sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Sinais do tempo
José Saúde
O tempo, sem tempo, conduz-nos a triviais encontros temporários onde o mundo da bola sobressai à ribalta e nos transporta para um período desportivo no qual a ânsia da novidade leva o povo a tecer mensuráveis considerações sobre o labor do seu clube. Adianto, porém, que já nada é como dantes. Tudo, ou quase tudo, sofreu profundas alterações. Mandam as regras que o mês de agosto permaneça como um frenesim no que concerne à preparação das agremiações que partem para uma nova temporada com objetivos previamente desenhados. Recuo no tempo e revejo-‑me noutras eras repletas de profundas inovações. A chegada de novos craques e a partida de outros que muito contribuíram para elevar o emblema ao rubro. Lembro as cargas físicas, sempre a doer, constatadas nos inícios das épocas. Recordo os incalculáveis quilómetros percorridos numa correria louca para puxar pelos músculos que entretanto haviam entrado numa pausa de descanso. A curiosidade de atirar para o cerne da discussão os ganhos monetários do novel craque. Os “torneios relâmpagos” que visavam tirar conceções para o treinador. As adaptações no grupo de trabalho que obrigavam a remodelações estratégicas. E se antes a opção fidedigna dos atletas passava pelo amor à camisola e pelo manjar de um delicioso petisco, eis que a aspiração posterior passou pelo arrecadar de mais uns escudos que engordavam então a jorna caseira. Hoje, deparo-me com certezas antagónicas. O futebol ganhou outros contornos. Concentro as minhas atenções em realidades outrora conhecidas nas competições da AF Beja e revejo nuances observadas. O tempo em que os craques eram pagos a peso de ouro. O período dos inexcedíveis apoios financeiros. Havia dinheiro quanto baste, diziam. Atualmente essas benesses foram chão que já deu uvas. As limitações factuais conhecidas encaminham os clubes para a divulgação de magros orçamentos. Sinais do tempo.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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