sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A queda

José Saúde

Numa recente conversa com amigos, dissecámos eloquentes certezas vividas nos anos 60, século passado, sobre um emblema que foi outrora a insofismável bandeira da região: o Clube Desportivo de Beja (CDB). Falámos de jogadores que ainda hoje permanecem nas nossas memórias. Nomes sonantes do desporto-rei que passearam os seus dotes pelo futebol nacional. Beja, naquele tempo, assumia-se como uma montra de atletas que ambicionavam atingir o zénite no mundo futebolístico. O Desportivo era uma referência. No velhinho estádio, considerado um dos melhores pelados a sul, passearam-se craques que proporcionaram excelentes molduras humanas nas tardes domingueiras da velha Pax Julia. Recordámos notáveis que não ouso identificar individualmente, tendo eu a consciência perfeita que olvidar um nome dessas inolvidáveis estrelas seria complicado. Abordámos histórias hilariantes que nos encheram de prazer e nos remeteram para o recanto da saudade. O Desportivo era um clube sobejamente conhecido. Defender as suas cores era obra fina para os privilegiados. Tive, felizmente, essa sorte. As opções sobre as aquisições dos novos craques eram feitas com uma minuciosidade extrema. Poucos, a nível regional, ousavam admitir como hipótese envergar a sua camisola. A triagem era natural. Mas, com o evoluir dos tempos a sua idoneidade e grandeza foi-se diluindo. O público, que antes era incansável em aplaudir a equipa, foi paulatinamente divorciando-se. O CDB deixou de militar nos nacionais. Deu-se a irremediável queda para os regionais. A descida abrupta foi indissociável doutros fatores que mexeram com orgânica no seu todo. Olhamos para o Desportivo e observamos a sua atual militância no escalão secundário da AF Beja e concluímos: esta é a irreversível queda de um anjo que muitas alegrias deu a um povo que jamais se fez rogado no apoio à equipa do seu coração. Força Desportivo! 

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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