Foto (redondoesquecido.blogspot.se)
Dizem
que morreu Eusébio. Como pode? Está hoje em todas as capas dos jornais –
parabéns Jornal i -, nos documentários de televisão, nos estádios, nas rádios e
na boca do povo. Os deuses não morrem, nem dormem. Vivem para sempre.
Começou
a jogar com uma bola de trapo, em Moçambique. Daí até catapultar o Portugal do
futebol para o resto do Mundo foi um passo. Terminou a fazer carrinhos no
União de Tomar. Que humildade. Pisou também palcos alentejanos. Na foto, na
década de 80, o então capitão dos encarnados jogou no “peladão” do Campo do
Calvário, em Redondo, num amigável frente ao Redondense.
O
“Pantera Negra”, como lhe começou por chamar um jornalista inglês no Mundial de
1966, era para nós o “Rei”. Para nós benfiquistas, sportinguista e portistas.
Para nós portugueses. Para nós Mundo. Para nós apaixonados por futebol. Eusébio é de todos. Até mesmo Ricardo Araújo Pereira fez
questão de admiti-lo, ainda que com alguma “dificuldade”, dado o seu
benfiquismo.
Marcava
golos e na viagem de regresso ao centro do terreno, depois de ir buscar a bola
ao fundo da baliza, na ânsia de marcar mais, moralizava os adversários com uma
palmada nas costas. É uma atitude de uma grandeza tremenda. Daí tanta
admiração.
Ver
Eusébio chorar pela seleção ou a festejar com o guarda-redes Ricardo depois daquele
épico Portugal-Inglaterra do Euro 2004, é qualquer coisa que não se explica,
sente-se.
Manuel
José e Humberto Coelho disseram que ele viveu como jogava, intensamente.
Mourinho refere que o “King” é eterno. Eusébio está para o futebol como Amália
para o Fado ou Ayrton Senna para a Fórmula 1. Está para o Benfica como Di Stefano
para o Real Madrid. Está para a seleção nacional como Maradona para a seleção
das “pampas”.
Ronaldo
está na sucessão. É o “outro” Rei, como defende Paulo Futre, que se considera,
a par de Figo e Rui Costa, príncipe. Deixemo-nos de comparações incomparáveis.
Quis o destino que já fosse ao Brasil visitar o irmão Pélé. Amizade entre gigantes. Um exemplo para Ronaldo Vs Messi.
Quis o destino que já fosse ao Brasil visitar o irmão Pélé. Amizade entre gigantes. Um exemplo para Ronaldo Vs Messi.
Paz
à sua alma e um eterno obrigado.
Os números de Eusébio
A história de Eusébio
confunde-se com a do Benfica dos anos 60 e 70: 11 títulos de campeão nacional,
1 Taça dos Campeões Europeus, quatro Taças de Portugal; e 596 golos em 557
jogos (entre 1961 e 1975). Pelos encarnados, o "Pantera Negra" foi
sete vezes o melhor marcador do campeonato, duas vezes o maior goleador da
europa, vencendo, ainda, a emblemática Bola de Ouro (1965).
Por Portugal, o
avançado marcou 41 golos em 64 jogos, nove deles no Mundial de 1966 de
Inglaterra, que a seleção nacional terminou em 3.º lugar. Pelé, nesse torneio,
fez apenas um golo.
No total, Eusébio fez
733 golos em 745 jogos pelos clubes que passou (além de SLB, jogou no Sporting
Lourenço Marques, Oceaneers, Boston Minutemen, Monterrey, Beira-Mar, Toronto
Metros, Las Vegas Quicksilvers, New Jersey Americans, União de Tomar) e seleção
nacional.
Durante
a carreira foi sujeito a seis operações ao joelho esquerdo e uma ao direito.

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