com a evolução e crescimento desta atividade, mas também
pouco adaptadas às dificuldades que os clubes atravessam. Neste sentido, pela experiência que possuo nesta área, pela capacidade e credibilidade das pessoas
que me acompanham neste projeto, pelas ideias de que somos portadores e
programa que pretendemos implementar, entendo que estão reunidas as condições
para termos sucesso e nesse sentido resolvi candidatar-me ao cargo.
Fala em mudança no seu
programa. Na prática, em linhas gerais, quais são as novas ideias que quer
implementar, tanto ao nível da formação como do futebol sénior?
Neste capítulo, temos a
intenção de reformular os quadros competitivos de forma ajustada à realidade
sociocultural das equipas do distrito. Entendemos que é importante ouvir os
clubes, pois só assim saberemos encontrar modelos de competição ajustados à
realidade dos mesmos. No entanto as nossas pretensões são:
- Baixar os valores das
taxas de inscrição e de jogos das equipas nas provas;
- Realizar os jogos da
Taça da AF Portalegre a duas mãos, tendo por base aumentar o número de
espetáculos desportivos e tornar as competições mais justas e equilibradas;
- Fomentar o “Fair Play”,
através de prémios para as equipas mais disciplinadas ao longo da época
desportiva;
- Incentivar os clubes a
inscrever equipas de futebol e futsal do feminino, contribuindo deste modo para
o alargamento da oferta;
- Inovar com a organização
de campeonatos para o futebol de veteranos, porque vemos neste escalão uma
oportunidade de crescimento da modalidade;
- Melhorar
significativamente o setor da arbitragem.
Para a formação:
- Alargar os quadros
competitivos para um tempo de prática igual ou superior a sete/oito meses;
- Organizar dois ou mais
“Torneios Internacionais de Futebol Juvenil” no distrito de Portalegre;
- Organizar torneios
convívio quinzenais para os escalões de formação sem competição oficial;
- Continuar a participar
nos “Torneis Interassociações”;
- Candidatarmo-nos à
organização de um “Torneio Lopes da Silva” no nosso distrito.
Concorda que haja um
interregno nos campeonatos dos escalões de formação?
Concordo com os
campeonatos do futebol de formação noutro formato: pré-épocas a decorrer em setembro;
períodos competitivos compreendidos entre os meses de outubro e maio e períodos
transitórios até ao final de junho (tendo por base a participação das equipas
em torneios particulares, se assim o entenderem).
Quem já apoiou
oficialmente a sua candidatura?
Esta candidatura já tem
muitos apoiantes, no entanto a divulgação dos mesmos só será efetuada depois de
concluído o nosso périplo pelo distrito de Portalegre, que tem por base a
apresentação do programa eleitoral aos clubes, bem como a troca de informações
e sugestões pertinentes. Posso no entanto adiantar que, se o número de clubes
votantes for de 33 (como nos foi comunicado informalmente por um funcionário da
Associação), até ao momento já temos mais de 25% das subscrições que os
estatutos da AF Portalegre exigem.
Quais são as principais
preocupações dos clubes e agentes desportivos com quem já contactou?
São as dificuldades
financeiras, tais como as taxas de jogos elevadas; as taxas de inscrição das
equipas muito altas; os seguros desportivos muito elevados com franquias
desajustadas e a inexistência ou escassez de apoios por parte da Associação aos
clubes.
Caso seja eleito, o valor
das taxas de jogo, fixadas em 200 euros, são para manter?
Se for eleito trabalharei
com a minha equipa diretiva no sentido de baixar os encargos que os clubes têm
com a associação e que não são unicamente as taxas de jogo. Antes de fazermos
promessas, teremos primeiramente de conhecer a realidade existente,
contrabalançando as despesas com as receitas e só depois atuar. Temos de ter
uma AF Portalegre sustentável ao nível financeiro, mas por outro lado, a mesma
tem de acompanhar as tendências e perceber as dificuldades que os clubes
atravessam na conjuntura global. Connosco as mudanças serão uma realidade e
nesse sentido, as taxas de jogo não serão exceção.
Como pode este distrital
crescer e ser valorizado?
Pode crescer e
valorizar-se se tiver mais equipas a competir nas provas, se as equipas inscritas
forem mais competitivas; se os campeonatos forem mais equilibrados; se as
provas forem bem organizadas; se os clubes tiverem menos encargos financeiros
com a AF Portalegre, se os apoios forem maiores para as equipas; se
conseguirmos patrocinadores oficiais para os campeonatos a organizar; se os
preços dos bilhetes dos jogos forem equilibrados; se as infraestruturas
desportivas forem de qualidade e se tivermos agentes desportivos cada vez mais
bem formados e preparados para os desafios e dificuldades que se avizinham.
O fim da 3ª Divisão
Nacional é benéfica para o campeonato distrital? De que forma?
Do meu ponto de vista sim.
Será benéfico não só para os campeonatos distritais, como também para a
competição nacional que terá a sua estreia já na próxima época. Foi importante
a FPF ter encontrado um modelo de competição mais ajustado à realidade sócio económica do país, não só das competições nacionais, mas também das
distritais, promovendo a sua sustentabilidade, incentivando a uma maior
competitividade, proporcionando uma maior proximidade geográfica e promovendo
uma sadia rivalidade. Do ponto de vista financeiro, penso que foi uma medida
muito acertada, do ponto de vista desportivo tem os seus pós e contras, no
entanto, muitos campeonatos distritais vão receber certamente mais equipas e a
exigência será maior.
Qual a leitura que faz da
candidatura de Sérgio Luz?
Vejo com bons olhos o
aparecimento de mais do que uma candidatura às eleições de um determinado órgão
ou instituição como é o caso da AF Portalegre. Penso que é um sinal de
vitalidade e de disponibilidade das pessoas em contribuírem com experiência,
conhecimento e ideias, para uma determinada área ou setor da sociedade,
constituindo-se um exercício democrático que favorece e vai ao encontro das
maiorias. Por outro lado, uma candidatura deve ser sempre bem sustentada pelo
seu conteúdo, possuindo determinados requisitos que a tornem séria e credível.
Nela devemos encontrar pessoas válidas, motivadas, disponíveis para trabalhar,
com boas ideias, com propostas inovadoras que assentem num projeto/programa a
implementar e que tenham por base o crescimento, desenvolvimento, progresso
dessas determinadas áreas ou setores. Neste sentido e partindo desta ideologia,
se a candidatura do meu amigo Sérgio Luz à AF Portalegre, apresentar os
requisitos mencionados anteriormente, ela será vista por mim como positiva para
a campanha eleitoral nestas eleições, caso contrário não.
Perfil
Nome Completo: Nuno Filipe Esteves
Barata Salgado e Silva
Idade: 38 anos
Naturalidade: Castelo Branco
Profissão: Professor
Formação: Licenciado em Educação
Física e Desporto (UTAD); Mestre em Psicologia do Desporto (UTL - FMH); Curso
de treinador de I Nível (AFCB.); Curso de treinador de II Nível
(AFVR.); Curso de treinador de III Nível (FPF. - UEFA).
Trajeto
Desportivo
Praticante da modalidade de futebol durante uma década; Treinador
de futebol desde 1997 até aos dias de hoje; Delegado da Assembleia Geral da
Federação Portuguesa de Futebol desde 2011.
*Entrevista concedida por
correio eletrónico
Posted by Alentejo e Desporto
Fonte: http://alentejoedesporto.blogspot.pt

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