José Saúde
Numa recente conversa com amigos, dissecámos
eloquentes certezas vividas nos anos 60, século passado, sobre um
emblema que foi outrora a insofismável bandeira da região: o Clube
Desportivo de Beja (CDB). Falámos de jogadores que ainda hoje permanecem
nas nossas memórias. Nomes sonantes do desporto-rei que passearam os
seus dotes pelo futebol nacional. Beja, naquele tempo, assumia-se como
uma montra de atletas que ambicionavam atingir o zénite no mundo
futebolístico. O Desportivo era uma referência. No velhinho estádio,
considerado um dos melhores pelados a sul, passearam-se craques que
proporcionaram excelentes molduras humanas nas tardes domingueiras da
velha Pax Julia. Recordámos notáveis que não ouso identificar
individualmente, tendo eu a consciência perfeita que olvidar um nome
dessas inolvidáveis estrelas seria complicado. Abordámos histórias
hilariantes que nos encheram de prazer e nos remeteram para o recanto da
saudade. O Desportivo era um clube sobejamente conhecido. Defender as
suas cores era obra fina para os privilegiados. Tive, felizmente, essa
sorte. As opções sobre as aquisições dos novos craques eram feitas com
uma minuciosidade extrema. Poucos, a nível regional, ousavam admitir
como hipótese envergar a sua camisola. A triagem era natural. Mas, com o
evoluir dos tempos a sua idoneidade e grandeza foi-se diluindo. O
público, que antes era incansável em aplaudir a equipa, foi
paulatinamente divorciando-se. O CDB deixou de militar nos nacionais.
Deu-se a irremediável queda para os regionais. A descida abrupta foi
indissociável doutros fatores que mexeram com orgânica no seu todo.
Olhamos para o Desportivo e observamos a sua atual militância no escalão
secundário da AF Beja e concluímos: esta é a irreversível queda de um
anjo que muitas alegrias deu a um povo que jamais se fez rogado no apoio
à equipa do seu coração. Força Desportivo!
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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