quinta-feira, 28 de março de 2013

Se muitos clubes se orgulhassem de nós, como nós da camisola que vestimos tudo seria bem diferente”, Inês Álvaro, Ourique DC


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1) B.I. Futebolistico Nome completo: Inês Cristina Felício Álvaro Nome Futebolístico: Inês Álvaro Local e data de nascimento: Beja, 13/08/1987 Nacionalidade: Portuguesa Profissão: Enfermagem Ano que iniciaste a prática futebol federado: 2002 Clubes que já representaste no futebol: FC Alvaladense, SCM Aljustrelense, Ourique DC. Clube Actual: Ourique DC Posição especifica: Ala Esquerda / Direita Títulos Colectivos Conquistados : Campeã de Futsal Feminino de Juniores de Setúbal, Taça Fair-Play da Associação de Futebol de Beja (2011/2012) Títulos Individuais Conquistados : - Número de internacionalizações: - Clube Favorito: Ourique DC e SL Benfica Número Preferido: 2 Jogador preferido: - Jogadora preferida: todas as atletas da minha equipa Uma virtude: Sinceridade Um defeito : Persistência
2)Como é que começaste a praticar futebol?
Comecei a jogar “á bola” desde miúda na rua com os rapazes. Mas a praticar futebol iniciei desde o meu 5.º ano na equipa de desporto escolar. Posteriormente fiz parte da equipa do FC Alvaladense durante 2 anos, onde desempenhei o papel de jogadora conjuntamente com o de treinadora adjunta, onde fui orientada pelo meu atual treinador, o mister José Costa. Depois deixei de jogar durante cerca de 3 anos por motivos pessoais, e voltei a convite da Vera Costa para integrar a direção da Associação Desportiva Crazy Mission Sports. E em conjunto percorremos este trajeto de ajudar a evoluir e afirmar o futebol feminino no distrito de Beja, pois este sim é o objetivo pelo qual me mantenho a praticar futebol.

3)Tiveste o apoio da tua família?
Tive sempre o apoio da minha família, que a par dos meus amigos são o pilar da minha vida. Sem o apoio incondicional da minha mãe jamais conseguiria manter esta alegria e luta na progressão do futebol feminino, ela é a minha força.

4)O futebol foi sempre a única paixão , ou gostavas de fazer desporto em geral?
Pratiquei diversos desportos, entre os quais patinagem, ginástica, ballet, andebol, entre outros, mas evidentemente que o futebol é a minha grande paixão.

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5)Qual foi o melhor e o pior momento que viveste no futebol até hoje e porquê?
O pior momento que vivi no futebol foi enquanto jogadora do SCM Aljustrelense quando empatamos com o FC Serpa, partida que decidia o campeão da primeira época. Foi um sentimento de desilusão e tristeza, foi o desmoronar-se de caminho que percorremos juntas e ao qual me dediquei durante toda essa época, sendo claramente decisivo para o meu abandono da equipa.
O melhor momento divide-se em vários, pois desde que estou com o ODC vivi momentos marcantes, desde o carinho e gratidão demonstrado por toda a equipa durante a primeira época, ao facto de uma atleta nossa ir à seleção nacional sub-19 (karona), a atribuição da Taça de Fair-Play, e sem sombra para duvidas a vitória na meia-final da Taça Distrito de Beja contra o VG da Vidigueira. É o culminar de um trabalho de 3 anos, com um grupo fantástico, ao qual me entreguei e dedico grande parte da minha vida, do qual me orgulho e com quem vivi momentos que guardarei eternamente no coração.
O ODC é muito mais que uma equipa, é o Orgulho numa família que criamos com Dedicação mesmo sem sermos Campeãs. Pois o futebol é muito mais do que meros resultados, o caminho percorrido é bem mais fascinante.

6)Como te descreves como jogadora?
Lutadora, persistente, perspicaz e aguerrida.

7)Tens alguma superstição ou ritual antes ou depois dos jogos?
Não, simplesmente penso nas pessoas que são importantes para mim.

8)O que te motiva para continuares a jogar futebol?
A evolução do futebol feminino é a minha motivação, pois eu jogo por prazer.

9)Alguma vez sentiste que o futebol te prejudicava nos estudos ou na tua vida profissional?
Ah tempo para tudo, basta querer. Eu sempre pratiquei desporto e isso nunca prejudicou o meu desempenho escolar. Tem que haver organização e atribuição mental das nossas prioridades, de forma a conciliar tudo. Na primeira época representei o Mineiro e orientei o ODC, conciliando com a minha vida profissional. Treinava 5 dias por semana e estava presente em 2 jogos por fim-de-semana, esta é a prova que é possível conciliar os estudos / vida profissional com o desporto.

10)A falta de condições e de reconhecimento do futebol feminino é só um problema de dinheiro?
Não, mas sim um problema de mentalidades. Por vezes nós não pedimos “dinheiro”, mas sim que nos acompanhem, nos deem credibilidade e se orgulhem do nosso trabalho. Se muitos clubes se orgulhassem de nós como nós da camisola que vestimos tudo seria bem diferente. Aquilo que precisamos não é apenas dinheiro, mas sim que acreditem em nós e nos tratem como um outro escalão de formação do clube. De forma a que nos vejam com futuro e acreditem na nossa progressão, não apenas que tenhamos equipa por 1 ou 2 anos com aquele pequeno grupo de raparigas que gosta de jogar futebol.
Atualmente o futebol feminino ainda está um pouco à margem, como se de um “grupinho” se trata-se que pretende ter equipa. Ainda existe muito preconceito particularmente por parte das direção dos clubes, mas sinto que estamos a conseguir afirmar-nos no mundo do futebol.

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11)Achas que o futebol feminino ainda está ligado a preconceitos?
Tal como referi anteriormente ainda existe muito preconceito, embora tenhamos cada vez mais “curiosos”, adeptos e apoiantes que já acham que vale a pena ver futebol feminino.

12)Achas que num futuro próximo vamos ter uma liga profissional em Portugal?
Quero acreditar que sim, embora ainda faltem alguns aninhos. Penso que o passo colossal será quando os grandes clubes Portugueses investirem nesta modalidade.

13)Qual a liga estrangeira que mais te atrai?
A Alemã e os Estados Unidos.

14)Se te aparecesse uma oportunidade para ser profissional em Portugal ou no estrangeiro aceitavas?
Não, neste momento dedico-me inteiramente ao futebol feminino no distrito. A minha progressão pessoal não é o meu objetivo, mas sim a evolução das minhas miúdas. Pois neste momento mantenho-me no futebol também para não deixar cair por “terra” a equipa do Ourique”.

15)Até quando pensas jogar futebol?
Enquanto o futebol me fizer sentir feliz e com vontade de jogar.

Fonte:  http://futebolfemininoportugal.com/

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