Terminada esta primeira fase do
Campeonato, hoje a onda de entrevistas viajou até à margem esquerda do
Guadiana onde viemos então à conversa com Joaquim Páscoa, Treinador do
UAI Ficalho que conseguiu tal como o ano passado a passagem a derradeira
fase do Campeonato.
1 - A formação de Ficalho conseguiu vencer a Série A, indo agora
disputar a fase final da prova, depois de ter perdido a Final da
temporada passada, será este o ano da sua equipa?
R: Em primeiro lugar, penso que não vencemos a Serie A uma vez que
faltam fazer dois jogos ao Salvadense, desconhecia que tínhamos perdido a
final na época passada, mas perder uma final é doloroso, ainda tenho
presente uma final que perdi contra o Mineiro Aljustrelense para a Taça
Distrital equipa esta onde prontificava o Capeta, João Paulo entre
outros e que hoje alguns jogam no Vale d´Oca, equipa esta que gostava de
encontrar por razões de empatia e de reconhecimento pela qualidade
futebolística que estes jogadores ainda devem ter, em relação a este ano
e comigo no comando vai ser como sempre tem sido sempre nos outros
clubes onde tenho estado, os objectivo são traçados de jornada a jornada
com humildade e respeitando sempre os adversários.
2 - Após a chegada do UAI Ficalho ao Campeonato da Inatel, Pedro
Graça e Ricardo Ameixas têm sido aqueles que mais têm dado nas vistas.
Sente que estes dois jogadores são "o núcleo" duro da sua formação? Como
é constituído o plantel?
R: Estes jogadores que mencionou são importantes no grupo devido a sua
qualidade, mas por experiencia que tenho desde “menino” os núcleos duros
são sempre constituído pelos jogadores que mais treinam e melhor o
fazem uma coisa é ir treinar, outra totalmente distinta e contraditória a
esta é ir ao treino, em face a isto existem jogadores que não são
mencionados e que também por afirmação pessoal pertencem ao “nucleo
duro”.
Penso que me é permitido dizer o seguinte, existem jogadores no Inatel
que podem disputar plenamente o campeonato distrital, mas pergunto por
que não o fazem, uma vez que é publico que nesse campeonato os jogadores
recebem ou muito ou pouco, é dinheiro e ai sou muito critico e digo
“treinar exigi sacrifício, querer e vontade” e quando os jogadores não
querem um aumento do seu rendimento das duas uma ou o dinheiro “abunda”
ou então tem coisas mais importantes a fazer, lamento que atletas com
qualidades para estarem noutros patamares estejam a marcar passo, podem
me questionar e o senhor, apenas posso dizer que os clubes não querem a
minha forma de treinar e aí só tenho que respeitar opções e concordar
com elas.
O Plantel é constituto pelos seguintes jogadores:
Transitaram: Alexandre Oliveira, Bruno Castro, Emidio Parreira, Flavio
Guerreiro, Gildo Paulino, João Moraes, José Sargento (Junior), José
Quaresma, Claudio Martins, Miguel Oliveira (Junior), Pedro Coelho, Pedro
Graça, Ricardo Ameixa, foram incluidos: Nuno Morgado (Ex-Aldenovense e
Ficalho), Nuno Batista (Ex-Aldenovense e Vale de Vargo), João Santos
(Ex-Aldenovense e Vale de Vargo), Antonio Paisana (Ex-Vale de Vargo),
João Martins (Ex-Aldenovense e Futsal A.J.VNSB), Nelson Nogueira
(Ex-Ficalho e Futsal A.J.VNSB), Luis Gomes (Ex A-do-Pinto) e Nuno Seita
(Ex-Aldenovense).
3 - Sabendo à partida que o sorteio será "puro" teme encontrar alguma
formação no seu grupo? Segundo o Blogue, tendo um sorteio "puro" poderá
obrigar a sua formação a realizar deslocações de grandes distâncias,
como avalia esta situação?
R: Como principio desportivo e competitivo não tenho nada a opor ao sorteio “puro”.
Em termos reais sou muito de contestar e critico á forma como ele vai
funcionar, mais, é minha convicção que os responsáveis pelo desporto do
Inatel, vão fazer a este torneio o que a A.F. de Beja fez em relação à
2ª. divisão distrital, em que acabou com esta divisão e não fazendo
futurologia é minha convicção que nos anos mais próximos esta divisão
não se vai realizar, pergunto o motivo porque a A.F.B. não colocou a
proposta do Aldenovense em discussão e votação e atirou para cima dos
clubes a decisão do que ia acontecer.
Na época passada senti as dificuldades econômicas que é em deslocar uma
equipa da Margem Esquerda do Guadiana para a zona de Odemira e se não
existir bom senso, provavelmente e se o sorteio assim o ditar as faltas
de comparência vão existir. Se a posição do “puro” se mantiver não se
esqueçam de mudar o horário dos jogos de acordo com a mudança horária,
espero que não seja semelhante ao que se passava anteriormente quando
uma equipa de Infantis do Barrancos tinha que ir jogar a Almodovar ao
9,30 horas.
Temo que neste momento exista um conflito de interesses
politico/partidário entre os dirigentes do Inatel e da Associação de
Futebol de Beja e que este confronto esteja a prejudicar os fins que os
torneios do Inatel foram criados e por arrastamento os campeonatos
distritais.
Como toda a gente sabe estes pequenos clubes vivem fundamentalmente dos
subsídios autárquicos e devido à crise as verbas foram reduzidas, no
nosso contexto a Camara de Serpa só no futebol sênior subsidia 3 equipas
da 1ª. Distrital (Aldenovense, Pias e Serpa), 3 no Inatel (UAI, Luso
Serpense e Brinches) e uma no Futsal (A.J. de V. N. S.Bento), isto não
contando com outras modalidades colectivas e também com as equipas de
formação, no universo do Baixo Alentejo alguém me consegue dizer qual é o
Concelho com nivel habitacional como o de Serpa tenha tantas equipas a
competir e para ano pelo que se consta vão aparecer mais duas equipas
para o Inatel.
Em conclusão posso afirmar que deslocações com mais de 100 Km vai ser
difícil para o UAI, se eventualmente forem as 4 possíveis que podem
acontecer vai-se tornar impossível o desempenho com a dignidade que
todos procuramos ter. Como a minha vida tem sido trabalhar números posso
transmitir o seguinte:
Se o torneio fosse dividido em duas grandes zonas de 10 equipas cada e
aí com o sorteio “puro” de 5 para cada serie, o minimo de quilometros
que o UAI podia fazer era de 220 (média 55 Km p/deslocação) com o máximo
de 384 (média 96 Km).
Como está previsto pode-se ter que fazer na pior das hipóteses de 696
(média 174 Km) e na melhor 600 (média de 150 Km) ou seja na totalidade
440, 768, 1200 e 1392 Km ida e volta e pela “lógica” se calhar uma
equipa por zona cerca de 112 Km por cada deslocação (224 Km).
4 - Que ambição tem o seu grupo de trabalho para o que resta do Campeonato?
R: A nossa ambição é que o Campeonato decorra normalmente e que perante o
nosso publico tenhamos a vontade e o querer em proporcionar boas tardes
de convívio ganhando, se não for possivel esta situação, que as
equipas que nos defrontarem assim como o publico que os acompanham,
sejam tratados de forma humana e civilizada, como é apanágio das gentes
raianas.
5 - Obviamente que nem tudo é positivo no dia-a-dia de um clube,
quais são os principais problemas que têm vindo a ter no decorrer desta
temporada desportiva?
RR: Em termos pessoais tem sido uma serie de problemas de saúde que me
tem impedido de dar o meu melhor e de corresponder ao que as pessoas
acreditaram em mim. Em termos desportivos eles estão na linha directa
dos econômicos é difícil gerir um grupo com poucos recursos económicos,
porque em contraponto se tivéssemos as disponibilidades financeiras e
querendo a tudo o custo resultados desportivos imediatos, íamos a
Espanha e trazíamos 3 ou 4 jogadores que estão parados, porque não tem
espaço na equipa local da 3ª. divisão espanhola e ai a equipa era
reforçada e pela qualidade deles porque já os treinei eram ainda mais
dificies os confrontos contra o UAI.
Os jogadores de Ficalho são os mais importantes, os outros que vem tem
que ter alguma afinidade desportiva, pessoal ou de amizade com eles,
temos que procurar enquanto for possivel equipas com atletas da terra,
para as pessoas da terra.
6 - Em forma de despedida deixe uma breve consideração sobre este
projeto e uma mensagem para todos os intervenientes do Campeonato.
Em termos de despedida quero realçar a finalidade principal dos torneios
do Inatel, sejam eles em que modalidade for, tanto nos desportos
colectivos como individuais que é um confronto e o convívio desportivo
entre trabalhadores, pelo menos era esta a filosofia que existia desde o
tempo da FNAT (Na ditadura).
Se querem desvirtuar esta filosofia e querem encarar estes torneios como
sendo a substituição das provas oficiais ou oficiosas, então teremos
que repensar tudo e proceder de conformidade com os regulamentos
oficiais sejam eles quais forem.

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