José Saúde
Manuel Inácio Lopes de Melo Garrido foi,
incontestavelmente, um homem que marcou gerações. O desporto, como
síntese fundamentada, foi uma temática que herdou enquanto jovem e dela
fez presunção. Conheceu o cosmos da arbitragem futebolística, foi
presidente da AF Beja entre os anos de 1961 e 1975, jornalista e diretor
do “Diário do Alentejo” (DA). O seu legado é verdadeiramente
enriquecedor. Com a colaboração de Joaquim Inácio Branco deixou escrito a
História do Desporto no Distrito de Beja, documentação que dá conta de
referências desportivas entre os longínquos anos de 1904 a 1956.
Escreveu sobre o ciclismo, o futebol, o tiro, o atletismo, o pugilismo, o
automobilismo, o ténis, o ténis de mesa, a columbófila, o hóquei em
patins, entre outras modalidades que precisamente trouxe à estampa. O
seu glossário é vastíssimo e o seu conhecimento exímio. É, aliás,
através dos seus registos que hoje palmilhamos veredas que visam
dissipar-se no limbo do esquecimento. A sua cândida obra permite-nos
voar no tempo e recordar, através de pequenos textos, as emoções
desportivas de outrora. O saudoso Melo Garrido foi um homem que ao longo
de muitos anos colocou o desporto alentejano no zénite. Foi também um
distinto colaborador de “A Bola”. Lembro-me do seu afinco pela temática
desportiva. O seu anseio em informar o leitor era extraordinário. As
páginas desportivas no “DA”, em particular, eram devoradas por gentes
ávidas de informações que aguardavam religiosamente pela chegada do
jornal. O Alentejo vivia carente de informação, logo o órgão regional
fundado em 1 de junho de 1932 por Carlos das Dores Marques e Manuel
António Engana, afirmava-se para o povo como a bíblia de profícuos
saberes. Neste contexto, entendo que esta narrativa sobre Melo Garrido é
justíssima, sendo que o seu labor motivou uma nova vaga de jornalistas
na nossa região.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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