sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Recordando Melo Garrido

José Saúde

Manuel Inácio Lopes de Melo Garrido foi, incontestavelmente, um homem que marcou gerações. O desporto, como síntese fundamentada, foi uma temática que herdou enquanto jovem e dela fez presunção. Conheceu o cosmos da arbitragem futebolística, foi presidente da AF Beja entre os anos de 1961 e 1975, jornalista e diretor do “Diário do Alentejo” (DA). O seu legado é verdadeiramente enriquecedor. Com a colaboração de Joaquim Inácio Branco deixou escrito a História do Desporto no Distrito de Beja, documentação que dá conta de referências desportivas entre os longínquos anos de 1904 a 1956. Escreveu sobre o ciclismo, o futebol, o tiro, o atletismo, o pugilismo, o automobilismo, o ténis, o ténis de mesa, a columbófila, o hóquei em patins, entre outras modalidades que precisamente trouxe à estampa. O seu glossário é vastíssimo e o seu conhecimento exímio. É, aliás, através dos seus registos que hoje palmilhamos veredas que visam dissipar-se no limbo do esquecimento. A sua cândida obra permite-nos voar no tempo e recordar, através de pequenos textos, as emoções desportivas de outrora. O saudoso Melo Garrido foi um homem que ao longo de muitos anos colocou o desporto alentejano no zénite. Foi também um distinto colaborador de “A Bola”. Lembro-me do seu afinco pela temática desportiva. O seu anseio em informar o leitor era extraordinário. As páginas desportivas no “DA”, em particular, eram devoradas por gentes ávidas de informações que aguardavam religiosamente pela chegada do jornal. O Alentejo vivia carente de informação, logo o órgão regional fundado em 1 de junho de 1932 por Carlos das Dores Marques e Manuel António Engana, afirmava-se para o povo como a bíblia de profícuos saberes. Neste contexto, entendo que esta narrativa sobre Melo Garrido é justíssima, sendo que o seu labor motivou uma nova vaga de jornalistas na nossa região.

Fonte:  http://da.ambaal.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário