José Saúde
Sou observador de uma temática que conheço e
que me deixa, às vezes, incomodado: algumas arbitragens no futebol
regional bejense. A minha apreensão não se estende à generalidade. Seria
um erro inqualificável encaixar tudo no mesmo saco. Clarifiquemos o
caso, porque é justo que o façamos. Falo do que sei e tiro ilações do
que vejo. Deixo explícito que não sou leigo na matéria. Fui dirigente do
Conselho de Arbitragem da AF Beja num período áureo e também
conflituoso, fins da década de 1970 e princípios dos anos 80, século
passado, com a integração dos árbitros na FPF. Tive como presidente o
ex-internacional Mário Alves e no conselho dois expoentes da elite da
arbitragem nacional e internacional: Rosa Santos e Veiga Trigo. Após a
saída de Mário Alves, integrei uma comissão da qual faziam parte o
Gilberto Borges e o falecido Filipe Parente. Numa ocasião de premente
necessidade toquei nas teclas de um piano que emitiam sons que
resvalavam para o conteúdo generalizado da arbitragem regional, contando
então com a preciosa colaboração do saudoso Arnaldo Aguiar. Afirmo que
não sou, mas já fui, um consumidor assíduo do nosso futebol caseiro,
vejo, sim, jogos de futebol sénior. E o que vejo são arbitragens de
alguns jovens (poucos) que parecem enveredar por caminhos porventura
ínvios. Há decisões que vão de arrepio às leis vigentes . Erros crassos
que me deixam atónito. Aceito o erro humano e a integridade moral do
árbitro. Os jovens de hoje serão certamente os juízes de campo de
amanhã. Para eles vão os meus aplausos e incentivo. Esta minha
frontalidade sobre a essência da arte de apitar, não me impede, por
outro lado, em propor a alguns desses jovens que envergam o equipamento
que os distingue dos onzes que lutam em campo pelos pontos, que sejam
exímios no julgamento, que analisem com rigor e que não olhem, apenas,
para a sua sombra.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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