Duas jornadas antes do termo do campeonato, a equipa feminina da Casa do Benfica de castro Verde assegurou o título de campeã distrital. A Taça Distrito de Beja e a Supertaça são as novas metas da equipa.
Texto e foto Firmino Paixão
Na tarde de amanhã, quando as benfiquistas de castro Verde entrarem em campo para defrontarem o Ourique, naquela que será a última ronda no campeonato, já têm o estatuto de campeãs distritais, título conquistado há duas semanas. Será um jogo de ensaio para os próximos desafios, as conquistas da Taça Distrito e da Supertaça, em ambos os casos tendo também as ouriquenses como adversárias. O treinador Gonçalo Nunes iniciou este projeto há três temporadas, reuniu uma equipa muito jovem, mas muito qualificada, e no final da época anterior quando conquistou a Supertaça ao Mineiro Aljustrelense já deu sinais de um futuro promissor. Ana Capeta e Carolina Silva são duas jogadoras que se revelaram nesta equipas e que já atingiram as seleções nacionais, facto que o técnico valoriza mais do que a própria conquista do cetro distrital.
A Casa do Benfica foi indiscutivelmente a melhor equipa, conquistando este campeonato de uma forma muito natural?Não gosto de lhe chamar a melhor, porque acho que tudo isto é o resultado do trabalho que se faz; o trabalho foi muito árduo, muito longo, muitas vezes, complicado, mas deu muitos frutos e mais do que a conquista do campeonato a minha maior alegria é ter miúdas com outro estatuto na seleção nacional. É muito bom para elas e é tudo o que eu podia sonhar.
Mas reconhece que o plantel tem muita qualidade?Felizmente que tem, apesar de nunca termos tido muitas atletas nos treinos, por inerência das profissões e dos estudos, mas conseguimos sempre ter banco para rodar e pouparmos algumas das miúdas, quando elas acusavam maior esforço. E isso significa que o plantel é globalmente muito bom, como se viu em Serpa, onde fomos sem as atletas que estavam na seleção nacional e jogámos ao mesmo nível.
A equipa ganhou prestígio e visibilidade com a chamada da Ana Capeta e da Carolina Silva à seleções nacionais?Claro que sim, elas têm sido um bom exemplo e nós temos tido um afluxo enorme de meninas de 10 e 12 anos que querem começar a praticar futebol e isso vem obviamente da divulgação que a nossa equipa tem tido. Esse é o nosso lucro de uma época, não os títulos, mas o reconhecimento de mostrarmos que nesta região também existem grandes valores, embora o trabalho ainda seja muito curto, porque tudo isto começou apenas há três anos.
A Casa do Benfica é uma das finalistas da Taça Distrito de Beja, certamente com o pensamento na vitória?Vamos lutar para ganhar a Taça Distrito de Beja, porque é algo que ainda não vencemos. Na época passada vencemos a Supertaça e, este ano, conquistámos o título distrital. Jogaremos a Taça, e também a Supertaça, com o Ourique e serão duas partidas difíceis. Os jogos com o Ourique foram os mais complicados que tivemos, é uma equipa que se bate muito bem e cujo potencial não está de acordo com a posição que ocupa na tabela. Tivemos sempre dificuldade em jogar com elas, mas acredito na minha equipa e vamos entrar em campo para ganhar, não é para vermos o que é que vai dar, é mesmo para ganharmos os dois jogos.
Este projeto da Casa do Benfica de castro Verde tem futuro?Espero que não se perca, mas é sempre uma incógnita, pois chegamos ao final de uma época e não sabemos como é que vai ficar a nossa Casa do Benfica em termos de órgãos sociais, porque existe uma situação pendente ao nível de eleições. A Câmara Municipal de castro Verde tem-nos dado um forte apoio, sem o qual este projeto não teria sido viável. A junta de freguesia também nos tem dado uma grande ajuda, por isso, espero que a Casa do Benfica assegure a continuidade desta equipa porque, se não existirem soluções, teremos que meter mãos à obra e arranjarmos outro tipo de condições. Mas, depois de uma época tão boa e de três anos a sofrer para evoluirmos, temos que aproveitar o património que conseguimos.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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