A equipa do Clube Recreativo e Desportivo de Cabeça Gorda, Ferrobico, campeã distrital da 2.ª Divisão em 2011/12, procura consolidar a sua permanência no escalão principal da AF Beja.
Texto e foto Firmino Paixão
O ciclo positivo de sete jogos sem derrotas e a sua elevada capacidade realizadora são elementos indiciadores da qualidade de um plantel jovem, que atravessa um bom momento competitivo. O treinador da equipa, Celso Ramos, 35 anos, responsável pelo bom trabalho que está a ser feito em Cabeça Gorda, quer que a equipa suba alguns degraus na tabela, para um lugar condicente com o justo valor do plantel. O treinador assume o amadorismo da equipa e sublinha a mística do clube, mas teme que os fracos recursos do Ferrobico não permitam manter este grupo unido para o futuro.
O Cabeça Gorda está a fazer um bom campeonato. As expectativas iniciais já foram superadas?Não, ainda não foram, ainda é um pouco cedo. Este lugar ainda não é o nosso. O nosso lugar na classificação é um pouco lá mais para cima.
A equipa completou um ciclo de sete jogos sem derrotas, período muito positivo em que marcou 25 golos …Estamos bem, sabíamos que o trabalho algum dia iria dar frutos. A máquina estava bem oleada e assim continua. Foi para isso que trabalhámos, mas o nosso lugar não era lá em baixo, no fundo da tabela, onde andámos durante quatro ou cinco jornadas. Mas tudo isto é fruto do trabalho e dedicação dos jogadores e mérito da grande família do Ferrobico.
Fazendo jus ao epíteto do Ferrobico, a equipa é uma das mais realizadoras, mas sofre muitos golos. Existem lacunas defensivas?Nem por isso, nas últimas três jornadas até nem sofremos golos. Acho que não existem problemas defensivos, mas há jogos em que os adversários vão à nossa baliza e fazem dois ou três golos, e há outros em que não é assim. Lembro-me, por exemplo, do jogo em casa com o Almodôvar. Não merecíamos ter perdido, fizemos três golos ao líder do campeonato e nos últimos minutos eles deram a volta ao jogo. São incidências do futebol, não há nada a fazer. A par disso, já disse aos meus jogadores que gosto de ver bom futebol e a nossa equipa tem que jogar bem, privilegiar a qualidade.
Os objetivos que persegue são os iniciais ou têm sido reformulados à medida que a prova avança e a produção vai melhorando?Não, o primeiro objetivo é a manutenção, é esse que manteremos sempre como prioridade absoluta. Mas sabemos o nosso valor e, de acordo com aquilo que tem sido o nosso trabalho e a nossa prestação, também sabemos que o nosso lugar será uns furos mais acima na classificação.
Um lugar entre os cinco primeiros?E por que não? Temos estado a consolidar a vantagem em relação às equipas que estão atrás de nós, mas agora temos que olhar para o topo e pensarmos em alcançar aqueles que estão acima de nós, o Rosairense e o Sporting de Cuba, por exemplo. Temos que dar esse salto, porque estamos fartos de estar no nosso lugar, já aqui andamos há algumas jornadas.
Tem um plantel muito jovem, que ao longo da época tem vindo a ser reforçado …Na verdade conseguimos alguns jogadores importantes que são verdadeiras mais-valias para o plantel, porque se inseriram muito bem no grupo. Só assim é que são reforços, porque poderiam ser jogadores com muita qualidade, mas se não tivessem capacidade para se adaptar ao espírito e à mística do Ferrobico não valia a pena.
Uma base para o futuro, associada ao trabalho que o clube está a desenvolver na formação?Não será fácil. Como se sabe, o clube não paga compensações financeiras, nem prémios aos jogadores. Manter esta equipa será, certamente, muito difícil, mas se o conseguíssemos, juntando aqui mais dois ou três juniores, estava assegurada a equipa para a próxima época, mas dificilmente manteremos aqui todos estes jogadores.
Sentem que alguns atletas podem ser aliciados para outros projetos?Por enquanto não sabemos, ainda é muito cedo para avaliarmos isso, mas a direção, e eu próprio, tudo faremos para que ninguém abandone este grupo no final da época.
Que avaliação faz do campeonato que muita gente considera atípico por não haver conhecimento do futuro enquadramento competitivo?Atípico, acho que não. É um campeonato normal, marcado pelas circunstâncias da crise e dos novos regulamentos. Será atípico, talvez, porque o quinto classificado da 2.ª divisão está a competir no primeiro escalão, o quarto e o terceiro também estão, só se for por isso. Mas penso que a 2.ª divisão voltará na próxima época, quero acreditar nisso, até para poder motivar os meus jogadores, para assegurarmos a manutenção e ficarmos já descansados. Mas será uma incógnita, por isso, temos que andar lá em cima para estarmos salvaguardados de eventuais surpresas.
Quem é o seu candidato à vitória no campeonato?Inicialmente os meus favoritos eram o Milfontes e o Aldenovense, mas agora o maior candidato é o Almodôvar. Tem dado provas disso e tem sido acompanhado pela estrelinha da sorte. Mas está na frente com todo o mérito.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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