Nome: Rui Jorge Farto Correia
Data de Nascimento: 23 de agosto de 1990 (23 anos)
Naturalidade: Chaves
Nacionalidade: Portuguesa
Posição: Defesa-Central
Altura: 188 cm
Peso: 75 Kgs
Clube atual: Portimonense (desde junho de 2013)
Clubes anteriores: ACRUT Zambujalense (2009/10), Amora (2009/10),
Sesimbra (2010/11 e 2011/12) e GD Fabril (2012/13)
GD FABRIL
David Pereira - O que
falhou para a subida não ter sido alcançada?
Rui Correia - O que falhou? Em
primeiro falhamos nós jogadores. Mas penso que deitámos tudo a perder na
primeira volta da fase final, já que em cinco jogos fizemos apenas um ponto.
DP – Recordo-me que o Rui ficou
desolado quando depois do empate frente ao Sacavenense, soube que o Barreirense
tinha ganho e subido de divisão. Nessa altura, já tinha tratada a transferência
para Portimão?
RC - Sim é verdade. Foi uma desilusão
não termos conseguido ganhar o último jogo. Quanto ao meu futuro, nessa altura
ainda não estava resolvido. Apenas tinham existido alguns contactos.
DP – Ficou surpreendido pela ascensão
de Fábio Marinheiro aos campeonatos profissionais?
RC - Não fiquei nada
surpreendido com a ascensão do Marinheiro aos campeonatos profissionais. Como
ele havia outros naquela equipa do Fabril preparados para terem uma
oportunidade numa equipa profissional.
DP – Três antigos colegas seus (Carlos
André, Rúben Guerreiro e Bruno Cruz) transferiram-se para o rival Barreirense,
que conseguiu uma vaga no Campeonato Nacional de Seniores. Mesmo que se jogue
um escalão acima, considera ser fácil aceitar transferir-se para um clube
rival?
RC - Se perguntar a qualquer jogador
de futebol que tenha ainda aspirações de se tornar num jogador profissional,
todos eles vão responder que preferem participar num campeonato superior onde a
"montra" é maior. No entanto, mudar para um rival é sempre uma
decisão complicada. De qualquer das formas percebo as decisões tomadas por
eles, tendo em conta ao que foi supramencionado. Se me colocar na pele de um
adepto, como é óbvio é com alguma mágoa que vejo jogadores do meu clube a
partirem para um rival.
DP – Tem acompanhado o percurso do
Fabril esta temporada? Acredita que a subida de divisão será apenas uma questão
de tempo?
RC - Como é óbvio tenho acompanhado o trajeto
Fabril por imensas razões. Primeiro porque foi um clube que aprendi a gostar, e
em segundo porque tenho o prazer de dizer que o goleador da equipa é meu irmão,
e o meu pai o treinador.
PORTIMONENSE
DP – De mal-amado no Sesimbra a
titular no Portimonense em pouco mais de um ano. Como é que isto se justifica?
RC - Não me considero mal-amado no Sesimbra. O que posso
dizer é que existiu uma evolução enorme desde que me mudei do Sesimbra para o
Fabril e mais ainda quando me mudei para Portimão.
DP – Defino-o como
alto, elegante, rápido, forte no jogo aéreo e que gosta de sair a jogar
até á entrada do meio-campo adversário. Concorda? De entre
as características apontadas, qual é aquela que mais facilmente
conseguiu impor na II Liga? E qual é aquela que não está a conseguir
impor, seja pelo nível competitivo ou pela forma de jogar da sua equipa?
RC - Concordo com essas
características. Não considero que seja mais fácil ou mais difícil colocar em
prática essas mesmas características na II Liga. O que posso dizer é que tive
de aperfeiçoar o uso dessas características e ganhar outras tantas para o que a
II Liga exige.
DP – Em que aspetos considera que
evoluiu mais nesta estadia em Portimão? E quais são os seus principais pontos
fracos?
RC - Sem dúvida que evolui imenso
desde que cheguei a Portimão. A grande diferença é a quantidade de treinos que
existe por semana, há sempre espaço para trabalhar pormenores que nas outras
épocas não havia.
DP – No Fabril vestia a camisola 4, em
Portimão usa a 6…
RC - O número 6 é um número que gosto
e quando cheguei ao Portimonense era um dos números disponíveis, por isso,
acabei por escolhê-lo.
DP – Esta época está a ter certamente
uma novidade para si, que é mais exposição aos meios de comunicação social.
Como tem lidado com os elogios de, entre outros, Luís Freitas Lobo?
RC - É um realidade diferente, quando
temos boas prestações estamos sujeitos a ser elogiados na comunicação social,
mas também quando as coisas não correm tão bem é normal que existam criticas.
Há que saber lidar com isto tudo, admitir os erros para tentar melhorar. Mas
como é óbvio, ler os elogios é sempre bom para o ego e ajuda-nos a ter ainda
mais confiança.
DP – Quando esta entrevista se
realizou, era o segundo jogador mais utilizado do Portimonense no campeonato e
estava no Top20 entre todas as equipas. O que isso significa para si?
RC - É muito bom ser dos jogadores
mais utilizados da equipa e da II Liga. É bom em todos os aspetos. Como é óbvio
qualquer jogador/atleta gosta de jogar e eu não sou exceção, e como tal
trabalho para que isso aconteça o maior número de vezes. E para primeiro ano
como profissional conseguir fazer os jogos quase todos é ótimo para ir ganhando
alguma experiência e competitividade a nível profissional.
DP – Vive-se bem em Portimão?
RC - Vive-se muito bem na cidade de
Portimão. O clima é bastante bom durante o ano inteiro, as pessoas da cidade
gostam do clube e conseguem muitas das vezes manter o estádio bem composto, e
está geograficamente bem colocada.
DP – O que tem achado dos adeptos do
clube?
RC - Como já referi na resposta
anterior, os adeptos gostam do futebol e do clube, e ao longo da época têm sido
um bom apoio para nós. Esperemos no final da época poder retribuir esse apoio
que eles têm dado com uma subida à I Liga.
DP – Do que tem observado e jogado,
crê que Moreirense e Penafiel ocupam justamente os lugares de promoção?
RC - Se eles ocupam essas posições foi
por mérito e como tal acho justo. Apesar de achar que se fossemos nós a estar
naquelas posições não era de estranhar.
DP – O que é preciso melhorar para a
equipa subir na classificação?
RC - Acho que a equipa tem vindo a
fazer um campeonato excecional, no entanto, como a época é longa começa a
existir algum desgaste e foi o que aconteceu connosco. Tivemos uma série de
jogos com maus resultados, o que sentenciou um pouco as nossas aspirações de
subir diretamente à I Liga. De qualquer das formas ainda temos a possibilidade
de chegar ao Play-Off que nos dá possibilidade de subida e é
nisso que estamos focados.
DP – Já disputou jogos frente ao Vitória de Setúbal e
frente a equipas B dos principais emblemas portugueses. Daquilo que viu, sente
que a I Liga favorece as suas capacidades?
RC - Penso que só chegando lá é que
lhe posso responder a essa pergunta, no entanto, acho que não foge muito à
qualidade existente nesta II Liga.
RC – Para alguém que passou muitos
anos a praticar futebol no distrito de Setúbal, em divisões inferiores, custou
ainda mais ser eliminado pelo Cova da Piedade na Taça de Portugal?
DP - Claro que custa ser eliminado da
Taça de Portugal, quer seja pelo Cova da Piedade quer seja pelo Sporting. É uma
competição histórica na qual nós queríamos chegar o mais longe possível, no
entanto, nesse jogo o Cova da Piedade levou a melhor e passou à próxima
eliminatória com todo o mérito e com um pouco de demérito da nossa parte
também.
DP – A seguinte pergunta foi colocada
por um adepto, André Gomes: O que tem achado da arbitragem?
RC - Os árbitros tal como os jogadores
têm dias melhores e outros não tão bons.
DP – Como vê a rivalidade entre
Portimonense e Farense?
RC - Portimonense vs. Farense é já uma
rivalidade antiga. Portimão e Faro param tudo por causa deste jogo. É um jogo
que qualquer jogador gosta de jogar, onde o estádio está cheio e com um
ambiente à antiga do futebol português. Foi um prazer jogar os dois jogos com
estas características.
CARREIRA
DP – Teremos Rui Correia brevemente na
1ª Liga, independentemente se o Portimonense subirá ou não?
RC - Tenho contrato com o Portimonense
até ao final da próxima época, portanto vou fazer tudo para chegar à I Liga com
o clube. Caso não seja possível subir com o Portimonense é óbvio que vou querer
um dia chegar à I Liga quer seja no Portimonense ou não. Qualquer das formas espero
que seja brevemente, o que significaria que seria com o Portimonense.
DP – Até onde o Rui considera que é
possível chegar na carreira?
RC - É muito difícil responder até
onde posso chegar ou não, ainda estou agora a começar a minha carreira como profissional.
Prefiro pensar e dar tudo no presente para que o futuro depois possa ser melhor
que o presente.
DP – No dia das mentiras disse que foi
convocado para o Mundial. Representar a seleção é algo que acredita vivamente?
Foi uma brincadeira do dia das
mentiras, mas que não deixa de ser um sonho, e sonhar não custa.
DP – Gostava de experimentar um
campeonato estrangeiro? Há muitos futebolistas portugueses emigrantes em países
da Europa de Leste… Qual é o seu campeonato preferido?
RC - Gosto muito do campeonato inglês
e espanhol. De qualquer das formas se me dessem possibilidade de jogar no
escalão principal do futebol Português seria fantástico. Mas como é óbvio se
desportivamente e financeiramente for melhor para mim e para os meus
familiares, é óbvio que não coloco de parte ir jogar para o estrangeiro.
DP - Quais foram os melhores amigos
que fez ao longo da sua carreira?
RC - Ainda sou novo nestas andanças
mas felizmente fiz alguns amigos ao longo destes cinco anos como sénior, desde
jogadores, a treinadores e dirigentes por todos os clubes onde já passei.
DP - As lesões já condicionaram o seu
percurso desportivo? Em que momentos?
RC - As lesões felizmente ainda não me
impediram de treinar/jogar. Apenas parei durante duas semanas com uma entorse
no pé. Espero continuar assim imune a lesões graves.
DP – O Rui tem mantido a sua página
do facebook muito ativa, contando as peripécias da sua
temporada futebolística. Fá-lo apenas por gosto, porque sente que os fãs
necessitam desse espaço ou porque é uma forma de se promover?
RC - A minha página de atleta no facebook tem
inicio quando uns amigos sem eu saber de nada a criaram, e como achei piada à
iniciativa concordei. Até são eles que a gerem, pedindo sempre o meu
consentimento para escreverem algo e colocarem lá.
OUTROS
DP - Quem considera ser o
melhor jogador do mundo na sua posição? É essa a referência, que de algum modo,
procura copiar?
RC - Talvez neste momento seja o David
Luiz. De qualquer das formas existe mais do que uma referência de melhor
central na atualidade: Pepe e Sergio Ramos são outros exemplos que procuro como
referências.
DP – Como vê a crise que tem
atravessado o Seixal Futebol Clube, emblema no qual fez formação?
RC - Recordo do Seixal Futebol Clube o
melhor e o pior. O melhor foi tudo aquilo que passei, aprendi, ganhei, perdi,
ri, chorei, caí e levantei. Melhor que isso poder partilhar tudo isto com os
meus colegas que ainda hoje considero como amigos. O pior foi aquilo que chegou
passado estes anos todos, acabou primeiro com o futebol sénior e aos poucos foi
caindo até à sua extinção até mesmo na formação.
Contudo com o novo nome acredito que
poderá voltar a ser o clube digno e com história que sempre foi o SEIXAL.
DP – Quais são as principais
qualidades do seu pai, Manuel Correia, enquanto treinador?
RC - Não gosto muito de falar do meu
pai como treinador porque sou suspeito para falar. De qualquer das formas
trabalhei com ele e só tenho coisas boas a dizer. Poderia enumerar várias
características que o definem, no entanto, o trabalho de campo que ele faz nos
treinos é ótimo e melhor ainda, consegue-se fazer o transfer para
o jogo. Também não poderia deixar de referir que a relação humana que tem com
os seus jogadores é excelente.
DP – O seu irmão tem marcado muitos
golos ao longo desta temporada, mas é mais velho e tem menos margem de
progressão. Como o define como jogador?
RC - Podem-se rir ao ler isto por ser
meu irmão e não acreditarem, mas se me pedirem para o definir, eu digo que ele
é craque! Se me perguntares "porquê?" eu digo que sei ver futebol e
considero-o melhor que os outros… Só não seguiu esta carreira porque se calhar
não teve a sorte que muitos outros já tiveram. E quantos casos destes existem
nas divisões inferiores? Muitos.
DP – Como sportinguista que é, como
analisa a temporada que o clube está a fazer?
RC - O Sporting está a fazer uma
excelente temporada. Analisando as dificuldades que o clube tem estado a
atravessar penso que fez uma época muito boa e que traz boas perspetivas para o
futuro e isso como adepto agrada-me.
DP – Qual é o seu prognóstico quanto
ao vencedor do Mundial 2014 e à prestação de Portugal?
RC - Como patriota que sou, aposto na
nossa seleção sempre!
DP - Muito obrigado pelo tempo
concedido! Foi um prazer! Tudo de bom para si!
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