O Sport Clube Odemirense tem ainda três jogos para consolidar, ou melhorar, o atual terceiro lugar que ocupa na tabela. Mas o balanço da época é positivo e as atenções já estão dirigidas para a conquista da taça.
Texto e foto Firmino Paixão
Antigo atleta do clube, o engenheiro civil Nuno Luz, 38 anos, alerta para a conjuntura difícil que o futebol atravessa e garante que o clube, a que está intimamente ligado, não cometerá loucuras em nome de qualquer obsessão para levar o emblema a patamares superiores. Confessa ter um grupo com espírito ganhador e motivado para outras conquistas, por exemplo, a Taça Distrito de Beja, uma das metas do clube neste rodapé de temporada.
O Odemirense pode terminar o campeonato no pódio, isso é bom ou é menos mau?
É bom, é claro que é bom, fizemos um bom campeonato, julgo que temos feito por merecer esta posição. Até ao final ainda há alguns pontos em disputa que poderão arrumar a classificação a partir do segundo lugar, e nós daremos o máximo em todos os jogos para podermos garantir a melhor posição. Esse era o nosso objetivo e é isso que nós queremos, foi por isso que lutámos ao longo da época.
A intenção inicial não passou pelo objetivo da equipa andar mais acima, a discutir o título?
Evidentemente que nós jogamos sempre para ganhar, é isso que este grupo de jogadores interiorizou e tem sido essa a nossa postura, pensarmos jogo a jogo e jogarmos com a intenção de os ganhar todos. Foi sempre essa a nossa ambição desde o início e se os tivéssemos ganho todos estaríamos no primeiro lugar. Mas chegou uma altura em que o Aljustrelense ganhou uma grande vantagem e nós não conseguimos chegar lá perto, mas acho que até merecíamos estar um pouco mais próximo deles.
O Odemirense teve dois momentos menos bons, a derrota em Cuba e o empate em casa com o Piense…
Já fizemos essa análise com o nosso grupo e foram esses resultados que nos deixaram com um atraso difícil de recuperar. Podíamos ter ganho confortavelmente em Cuba, não fosse uma grande exibição do guarda-redes e nós termos pecado na finalização. Perdemos o jogo no último minuto. Com o Piense estávamos a ganhar por 2-0 ao intervalo e na segunda parte tudo se alterou. Foi uma má fase desta etapa que estamos a cumprir no campeonato, se tivéssemos estado melhor nesse período podíamos estar a lutar por outros objetivos.
Mas ainda disputarão a final da Taça Distrito de Beja?
A taça é agora o nosso principal objetivo, sem dúvida. Queremos conquistá-la para darmos essa alegria aos nossos adeptos e para que estes jogadores possam ganhar “um caneco” porque eles têm sido fantásticos e merecem-no por tudo o que têm feito pelo clube. Se a ganharmos será mais uma prova do valor que nós temos, e só reforçar a ideia de muita gente que diz, e eu concordo, que somos uma das grandes equipas do distrito.
O último jogo do campeonato será no terreno do outro finalista …
Vamos encarar esse jogo com a maior seriedade, o meu pensamento deve ser idêntico ao do treinador do Piense, mas estou convencido de que será um jogo difícil porque estarão em campo os dois finalistas da taça, que se disputará no sábado seguinte.
O Aljustrelense mereceu o título de campeão?
É uma equipa experiente, veio estruturada da 3.ª Divisão, mantiveram a base do plantel e ainda o reforçaram, com o objetivo claro se assumirem a subida de divisão. Têm uma estrutura perfeita e uma equipa muito boa, com experiência acumulada para jogar num patamar superior. Fizeram o campeonato que se viu e chegaram antecipadamente ao título. Quero felicitar o meu amigo Vítor Rodrigues.
O futebol do litoral está em boa maré. O Odemirense e o Milfontes no topo da 1.ª Divisão, Saboia e Renascente na fase final da segunda...
Sem dúvida que é um bom sinal. O Odemirense e o Milfontes são duas boas equipas deste campeonato, o Saboia e o Renascente estão a fazer uma boa caminhada e isso só acrescenta mais valor ao trabalho que fazemos aqui no litoral, essencialmente na formação. É importante para o concelho e valoriza o distrito, porque é um concelho muito grande, que parece estar um bocado à parte e afastado de Beja. Isso fará com que as pessoas olhem mais para este lado.
Vai continuar em Odemira para levar a equipa ao nacional?
Logo se verá o que irá acontecer. Agora falamos apenas do presente, mas sou odemirense, fiz aqui o meu percurso como jogador, saí e voltei como treinador e como dirigente que também sou. Por isso, o meu futuro passa, com certeza, pelo Odemirense. A subida não é uma obsessão, conhecemos as dificuldades que existem e a existência de outros clubes com mais recursos. Noventa e cinco por cento da equipa é deste concelho e isso deixa-me feliz. O Odemirense não pode pensar em grandes voos.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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