sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Entrevista a Joaquim Páscoa - Treinador do UAI Ficalho!


Terminada esta primeira fase do Campeonato, hoje a onda de entrevistas viajou até à margem esquerda do Guadiana onde viemos então à conversa com Joaquim Páscoa, Treinador do UAI Ficalho que conseguiu tal como o ano passado a passagem a derradeira fase do Campeonato.

1 - A formação de Ficalho conseguiu vencer a Série A, indo agora disputar a fase final da prova, depois de ter perdido a Final da temporada passada, será este o ano da sua equipa?
 
R: Em primeiro lugar, penso que não vencemos a Serie A uma vez que faltam fazer dois jogos ao Salvadense, desconhecia que tínhamos perdido a final na época passada, mas perder uma final é doloroso, ainda tenho presente uma final que perdi contra o Mineiro Aljustrelense para a Taça Distrital equipa esta onde prontificava o Capeta, João Paulo entre outros e que hoje alguns jogam no Vale d´Oca, equipa esta que gostava de encontrar por razões de empatia e de reconhecimento pela qualidade futebolística que estes jogadores ainda devem ter, em relação a este ano e comigo no comando vai ser como sempre tem sido sempre nos outros clubes onde tenho estado, os objectivo são traçados de jornada a jornada com humildade e respeitando sempre os adversários.
 
2 - Após a chegada do UAI Ficalho ao Campeonato da Inatel, Pedro Graça e Ricardo Ameixas têm sido aqueles que mais têm dado nas vistas. Sente que estes dois jogadores são "o núcleo" duro da sua formação? Como é constituído o plantel?
 
R: Estes jogadores que mencionou são importantes no grupo devido a sua qualidade, mas por experiencia que tenho desde “menino” os núcleos duros são sempre constituído pelos jogadores que mais treinam e melhor o fazem uma coisa é ir treinar, outra totalmente distinta e contraditória a esta é ir ao treino, em face a isto existem jogadores que não são mencionados e que também por afirmação pessoal pertencem ao “nucleo duro”.
Penso que me é permitido dizer o seguinte, existem jogadores no Inatel que podem disputar plenamente o campeonato distrital, mas pergunto por que não o fazem, uma vez que é publico que nesse campeonato os jogadores recebem ou muito ou pouco, é dinheiro e ai sou muito critico e digo “treinar exigi sacrifício, querer e vontade” e quando os jogadores não querem um aumento do seu rendimento das duas uma ou o dinheiro “abunda” ou então tem coisas mais importantes a fazer, lamento que atletas com qualidades para estarem noutros patamares estejam a marcar passo, podem me questionar e o senhor, apenas posso dizer que os clubes não querem a minha forma de treinar e aí só tenho que respeitar opções e concordar com elas.
O Plantel é constituto pelos seguintes jogadores:
Transitaram: Alexandre Oliveira, Bruno Castro, Emidio Parreira, Flavio Guerreiro, Gildo Paulino, João Moraes, José Sargento (Junior), José Quaresma, Claudio Martins, Miguel Oliveira (Junior), Pedro Coelho, Pedro Graça, Ricardo Ameixa, foram incluidos: Nuno Morgado (Ex-Aldenovense e Ficalho), Nuno Batista (Ex-Aldenovense e Vale de Vargo), João Santos (Ex-Aldenovense e Vale de Vargo), Antonio Paisana (Ex-Vale de Vargo), João Martins (Ex-Aldenovense e Futsal A.J.VNSB), Nelson Nogueira (Ex-Ficalho e Futsal A.J.VNSB), Luis Gomes (Ex A-do-Pinto) e Nuno Seita (Ex-Aldenovense).
 
3 - Sabendo à partida que o sorteio será "puro" teme encontrar alguma formação no seu grupo? Segundo o Blogue, tendo um sorteio "puro" poderá obrigar a sua formação a realizar deslocações de grandes distâncias, como avalia esta situação?
 
R: Como principio desportivo e competitivo não tenho nada a opor ao sorteio “puro”. 
Em termos reais sou muito de contestar e critico á forma como ele vai funcionar, mais, é minha convicção que os responsáveis pelo desporto do Inatel, vão fazer a este torneio o que a A.F. de Beja fez em relação à 2ª. divisão distrital, em que acabou com esta divisão e não fazendo futurologia é minha convicção que nos anos mais próximos esta divisão não se vai realizar, pergunto o motivo porque a A.F.B. não colocou a proposta do Aldenovense em discussão e votação e atirou para cima dos clubes a decisão do que ia acontecer. 
Na época passada senti as dificuldades econômicas que é em deslocar uma equipa da Margem Esquerda do Guadiana para a zona de Odemira e se não existir bom senso, provavelmente e se o sorteio assim o ditar as faltas de comparência vão existir. Se a posição do “puro” se mantiver não se esqueçam de mudar o horário dos jogos de acordo com a mudança horária, espero que não seja semelhante ao que se passava anteriormente quando uma equipa de Infantis do Barrancos tinha que ir jogar a Almodovar ao 9,30 horas. 
Temo que neste momento exista um conflito de interesses politico/partidário entre os dirigentes do Inatel e da Associação de Futebol de Beja e que este confronto esteja a prejudicar os fins que os torneios do Inatel foram criados e por arrastamento os campeonatos distritais. 
Como toda a gente sabe estes pequenos clubes vivem fundamentalmente dos subsídios autárquicos e devido à crise as verbas foram reduzidas, no nosso contexto a Camara de Serpa só no futebol sênior subsidia 3 equipas da 1ª. Distrital (Aldenovense, Pias e Serpa), 3 no Inatel (UAI, Luso Serpense e Brinches) e uma no Futsal (A.J. de V. N. S.Bento), isto não contando com outras modalidades colectivas e também com as equipas de formação, no universo do Baixo Alentejo alguém me consegue dizer qual é o Concelho com nivel habitacional como o de Serpa tenha tantas equipas a competir e para ano pelo que se consta vão aparecer mais duas equipas para o Inatel. 
Em conclusão posso afirmar que deslocações com mais de 100 Km vai ser difícil para o UAI, se eventualmente forem as 4 possíveis que podem acontecer vai-se tornar impossível o desempenho com a dignidade que todos procuramos ter. Como a minha vida tem sido trabalhar números posso transmitir o seguinte: 
Se o torneio fosse dividido em duas grandes zonas de 10 equipas cada e aí com o sorteio “puro” de 5 para cada serie, o minimo de quilometros que o UAI podia fazer era de 220 (média 55 Km p/deslocação) com o máximo de 384 (média 96 Km). 
Como está previsto pode-se ter que fazer na pior das hipóteses de 696 (média 174 Km) e na melhor 600 (média de 150 Km) ou seja na totalidade 440, 768, 1200 e 1392 Km ida e volta e pela “lógica” se calhar uma equipa por zona cerca de 112 Km por cada deslocação (224 Km).
 
4 - Que ambição tem o seu grupo de trabalho para o que resta do Campeonato?
 
R: A nossa ambição é que o Campeonato decorra normalmente e que perante o nosso publico tenhamos a vontade e o querer em proporcionar boas tardes de convívio  ganhando, se não for possivel esta situação, que as equipas que nos defrontarem assim como o publico que os acompanham, sejam tratados de forma humana e civilizada, como é apanágio das gentes raianas.
 
5 - Obviamente que nem tudo é positivo no dia-a-dia de um clube, quais são os principais problemas que têm vindo a ter no decorrer desta temporada desportiva?
 
RR: Em termos pessoais tem sido uma serie de problemas de saúde que me tem impedido de dar o meu melhor e de corresponder ao que as pessoas acreditaram em mim. Em termos desportivos eles estão na linha directa dos econômicos é difícil gerir um grupo com poucos recursos económicos, porque em contraponto se tivéssemos as disponibilidades financeiras e querendo a tudo o custo resultados desportivos imediatos, íamos a Espanha e trazíamos 3 ou 4 jogadores que estão parados, porque não tem espaço na equipa local da 3ª. divisão espanhola e ai a equipa era reforçada e pela qualidade deles porque já os treinei eram ainda mais dificies os confrontos contra o UAI. 
Os jogadores de Ficalho são os mais importantes, os outros que vem tem que ter alguma afinidade desportiva, pessoal ou de amizade com eles, temos que procurar enquanto for possivel equipas com atletas da terra, para as pessoas da terra.
 
6 - Em forma de despedida deixe uma breve consideração sobre este projeto e uma mensagem para todos os intervenientes do Campeonato.
Em termos de despedida quero realçar a finalidade principal dos torneios do Inatel, sejam eles em que modalidade for, tanto nos desportos colectivos como individuais que é um confronto e o convívio desportivo entre trabalhadores, pelo menos era esta a filosofia que existia desde o tempo da FNAT (Na ditadura). 
Se querem desvirtuar esta filosofia e querem encarar estes torneios como sendo a substituição das provas oficiais ou oficiosas, então teremos que repensar tudo e proceder de conformidade com os regulamentos oficiais sejam eles quais forem.
 

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