sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Apitar

José Saúde

Sou observador de uma temática que conheço e que me deixa, às vezes, incomodado: algumas arbitragens no futebol regional bejense. A minha apreensão não se estende à generalidade. Seria um erro inqualificável encaixar tudo no mesmo saco. Clarifiquemos o caso, porque é justo que o façamos. Falo do que sei e tiro ilações do que vejo. Deixo explícito que não sou leigo na matéria. Fui dirigente do Conselho de Arbitragem da AF Beja num período áureo e também conflituoso, fins da década de 1970 e princípios dos anos 80, século passado, com a integração dos árbitros na FPF. Tive como presidente o ex-internacional Mário Alves e no conselho dois expoentes da elite da arbitragem nacional e internacional: Rosa Santos e Veiga Trigo. Após a saída de Mário Alves, integrei uma comissão da qual faziam parte o Gilberto Borges e o falecido Filipe Parente. Numa ocasião de premente necessidade toquei nas teclas de um piano que emitiam sons que resvalavam para o conteúdo generalizado da arbitragem regional, contando então com a preciosa colaboração do saudoso Arnaldo Aguiar. Afirmo que não sou, mas já fui, um consumidor assíduo do nosso futebol caseiro, vejo, sim, jogos de futebol sénior. E o que vejo são arbitragens de alguns jovens (poucos) que parecem enveredar por caminhos porventura ínvios. Há decisões que vão de arrepio às leis vigentes . Erros crassos que me deixam atónito. Aceito o erro humano e a integridade moral do árbitro. Os jovens de hoje serão certamente os juízes de campo de amanhã. Para eles vão os meus aplausos e incentivo. Esta minha frontalidade sobre a essência da arte de apitar, não me impede, por outro lado, em propor a alguns desses jovens que envergam o equipamento que os distingue dos onzes que lutam em campo pelos pontos, que sejam exímios no julgamento, que analisem com rigor e que não olhem, apenas, para a sua sombra. 

Fonte: http://da.ambaal.pt/

Sem comentários:

Enviar um comentário