José Saúde
O mundo do desporto é efémero. Ontem rei,
hoje plebe sem trono, o Desportivo de Beja foi um dos expoentes máximos
do futebol do distrito de Beja no antigamente. Hoje, passamos à mítica
rua do Sembrano e deparamo-‑nos com o imóvel onde se mantém a sua sede
que reflete, simplesmente, uma ausência de movimentos humanos. Trancada a
sua porta principal, e de janelas fechadas, o que deixa antever
saudade, reflito numa constante nostalgia que me transporta a tempos
idos onde a cadência quotidiana dos seus associados, e de atletas,
pressuponha uma visita obrigatória aquele espaço lúdico que mostrava uma
inigualável visibilidade. A sua porta estava sempre franqueada
independentemente do fuso horário que os ponteiros do relógio indicavam.
Enalteça-se, porém, a voluntariedade que os seus dirigentes manifestam,
assim como toda a estrutura desportiva, que paulatinamente vão levando a
carta a Garcia, numa tentativa óbvia de colocar em marcha uma velha
carruagem que transporta glórias antigas e, simultaneamente, um manto de
canseiras. Alvitrando, desportivamente, o interior do emblema que foi
em tempos a bandeira mor da região, mergulhamos na realidade presente e
revemos pedaços de histórias encantadoras que fizeram do Desportivo o
símbolo amado de gentes que se entregavam a uma causa desportiva
imensurável. Louvo, com imaculada compreensão, uma casta de dirigentes
que desinteressadamente vão vestindo a camisola de um clube que vive
momentos difíceis, e de aflição permanente, mas que ousa mostrar com
vigor à opinião pública, que o seu historial fará, incessantemente,
parte integrante dos anais do fenómeno desportivo regional bejense.
“Numa vida há muitas vidas”, diz o adágio popular, e comungando o velho
dito, o Desportivo de Beja, a militar na II Divisão distrital em
seniores, tem na área da formação propósitos convincentes, a que acresce
a modalidade de futsal em franco desenvolvimento. Força, Desportivo!
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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